capítulo 5

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(Pov-Kara)

Deitada na grande, é confortável cama de casal, deixei a refrescante brisa soprar na minha pele que antes parecia estar em chamas.

Abri a janela, que ficava logo acima da cabeceira por completo e inspirei fundo em busca do ar puro da janela que me permitia ver muito o lado de fora, mas naquele momento eu só queria desabar na cama. Pensei que estivesse cansada, porém, tão logo apoiei a cabeça no travesseiro, minha mente não se calava.

A todo momento os pensamentos iam da mulher a qual eu precisava chamar de chefe, e como eu deveria ter me preparado mais para aquele encontro.

-Bruce mesmo me alertou, até mesmo a Marta me avisou sutilmente, lançando alguns comentários no ar, mas eu não levei tão a sério. E eu deveria! Agora estava ali, me revirando no colchão enquanto reprimia uma angústia que teimava em corromper minha calma.

A Srta Luthor quase me enganou com aquela aparência de uma pessoa calma.

Os olhos verdes cristalinos como um belo Lago me instigaram a mergulhar em suas profundezas. Sorriso leve e esbanjando sedução é arrogância..

-ela tem cabelos tão longos é negros, mas os dela eram tão perfeitos que chegavam a dar um pouco de inveja. Foco! Porquê eu estou analisando a dessa maneira? Deve ser por ela ser uma mulher incrivelmente linda,e eu nem chego perto disso.

Agora eu só preciso de foco! Não podia deixar que Ela me desviasse dos meus objetivos.mas se ela acha que vou me curvar para ela está enganada, Até porque, eu amo um desafio,

e a Srta Luthor iria descobrir que provocou a pessoa errada!

Peguei meu celular e liguei para a minha melhor amiga, eu precisava desabafar. No segundo toque ela atendeu.

— Lucy! Você não vai acreditar, eu imaginei que fosse uma coisa, mas daí ela apareceu e...

— Calma, Kara! Pare pra respirar. Agora rebobine a fita e comece de novo. — Ela riu ao final da frase e eu fiquei grata por isso, por ela ter colocado um sorriso nos meus lábios também.

— Lucy, como é que eu não sabia que a megera da Srta Luthor era…

— sexy?diabólica? — perguntou com a voz risonha.

— isso.. espera!! Você sabia? Como? Por que eu nunca soube? Por que você não me falou nada? Por que...

— Kara, você está falando sério?

— Tão sério quanto um ataque cardíaco! Dessa vez Lucy explodiu em risos no outro lado da linha, podia até imaginar os olhos com lágrimas de tanto que ria.

— Meu Jesus amado! Kara, você vai me matar de tanto rir um dia desses! — Puxou o ar com força antes de continuar.

— Você me pergunta o motivo de não saber sobre ela? Talvez seja porque você não assiste à TV ou lê revistas e colunas sociais. Só vive com o nariz enfiado em algum livro ou então estudando para a faculdade. -Soltei o ar,sentindo uma pontada de dor no peito com o seu comentário.

— Kara, me desculpa. Eu não falei por mal…

— Eu sei, Lane. Está tudo bem. É só que, lembrar o quanto eu amava estudar e agora... agora eu não posso mais prosseguir com meu sonho de ser médica, ainda dói um pouquinho.

— Então, o que iria me falar da Gostosona Luthor? — Ela mudou de assunto, sabendo como a conversa estava caminhando para uma direção triste.

— Lucy do céu! Eu imaginava que encontraria um homem bem velho,e barrigudo de tanto beber. Adivinhe minha surpresa ao dar de cara com uma..uma...

— Gostosona?. — Novamente me interrompeu, me arrancando risos.

— Não! Uma idiota arrogante e maluca ainda por cima!... Mas tudo foi por água abaixo quando a babaca abriu a boca para falar comigo! Ai que raiva!

— Como assim amiga? O que aconteceu? -Suspirei resignada. Uma pena aquela mulher tão bonita como uma deusa grega, ser na verdade, um capeta! Mas não queria preocupar minha amiga, porque seria capaz dela falar algo com minha mãe.

— Nada demais, ela só foi um pouco rude. Mas agora que sei como é, estou preparada. — E realmente estaria preparada para lidar com a fera.

— Lucy, você vai passar lá na minha casa amanhã e ver se está tudo bem com minha mãe?

— Claro! Eu prometi, não foi? Fica tranquila, Kara.

Agradeci mil vezes antes de encerrar a ligação. Lucy é minha amiga desde que me entendo por gente. Sendo minha vizinha, parecíamos mais irmãs do que outra coisa. Só nos afastamos um pouco depois que ingressei na faculdade, mas nossa amizade continuou firme e forte. Podia contar com ela para tudo e ela sabe que eu faria o mesmo por ela. Então fiquei mais calma por saber que Lucy estaria sempre por perto para ajudar minha mãe quando fosse preciso.

                   . . . . . .

Meu estômago protestou de fome e foi tão forte que quase confundi o barulho do motor de um barco como sendo o ronco da minha barriga. Sentei-me, apoiando os pés descalços no chão, e me impulsionei para fora da cama. Estive me escondendo no quarto durante toda a tarde pois não queria me esbarrar com aquela fera e agora o sol já havia se posto, notando esse detalhe busquei pelas horas no relógio e percebi que já passavam das sete. Precisava comer algo, urgente.

Caminhei silenciosamente, passando pelo corredor que ligava o meu aposento com a cozinha. No entanto, o silêncio da casa foi quebrado por risadas não de uma, mas de duas mulheres. Mantive minha atenção focada na geladeira, retirando dali minha porção da janta e a coloquei no micro-ondas.

O barulho de passos me deixou com o corpo tenso, mas continuei de costas para a entrada e fingi não notar.

— Quem é ela, Lena? — Uma voz enjoada e aguda soou atrás de mim.

Virei-me com o queixo erguido e com os braços cruzados, encostando o quadril na ilha. Fiquei aguardando o alarme do micro-ondas avisar que a comida estaria pronta, e a resposta que a idio... que a senhorita Luthor daria.

T h e  B e a s tWhere stories live. Discover now