capítulo 23 - First time

6.3K 492 289
                                    

(Kara)

Não é estranho, Lena. Eu desejei o mesmo.

Quando os fogos de artifícios explodiram no céu, anunciando a chegada de um novo ano, eu fechei os olhos e sorri. Eu podia sentir que aquele seria o ano que a minha vida mudaria, só não imaginava o quanto.

O frio na barriga era tanto que eu mal consegui tomar o café da manhã,Beberiquei o chá de camomila feito para acalmar um pouco os meus nervos e coloquei a caneca na pia. Voltando para o quarto eu soltei o ar por entre os lábios trêmulos e acariciei os cabelos da minha irmã. Ela já estava acordada,mas continuava deitada naquela transição entre o sono e o despertar.

— Está na hora de eu ir, meu amor. Vem me dar um beijo!. lexi coçou os olhos pesados antes de me olhar pensativa.

— kah, por que você não pode tirar férias como eu? As minhas aulas só voltam em fevereiro!Não me contive e tasquei um beijo demorado em sua bochecha, puxando
seu corpinho para um abraço.

— As férias de trabalho são diferentes da escola. No trabalho a gente só pode tirar férias depois de um ano. Ela retribuiu o abraço e me apertou com força, parecia não querer me soltar nunca mais.

....

Depois de uma longa despedida consegui sair de casa ao escutar a buzina do táxi que acabara de chegar. Toda a condução fora arranjada por Lena e me permiti desfrutar do conforto. Se eu tivesse que pegar ônibus até a estação eu precisaria acordar bem mais cedo. O motorista me levou até a estação  onde o táxi só levou cerca de vinte minutos para chegar.

bruce me aguardava, quando menos percebi, já estava na mansão. as minhas pernas pareciam oscilar Meu estômago ainda estava embrulhado de ansiedade e o meu coração martelava no peito. Subi o caminho até a entrada da casa, atravessando a enorme porta de vidro e dando de cara com Marta.

— Pensei ter ouvido você chegar. Feliz ano novo, Kara! — Ela abriu os braços e eu a abracei, desejando o mesmo.

— Já tomou o café da manhã? Venha, eu preparei alguns bolos! — Deu-me as costas, caminhando até a cozinha de onde vinham aromas deliciosos. Comecei a me sentir mais tranquila com a sua recepção calorosa.
A tensão em meu corpo se dissipou e respirei leve ao constatar que não, Marta não adivinharia o que se passou entre Lena e eu só de olhar para a minha cara. De qualquer forma, eu não deveria me importar com o julgamento de terceiros. Nada daquilo foi planejado, mas não me arrependo nem um pouco do tempo que passamos juntas.

A não ser que... Será que Lena se arrependeu das mensagens? Será que ela estava bêbada? Será por isso que depois daquela noite ela não me enviou mais nada?
Sentei-me em silêncio na banqueta e agradeci instintivamente quando Marta me serviu uma enorme fatia de bolo de cenoura. Com o celular na mão eu reabri a conversa que tive com ela, relendo a sua última mensagem enviada.

Que bom, porque não vejo a hora de tê-la só para mim de novo.

— Você está bem, Kara? Não comeu nada! Está doente, menina? Levantei os olhos, encontrando Marta com uma expressão preocupada. Contorcia o pano de prato nas mãos, deixando de secar a louça para me observar.

— O quê? Não! Estou bem, só sem muita fome.— Peguei um guardanapo disposto no balcão e embrulhei o pedaço de bolo.

— Se não se importa eu vou comer no quarto enquanto me arrumo para o trabalho.Ela uniu as sobrancelhas e assentiu.Atravessei o arco que dava para o salão principal, em direção à minha
suíte.

— Acho que você não está bem, querida. Seu quarto não fica nesta direção. Meus pés pararam de se mover e senti o sangue subir queimando o rosto.Girei-me lentamente e engoli em seco antes de responder:

T h e  B e a s tWhere stories live. Discover now