— Ah, filha! Se eu soubesse antes o que se passava com você, teria vindo há muito tempo — murmurou angustiada
— Isso meu amor. Coloca tudo para fora — embalou-me, entoando uma canção que costumava cantar para me ninar. E, na melodia irlandesa de "Too Ra Loo Ra Loo Ral”, ela me acalmou.
— Lena, está na hora de você ficar limpa.— mike, aproveitando da minha tranquilidade momentânea, tentou me convencer pela... sei lá, já havia perdido as contas.
— Não — eu disse, meneando freneticamente a cabeça e saindo de perto dos dois.
— Filha, escute o que temos para falar...
— Já disse que não! Mãe, você não entende o que sinto. — Não tenho mais nada, estou oca. A única coisa que me preenche é dor.
— Não é verdade, filha. — Minha mãe tentou tocar meu rosto, mas afastei sua mão ao segurar seu pulso com uma delicadeza surpreendente.
— Estou falando sério! Eu não me importo mais, mãe, não vou largar a Droga. Não há mais nada para mim nessa vida, nada que valha a pena para sentir isso aqui. — Voltei a tocar a mão no ponto acima do coração.
— Prefiro me manter dormente.
— Porra, Lena! Cala a boca! Cala essa maldita boca! — Mike explodiu em raiva, puxando-me pelos ombros de forma brusca.
— Me larga... — estava dizendo, mas as próximas palavras do meu amigo me fizeram congelar.
— Kara está grávida! Você tem tudo ! Você tem a porra toda que valha a pena!
Grávida, Aquela simples palavra bateu com tanta violência na minha consciência que eu perdi o balanço. O meu coração perdeu uma batida e o meu estômago se embrulhou. Dobrei-me para frente e, tomado por espasmos, eu vomitei o pouco que restava dentro de mim.
— Ela... — tentei dizer entre as crises de ânsia, agarrando um dos braços do mike enquanto forçava a frase pela garganta
— está grávida?. Eu devia ter cheirado muito e estava delirando.
— Sim. Kara está esperando um filho seu querida. — minha mãe respondeu por mike. E eu senti suas mãos tocarem minha cabeça pesada em um carinho maternal.
— E-eu tenho que ir atrás dela! Tenho que impedir! — empurrei os dois para longe, cega pelo desespero e totalmente aterrorizada.
— Calma, Lena! O que está fazendo?! — mike me abraçou por trás, puxando-me de volta quando eu tentei correr em direção a saída.
— Me solta, porra! Eu preciso correr enquanto ainda há tempo! — atormentada, puxei os meus cabelos com força. As lembranças do passado se misturando com os acontecimentos do presente.
— Ela vai matar o nosso bebê! Preciso impedir!
— Filha, Kara nunca faria uma coisa dessas!
— Ela não é a Lana, Lena!
Minha mãe disse trazendo-me de volta à realidade. Pisquei algumas vezes, tentando encontrar sentido em tudo aquilo.
— Mas... — olhei de um para o outro com a vista turva pelas lágrimas
— Ela também me abandonou — agachei-me, cansada demais para me manter de pé. Minha mãe veio até mim e tornou a me abraçar, sentando ao meu lado no chão.
— Ela não te abandonou, querida. Só está esperando pela mulher que você realmente é escondida aí dentro — tocou a ponta do dedo em meu peito
— Kara está esperando por você, filha. Mas você está correndo contra o tempo agora, tem um bebê à sua espera também.
— Eu não os mereço, não é? Olhe para mim, mam, eu sou decadente. — murmurei, exausta demais para falar. Exausta até para respirar.
— Eu não mereço ser amada.
— O amor não existe para ser merecido, Lena, ele só precisa ser sentido. — Beijou o topo da minha cabeça.
— Você, minha filha, tem tanto amor à sua volta. Mas não importa o quanto seja amada por outras pessoas, você nunca sentirá que é merecedora desse sentimento se não amar a si própria.
— Mas como? Como eu posso amar alguém o qual eu odeio?! Eu odeio quem eu me tornei — engasguei as palavras, afundando o rosto no colo materno.
— Primeiro, Luthor, você precisa se livrar de tudo o que te faz mal. Você tem que ficar limpa, minha amiga, você sabe o quanto a Sam e eu queremos o melhor pra você, é oque todos nós queremos. — Mike soou distante, mas na verdade estava bem ao meu lado.
— Filha, nós encontramos um lugar maravilhoso para a sua reabilitação. Tudo o que você tem que fazer é querer ir.
Demorei alguns segundos para responder, o nó entalado nas cordas vocais não me deixava falar sem que eu afundasse no choro.
— Eu... Eu quero, Por favor... me levem. Mas eu preciso ter certeza de que meu bebê ficará bem. Que Kara estará bem enquanto eu estiver trancada naquele lugar. Não posso ir sem a certeza de que ficarão todos bem.
— Cuidaremos bem dela, Lena. — mike segurou meu braço, levantando-me em um impulso e me abraçando.
— Então me levem agora mesmo.
Notas finais
Irei postar mais um capítulo hj, o último filler do passado da Lana com a Lena. Então preparem-se prós esclarecimentos kk s2
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T h e B e a s t
FanfictionO primeiro trabalho de Kara está longe de ser o dos seus sonhos, lutou com unhas e dentes para conseguir ingressar na faculdade de medicina, em vez disso Kara irá trabalhar de governanta, para ninguém menos que Lena Luthor uma das mulheres mais cobi...
capítulo 36 - to love oneself
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