Para Yun Soyoon, ter entrado na escola mais cara e importante da Coréia do Sul foi uma grande vitória. Em uma escola onde a questão social vale muito, e os alunos são divididos por fortuna, Soyoon se sente perdida por ser filha de donos de uma peque...
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Em Julho de 1917 a época do ano era melancólica e fria, o inverno pairava sobre o teto da escola alta e de grande espaço, os sons dos alunos do lado de fora eram levemente abafados pelos vidros das janelas.
A garota sentada ao lado da última janela no canto da parede, virou rapidamente a cabeça para o lado de fora ao ouvir o forte barulho de bola contra a vidraçaria. Seu coração acelerou levando a mão até o peito, levemente ofegante.
— Não pensei que se assustasse tão facilmente, senhorita Bin Agnes. Ou minha aula está tão desinteressante assim?
A Bin mais nova tentou fitar o professor firmemente, mas o máximo que conseguiu fora abaixar o olhar e pedir desculpas.
— Ela deve viver com medo dos demônios que a cobram pelos servicinhos prestados, professor. — o moreno do outro lado da sala, Kim Elliot, provocou alto, arrancando risos dos outros alunos presentes.
O professor riu junto de seus alunos, mas em seguida pediu silêncio para que pudesse finalizar a aula.
Agnes respirou fundo olhando para o próprio caderno ouvindo de longe a voz do homem que ainda explicava a matéria. Pegou o lápis e rodeou a folha com algo parecido com uma borboleta não tão bem desenhada. Sua mão estava trêmula.
Quando o sinal tocou, Agnes arrumou suas coisas de um jeito lerdo, esperando para ser a última a sair da sala. Jeon Uriel passou pela mais baixa esbarrando em seus ombros, fazendo com que a jovem Bin se desequilibrasse por alguns segundos.
Jeon Uriel era amado pela maioria dos alunos do Atakura Seoul, o menino era bom em tudo o que fazia, era inteligente e agradável. Bem, só não era agradável com Bin Agnes, mas isso não era uma surpresa já que ninguém era agradável com a jovem Bin.
Já diante do salão onde todos comiam na pausa entre as aulas, Agnes olhou ao redor procurando por seu lugar. Era lá no final. No canto. Onde sempre costumava ficar.
Assim que se sentou, encolheu-se colada à parede, colocando seu caderno de desenhos encima da mesa. Os rascunhos eram livremente colocados na folha, a jovem parecia distraída por poucos segundos. Os outros alunos riam e conversavam entre si animados.
Era sexta-feira, ao menos teriam dois dias de descanso. Até mesmo Bin se sentia aliviada pelo fato de ser sexta-feira, já que eram os dias em que se via livre de todas as situações chatas a quais tinha que passar dentro da escola.
Ouvindo as vozes ficando cada vez mais altas, Bin rapidamente dobrou os braços cobertos pela camisa de tecido fino e escondeu o rosto pelos antebraços, pedindo para que quem passasse, simplesmente não ligasse para sua presença.
Com a respiração rápida e desconexa, Agnes engoliu bem toda a saliva que se acumulou em sua boca e franziu a testa imediatamente quando sentiu um tapa ser desferido em sua cabeça. A menina mexeu levemente a cabeça olhando sorrateiramente para cima, vendo duas figuras altas e debochadas paradas ao seu lado.
