Capítulo 45 - Sessão 2 [CB - Namjoon]

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Não me matem, xuxus s2
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Quando você ama alguém
Seu batimento cardíaco bate tão forte
Quando você ama alguém
Seus pés não podem sentir o chão
Parece que todas as estrelas brilhantes
Se reúnem em torno do seu rosto
Quando você ama alguém
Ele vem de volta para você

- Love Someone

Seul, Capital da Coréia do Sul

O teto branco do quarto de Namjoon nunca foi tão interessante desde a discussão que teve com a própria mãe alguns anos antes.

Era estranho a forma como ele passou a reparar o tom branco da tinta. O jeito como ele se privou ainda mais de tudo ao seu redor, fazendo-se querer implorar por um pouco mais de atenção. Mas no fundo só queria mesmo respirar mais uma vez e sentir que o ar estivesse diferente e menos pesado que antes, mas o máximo que conseguia era lembrar das palavras absurdas as quais foi submetido a ouvir naquele dia.

Ele não se considerava o tal garoto sofrido e reprimido, um antissocial que não fazia questão de fazer contato com outras pessoas.

Ele não era. Longe disso. Na verdade, ele não tinha do que reclamar, ele tinha tudo de material que qualquer pessoa gostaria de ter. Cresceu em uma imensa casa, uma casa cheia de funcionários que estariam prontos para o servir a hora que desejasse.

Acontece que, não importa o quanto você tenha, você nunca vai estar satisfeito, o fato de não ter um tal objetivo e não ter que lutar por algo, o deixava abatido e com uma imensa vontade de se perguntar o porquê de não ter o que conseguir.

Ele era como um animal no meio do deserto, um animal que quanto mais bebe da água doce, nunca está satisfeito.

As pessoas poderiam olhá-lo feio pelo mesmo querer contrariedades para resolver, quando já tinha a vida resolvida, mas ninguém estava dentro dele e ninguém sabia o quanto ele se sentia oco por dentro, como se constantemente faltasse algo.

Ele estava conscientemente cansado.

Saeron e Namjoon já haviam discutido outras vezes, mas nunca tinha chegado a ser tão sério como naquele dia. Foi a partir daquele dia que Namjoon percebeu que nunca teria uma mãe de verdade.

Ela sempre o tratou friamente e aquilo doía. Ele agiu sempre como um pateta doido por carinho, nunca foi descabeçado o suficiente para se defender ou tentar se expressar da forma que realmente queria.

Mas as palavras de Saeron o atingiam. Para ele elas eram muito mais que lição de moral para que ele sempre mantivesse a postura. Ele odiava sempre ser tratado como uma criancinha de três anos que tinha que aprender como andar, mas sua mãe não ligava para isso.

Sua mãe era do tipo de mulher que costumava se importar muito com o que as outras pessoas falavam. Era do tipo que não podia tremer a mão no caminho ao qual fazia para o garfo chegar até a boca, do tipo que andava com seus saltos em linha reta, com um pé em frente ao outro, do tipo que insultava os outros pela condição social e xingava as pessoas com um simples olhar. Ela olhava todos por cima e parecia não se sentir bem com qualquer outra pessoa, por mais sofisticada que ela fosse, ela se "forçava" a se manter no mesmo ambiente que pessoas a quais ela considerava desprezíveis e que não merecessem o mínimo de sua gloriosa atenção.

Querendo ou não, Namjoon tinha o gênio tão forte quanto o dela, mas ele nunca veio à florescer, ele resolveu dar as caras na hora certa.

Namjoon podia ter ouvido tudo o que Saeron tinha para falar, quieto e obediente. Mas sua escolha foi outra, ele quis enfrentá-la, teve que deixar que pelo menos uma vez o sarcasmo o dominasse, teria que enfrentar algo alguma vez na vida, só não imaginou que fosse por um arranque sentimental.

Sete FinaisWhere stories live. Discover now