Capítulo 86 - Sessão 3

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Ela tem vários belos, belos rapazes
Que ela chama de amigos
Como eles dançam no pátio
Doce suor de verão
Alguns dançam para lembrar
Alguns dançam para esquecer

- Hotel California

                                                                   Seul, Capital da Coréia do Sul

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Seul, Capital da Coréia do Sul

Se trancar em um quarto nem sempre é quando conseguiremos resposta certa para todas as nossas dúvidas, mas cada célula presa ao corpo de Nya queria que a mesma permanecesse em um local onde ela pudesse estar longe de qualquer lugar alheio. Quando criança, o que Nya mais queria era chegar em sua adolescência; dava valor ao amor e tudo o que o mesmo trazia. Queria saber quem seria o homem por quem entregaria seu coração totalmente, com quem se casaria, em quem poderia confiar o suficiente a ponto de querer ter filhos. Nya sonhava em viajar , não apenas por diversão como costumava fazer, mas para seguir algum caminho ao qual não estivesse ligado totalmente à sua família. Nya sempre pensou em como seria viver.

Mas Nya nunca pensou que uma noite seria capaz de derrubar todos os seus planos de uma forma ridiculamente fácil.

Sabia do quanto seus pais estavam estressados e preocupados por sua ausência repentina, sabia do quanto as coisas estavam estranhas demais, sabia que em um momento como o que passava, o mínimo que deveria fazer seria dizer o que havia acontecido. Mas só de pensar em se abrir e dizer o que ocorreu, seu estômago revirava e uma vontade enorme de chorar a impedia de abrir a boca até mesmo para respirar.

Nya estava quebrada.

— Nya... — a menina ouviu seu nome ser chamado suavemente pela voz de sua mãe do outro lado da porta. A mais velha tentou adentrar o cômodo, mas a tranca a impediu de completar o ato. — Você não desceu para jantar de novo. Me deixe entrar com sua comida.

Senhora Irina não ouviu respostas vindo de sua filha mais nova, franziu a boca e olhou para sua própria mão rodeando a maçaneta.

— Eu comprei um vestido pra mim e um pra você. Tenho certeza que vai adorar! — sorriu tentando se convencer de que estava tudo bem com sua cria, mas sabia que o medo de saber o que realmente havia acontecido era real. — Eu entendo que não queira abrir a porta, filha... mas... seu pai, seu irmão e eu estamos preocupados. Se nem ao menos olhar para mim até amanhã, eu abrirei a porta para me certificar de como está. Eu não sei o que houve, querida, mas... não sofra sozinha.

Min Nya olhou para baixo analisando o próprio corpo com o olhar perdido no tecido que pouco marcava o contorno de sua silhueta. Soube que sua mãe havia saído de perto de seu quarto quando ouviu as passadas lentas. Engoliu o máximo de saliva que podia, pousando uma das mãos nos próprios braços finos. Logo lágrimas grossas trataram de deslizar por suas bochechas cheias.

Nya esfregou as mãos com força pelo corpo todo querendo se machucar ao mesmo tempo em que desejava se limpar. Ainda chorando com a cabeça doendo, negou jogando a cabeça para trás puxando o pijama com força agoniada.

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