69 - final um

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Abro meus olhos e tudo o que vejo é um teto branco e muito barulho.

O aparelho de inalação preso em meu rosto tampa parcialmente minha visão e minha cabeça está muito pesada para meu corpo conseguir levanta-lá.

Abaixo o rosto, meu queixo encostado em meu peito, para ver alguma coisa a frente.

Do lado de fora das portas abertas do que parece ser uma ambulância, ainda está tudo embaçado. Fumaça misturada com luzes vermelhas e azuis.

Harry... Louis...

Polícia.

Jogo o inalador para o lado e a manta prateada que me cobria e me levanto da maca, cambaleando.

Ao fundo, consigo ver a grande clínica que agora estava coberta por chamas. É a primeira coisa que ganha a minha atenção. O ar cinza e pesado combinou perfeitamente com ela. Não consegui sorrir. A preocupação e a angústia faziam-se maior.

Harry... Louis...

Desço correndo da ambulância, ignorando completamente o homem de cinza que apareceu a minha frente, repreendendo o meu ato.

Carros de Polícia tomavam conta da redondeza e os bombeiros corriam cada vez mais rápido com suas mangueiras.

"Não sejam tolos"  – penso. "Deixem que tudo isso vire cinzas!"

Sob supervisão de um homem fardado, Harry estava sentado em outra ambulância, conversando com uma mulher.

Seu olhar encontrou o meu e eu voltei a correr, agora, em sua direção.

Ignorei os corpos que apareceram entre nós e o abracei.

Estranhei não sentir seus braços ao meu redor.

— O que aconteceu? – pergunto.

Seu olhar triste é a última coisa que vejo antes do cara de cinza entrar na minha frente e me levar da li.

Tento pedir para que ele, por favor, deixe eu falar com Harry, mas sem sucesso.

Dentro da ambulância novamente, um enfermeiro pede para que eu tenha paciência que logo seria liberada.

— Você precisa tomar esse soro e fazer a inalação, ok? Pra ficar boa! Fica quietinha e use a manta. Ela está mantendo a temperatura do seu corpo. Você inalou muita fumaça, moça. Precisa fazer o que eu estou pedindo, hum?! – ele diz calmamente, como se eu fosse uma criança. Não me sinto segura em confiar em mais um desses caras metidos a bonzinhos, mas confirmo com a cabeça e me deito.

Respiro... respiro...

O teto branco volta começa a desaparecer.

•••


A sala fria e claríssima faz meu corpo tremer.

Não há ninguém aqui e nada além de aparelhos médicos.

Livre para levantar da cama, e notando estar vestindo uma camisola azul clarinha, abro a porta do quarto e o corredor me assusta.

Muito parecido com o da clínica, começo a me perguntar se todo o incêndio, Cásper, Harry, a mão de Louis me sufocando e seu olhar frio... teria sido, na verdade, um sonho.

Mais a frente, com o sotaque inconfundível, vejo Niall cercado de homens de preto e policiais. Todos eles direcionam os olhares para mim.

Niall, vestido com terno, gravata e distintivo, carrega uma expressão séria.

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⏰ Last updated: Apr 23, 2019 ⏰

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