Capítulo 52

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—Eu gostaria de pedir algo para você. Talvez soe como loucura, mas...

—Diga, Lisy.

—Eu preciso que você seja o fixo da Bárbara, Niall.

—Não, Lisy. Mas e você? Eu preciso de você e... -seu tom incomum e confuso é estranho.

—Niall, se você quer me ajudar, fique com ela. Por favor. –digo, enquanto Niall chega mais para o meio do quarto, já que eu fiz o pedido logo que fechei a porta. —Você não precisa ficar comigo. As coisas aqui devem ser caras e eu entendo completamente. Só preciso ajuda-la.

—Eu te ajudo se você me disser o motivo. Por que ela precisa de ajuda e porquê ela não pode ter qualquer outro cliente? Lisy, eu estou aqui há um ano, você deveria confiar um pouco em mim.

—Não tem nada acontecendo, Niall. Ela só é nova e anda assustada com o trabalho que ela tem que fazer.

—E porquê ela tem que fazer esse trabalho? Ela não pode trabalhar em outro lugar? Há outras formas de se ganhar dinheiro, Lisy, faça-me o favor.

—Niall, tudo bem! Sem problemas, continuamos como estamos, então. –
me sento na cama. Niall passa a mão na barba por fazer.

—É só você me dizer o que precisa, que eu faço o que tem que ser feito. Só isso, Lisy.

—Fique com ela e eu te esclareço tudo. Bárbara é nova, Niall. Ela tem 16 anos, e esse não é um caminho que escolhemos, as circunstâncias nos trazem até aqui. Ela tem medo e é frágil. Eu já tenho mais postura para aguentar outras pessoas, outros homens.

Niall se ajoelha a minha frente e passa as mãos no interios de minhas coxas, acariciando até os joelhos e as afastando.
Ele força meu tronco a se deitar na cama com uma mão em meu busto, se levantando e aproximando seu rosto do meu. Seu peito passa encostando e deslizando pelo meu ventre, barriga e peito, até que seu rosto esteja ao mesmo nível que o meu. Eu não entendo essa mudança repentina... meus pensamentos param e voltam a analisar seus movimentos quando seu quadril se encaixa entre minhas pernas afastadas, e sua respiração para em meu pescoço por um breve momento.
Niall levanta seu tronco, levantando meu quadril para ficar mais próximo do dele. Desliza seus dedos em carícias dos meus ombros até meus pulsos e os juntam acima da minha cabeça, apoiando-os ainda dentro do aperto de sua mão, no resto de cama que ainda há depois de nossos corpos.
Com a mão livre, ele segura em meu queixo e vira minha cabeça um pouco para o lado. Seu queixo roça no meu e sinto os pelos grossos de sua barba arranharem minha pele.
Eu não consigo ficar tensa com ele. Niall me passa confiança e ele paga isso para me ter. Que seja feito.
Seus lábios chupam meu maxilar e volto a sentir sua respiração no meu pescoço para em seguida, ouvir sua voz no tom mais baixo já proferido por ele:

—Eu fico com as duas.

—O que? –digo em um tom alto de surpresa, completamente distinto do que a situação merecia.

—Eu fico com vocês duas então. Agora faça o seu show e prove o que tenha que provar. 

—Niall...

—Não questione, explique ou justifique. Interprete como quiser. Faça o trabalho que você tenha que fazer.

Ainda em choque, sinto Niall soltar minhas mãos e passarem as suas por baixo das minhas costas, se deitando na cama e me pondo por cima dele.

Posições invertidas.
Ainda estou estática.
Niall olha para algum ponto no canto do quarto.
Acompanho seu olhar.
Há uma camera ali.
Não sei se estou maluca, mas acho que interpretei sua última frase e seu último olhar como o de alguém que sabe demais.
Ou precisa saber.

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