Capítulo 40

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—Sabe o que é, Lisy? – Harry diz quando as pontas de seus dedos tocam o fim das minhas costas, após descer o zíper do meu vestido. —Tomamos chuva. Não é bom ficarmos molhados assim. Quer dizer, olha seu cabelo!

Me viro para ele e um sorriso estampa seu rosto. Ele só pode estar brincando.

—Eu lavo ele pra você! –Harry completa, me virando de costas para ele mais uma vez.

Seus lábios beijam meu ombro enquanto ele desce o vestido.

A pele fina de sua mão toca o meu corpo vez ou outra, e eu não posso evitar de respirar fundo e fechar meus olhos.

A banheira transborda.

—Só não vou reclamar porque de qualquer forma ia acontecer isso. –ele diz em meu ouvido.

Ele desliga a torneira.

Harry ainda está completamente vestido.
Seu corpo grande para diante a mim.
Minhas mãos vão até a altura de seu peitoral, os botões de sua camisa vão sendo lentamente abertos por mim.
Minhas mãos estão trêmulas e eu não o porquê. Tenho tanto medo de machuca-lo.
Por alguma psicopatia ou Síndrome de Estocolmo, eu me apaixonei pela pessoa que me mantém trancafiada, por mais que essa mesma pessoa tente aliviar meu sofrimento.

—Lisy? –Harry diz, me trazendo de volta para a realidade. Minhas mãos estão agarradas na barra de sua camisa já totalmente aberta. –Sei que você gosta das tatuagens, mas vamos prosseguir?
Ele retira do meu rosto uma mecha de cabelo molhado. Harry abre sua calça. A lembrança daquela mulher em sua sala o chupando invade minha cabeça. Me ajoelho e termino de descer sua calça.
Harry levanta os pés para que ela seja retirada completamente e em seguida faço o mesmo com sua cueca.
Seu olhar é surpreso e ansioso. Meu coração acelera e eu encaro o que está a altura dos meus olhos.

Harry mal se aguenta em pé. Ele se encosta na bancada da pia e eu também mal posso me conter. Nunca pensei sentir tanta necessidade de ver alguém nessa situação por minha causa. É viciante.

—Ok, chega Lisy. –Harry diz pegando em minha mão e me levantando.

Caminhamos até a banheira e ele é o primeiro a entrar. Sua mão ainda segurando a minha, serve como apoio para eu me juntar a ele na água.
Me sento no oposto dele.
—Vem cá. –ele diz.

Me sento entre suas pernas.

Harry molha meu cabelo.
Ele massageia minha cabeça enquanto espalha o shampoo. Estou tão leve.
A ducha retira toda a espuma. Harry faz o mesmo com o condicionador.

Deito em seu peito. A água já está esfriando.
Ele prende seu cabelo em um coque e coloca seus braços em volta do meu corpo.
Ele não fala nada.
Sinto seu queixo se apoiar na minha cabeça. Suas mãos fazem carinho nos meus braços.

—Posso lavar seu cabelo também?

–Hm? –ele parece acordar de um transe.

Me sento ereta e viro meu corpo para ele.

Solto seu cabelo e ele cai todo sobre seu rosto.

—Por que você deixa ele grande? –pergunto.

—Gosto assim. Meu pai não gosta. Acho que é o maior motivo. —Harry percebe que citar Cásper não foi boa ideia. —Desculpe.

Abano a cabeça para voltar para o momento. Momento que eu estou com o filho de Cásper, não com ele. Harry é diferente.

É incrível a maciez dos seus fios.
Molhados, eles ficam mais escuros. O contraste com seus olhos verdes é inexplicável.
A cada toque, a cada massagem que faço em suas mechas, ele fecha os olhos.

Save MeWhere stories live. Discover now