Capítulo 25

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LOUIS POV'S

Eu posso sentir o calor do corpo de Lisy em meus braços. Eu tenho certeza de que foi um sonho, normalmente não consigo distingui-los da realidade. Estou tão agoniado. Me conformo com o sonho, com o fim dele, é como se fosse algo que deveria acontecer mas.... Não é certo. Eu não posso tirar a vida de quem eu gosto nem em sonhos. Nem em pesadelos.
Tudo pode ter sido um aviso para eu parar de nutrir sentimentos pela Lisy. Não é certo. Eu não sei o motivo dela estar aqui mas eu sei o motivo pelo qual eu estou aqui. Eu sou um assassino imprevisível. Sei que ora ou outra as coisas vão acabar mal. De toda forma, qualquer coisa que poderia acontecer seria algo proibido, afinal, quem é ela? Por qual motivo ela tem o rosto sofrido mas o olhar esperançoso? Por que sua respiração fica descompassada sempre que ela entra aqui?
Bem... Ela é tudo que eu nunca tive há anos. Esperança. Luz. Força. Força para lutar comigo mesmo. Força para me impedir de machuca-la. Força para... Não! Ela não é nada! Não pode ser. Ela não merece ser algo de alguém como eu.
Queria que ela não viesse mais aqui, mas ao mesmo tempo... Preciso vê-la. Ela é a única pessoa que acalma meus demônios mas os fazem gritar ao mesmo tempo. Isso é ... Isso é estranho. Nunca ninguém os acalmou antes.
É só ela quem eu vejo. É só ela que invade meus sonhos, miragens, delírios e realidade.
Quando se trata dela não sei o que é real. Na verdade... Ela pode não ser real. A vida já me pregou peças assim. Lembro que fiz amigos que ninguém os via. Eu só não os sentia como sinto a Lisy...
Mesmo com o frio da minha cela, eu suo. A porta é o material mais gelado aqui.
Encosto meu corpo nela e o choque do material com minha pele quente é bom. Com as costas grudadas nela e a cabeça inclinada para cima, as mãos espalmadas pela porta, respiro o ar pesado do quarto.
Estava completamente escuro quando acordei gritando pelo impacto do sonho, mas agora, as frestas da porta e da parede a minha frente finalmente começam a se iluminar. Deve estar amanhecendo, é quando as luzes são ligadas para a entrega da comida.
A porta é aberta minutos depois, com força. O impacto me faz cair para frente de joelhos. A luz ilumina o ambiente e projeta a sombra de quem está do lado de fora na parede. A silhueta se torna tão grande que mesmo quando o pote de um plástico fraco é jogado no chão, a porta se fecha e a luz some, a sombra ainda permanece ali... Grande. Crescendo. Vindo em minha direção.
Saio da posição de quatro e me arrasto com a ajuda das pernas e das mãos, de costas, até chegar a porta.
Meus batimentos aumentam e eu grito.

-Alguém... Me tirem daqui...

Eu espero estar realmente gritando. Minha voz sai como um sussuros.

"Diabos se disfarçam de anjos de luz, Louis. Uma luz falsa pode destruir tudo."

A sombra se aproxima. Ganha aos poucos forma humana. Ela não está mais só na parede do fundo. Ela se projeta pelo teto e desce a parede na qual eu estou encostado. Um vento frio a acompanha.
Fecho os olhos com força.

-Alguém me ajude... Me deixe em paz, por favor...

Minha voz soa como um eco. Baixinha. Mesmo quando a frase é terminada posso ouvir minha voz a minha volta repetindo-a.
As lágrimas molham as minhas mãos.
O vento frio que acompanha a sombra está próximo agora. Faz muito tempo que ela está aqui... Horas... E ela está tão próxima agora... Abro os olhos após sentir alguns olhos sobre mim. Eram... Eram os olhos de Lisy. A sombra carrega os olhos do meu anjo.
Ela some.
Eu adormeço no chão

A mesma sombra aparece no dia seguinte, e só some quando a porta se abre pela terceira vez em dois dias.

LISY POV'S

Meu corpo dói enquanto caminho para o elevador.
Minha cabeça lateja e eu não consegui dormir depois de ser deixada no meu quarto por um segurança, vestida com meu conjunto azul e carregando a camisa molhada do Harry nas mãos.
Ela foi colocada junto com sua blusa preta. Embaixo do meu travesseiro.

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