Capítulo 24

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POV'S Harry

Ter alguém que acabou de entrar no meu caminho mudando a minha visão sobre a vida é algo inadmissível.
Meu pai sempre me ensinou a me apegar nas coisas certas, e depois, descarta-las.
Foi fácil fazer isso até um tempo atrás. Até Lisy aparecer.
Ela chegou como qualquer outra garota aqui. Mas ela é diferente de qualquer outra garota daqui.
Ela chegou como um furacão. Causando problemas na clínica, na boate e em minha vida. Ela a virou de cabeça para baixo. Eu odeio a forma como ela me faz me sentir abalado, fraco, indeciso.
Ela destrói tudo o que sempre acreditei e derruba todos os meus planos como se fossem pinos de boliche.
Ela me faz sentir a necessidade de deixa-la grata por mim. Eu preciso do seu reconhecimento e do seu obrigado.
A primeira vez que ela me agradeceu por eu te-la salvado foi o fim de tudo.
Tenho medo do que mais ela possa fazer.
Eu odeio sentir o que quer que seja que eu sinta.
Seria mais fácil ela ser igual outras bonecas, que deixa eu as foderem, que pedem para morrerem, ou que imploram para viverem.
Lisy deixa cada dia passar como se fosse algo no qual ela tenha que passar. Ela não precisa passar por isso. Por que ela insiste? Por que eu a prendo? Por que ela não pede para morrer e para eu contraria-la, eu a mataria? Por que ela não implora para eu a foder? Por que ela é a única pessoa que enfrenta meu pai sem nenhum problema?

Lisy é forte e eu tenho medo disso.
Se eu continuar assim, cairei de joelhos e implorarei pelo seu amor... Amor? Que merda Harry!

-Que MERDA. -grito.

Deitado na grama úmida, ao lado do meu carro batido eu questiono os efeitos da droga chamada Lisy.
Começa a chover e o céu se torna cada vez mais cinza.
Meu carro batido há alguns metros de mim já não transmite mais o som no rádio.
As gotas geladas e grossas pingam cada vez mais continuamente em meu rosto.
Peço para que a chuva leve toda essa merda que tem dentro de mim.

×××

Acordo com o corpo pinicando por causa da grama.
Já faz sol e eu caminho até meu carro.
O caminho até minha casa é longo. Meu quarto na clínica seria mais acessível, mas quanto mais longe eu puder ficar da dona dos olhos azuis mais vibrantes que eu conheço, melhor.

Minha casa está fria e vazia, como sempre.
Subo as escadas em direção ao meu quarto.
O chuveiro me atrai de primeira, mas a banheira me faz um convite irrecusável.
Decido tomar a ducha e descansar o corpo na banheira depois disso.
A água cai sobre meu corpo ainda resfriado pela noite. Um peso é retirado de meus ombros.
Quando termino, a banheira já está quase cheia. Entro na água e fecho os olhos.
A imagem de Lisy correndo pela grama toma conta dos meus pensamentos. Seus cabelos loiros brilhando com o sol da tarde e voando com o vento fresco é como um entorpecente para mim.
Afundo minha cabeça na água e fico até que meu fôlego falte.
Agora, a imagem de Lisy se despindo diante de mim e de meu pai vem a tona. Um arrepio percorre meu corpo e eu subo desesperadamente para fora da água.
Respiro rápido para pegar o máximo de fôlego que me faltava.
Eu posso sentir meu membro duro só de lembrar da atitude abusada e perigosa dela. O perigo e o estilo mulher fatal dela me enlouquece.

Depois de negar a mim mesmo, várias vezes, que me masturbar pensando nela naquela situação, diante do meu pai que deseja ter seu corpo sem o consentimento dela, é errado... Mas acabo me rendendo ao prazer e acaricio meu membro.
Aperto meus olhos quando chego ao clímax e o meu subconsciente me prega uma peça.

Os gritos de Lisy debaixo do meu pai parecem ser reais. Sangue no colchão onde os dois de encontram pode ser visto. Lisy aperta os lábios entre um grito e outro. Seus olhos estão da mesma forma.
Jogo a água já fria em meu rosto para parar o pensamento e saio da banheira.

Não posso e não vou deixar que Cásper faça algo com ela, nem que para isso eu tenha que ficar acorrentado por meses enquanto ele mutila meu corpo.

Save MeWhere stories live. Discover now