Capítulo 65

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HARRY POV'S

Minha garganta estava seca e da minha boca não saia mais nenhum som, não importava a força que eu fizesse.

Meus punhos presos por correntes pingavam sangue e sem dúvidas um deles havia quebrado.

Meus joelhos estavam em completo contato com o chão de cimento surrado, já que a minha luta para me soltar das amarraduras fez com que o jeans grosso se rasgasse por completo na localidade, assim como a minha pele.

Minha cabeça rodava, latejava, um coração pulsava em minhas têmporas e a tamanha dor não importava nada em comparação com a dor que a minha menina sentira.

Eu não desisti de lutar, de tentar me soltar, de parar e querer matar o meu pai enquanto eu tive forças.

Lisy usou toda a dela para se manter de bruços contra a mesa, enquanto Cásper estocava com força dentro dela.

Seu corpo escorregava pela mesa de madeira áspera e farpada como uma seda em um vidro.

Cada estalo que o contato da mão de Cásper na pele, antes branca de Lisy, ecoava pelo porão, assim como o contato entre os sexos sem nenhuma proteção.

Ela aguentou tudo em silêncio, mexendo os lábios apenas uma vez para me mostrar sua voz embarcada, falha e rouca pedindo para que eu olhasse para lá. Pedindo para que eu não a visse.

Não. Eu não olhei para lá.
Eu juro que tentei.

Juro que tentei fazer isso por ela, eu poderia imaginar a vergonha da submissão e invasão que ela sentia naquele momento.

Mas eu sabia que seu pedido era para me poupar.

Talvez ela conseguia imaginar o quanto ver meu pai em ação me machucaria. Eu tenho certeza que ela tinha noção.

Mas era apenas uma noção.

Eu não sei medir o quanto me machucou.

Meu coração saia pela boca.
Meu queixo tremia e ela apenas tinha lágrimas secas nas bochechas pálidas.

Eu sentia ódio.

Eu me odiava. Nunca me odiei tanto.

Eu não consegui fazer nada, fui um fraco, um cúmplice. Uma testemunha inútil de um crime, de um atestado de morte.

Lisy não desejaria mais viver depois disso.

Eu pude ver a vida saindo de seus olhos com pupilas dilatadas.

Eu só implorava para que ela os abrisse, que Lisy me olhasse para que eu pudesse pedir perdão e dizer que eu entendo, que agora eu realmente entendo. Que a luta por vingança não era mais dela, agora era minha, somente minha.

Mas ela não os abriria tão cedo.

Foi ontem, eu acho, não preguei os olhos e Cásper não voltou.

Fui um mero espectador da cena de terror.

Cásper apenas a segurou por trás assim que se aproximou dela, encaixou seu quadril ao dela e a guiou até a mesa.

Se debruçou sobre ela, beijou os lábios calados de Lisy enquanto eu gritava.

Eu sabia que isso era um troféu para ele, mas eu precisava impedir.

Eu não queria aceitar a coragem dele, até que suas mãos enormes rasgaram a blusa fina de Lisy e a jogou mais a frente na mesa e abaixou suas calças, que escorregou até os pés pequenos calçados por um chinelo da minha garota.

Cada urro de prazer que ele fazia questão de soltar tão alto, capaz de sobressair meus gritos de ameaças, fazia meu estômago se contorcer mais.

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