Capítulo 32

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As coisas simplesmente não podem continuar como estão. Harry não pode continuar com seu egoísmo. Eu não posso continuar aqui.
Niall me disse que sempre voltaria a boate. Eu espero ser verdade... E quando eu ve-lo mais uma vez, eu pedirei ajuda. Está decidido!

Retiro minhas unhas postiças esmaltadas em um vermelho vibrante enquanto o sono não vem.

O pão está esmigalhado em meu prato. Eu não tenho fome, mas preciso comer.

Entre uma mordiscada e outra, um segurança abre a porta.

Como se não bastasse, além de trabalhar todos os dias a noite na boate, as alas de baixo ainda seriam limpas por mim.
Eu não largaria isso por nada. É a única forma de ver Louis. Eu seria capaz de aprontar qualquer malcriadeza só para voltar a ser responsável por esse trabalho.

-Bom dia, Louis! -digo sem esperar uma resposta assim que entro em seu quarto, colocando o balde no chão.

-Não é um bom dia.

Nada de ironia hoje. Nada de lágrimas ainda e nada de proximidade.

-Você está abatida. -ele diz calmo.

-Você também, Louis... Mas está melhor do que as outras vezes. Está até falando comigo!

- Eu estou me controlando. Não quero causar mais estragos.

Paro de limpar sua cama e olho para ele.

-Do que está falando?

-É um erro, Lisy. Eu não sou alguém para se confiar, gostar, se apaixonar. Eu não sou alguém para se ter esperança. Eu não sou um coitado. E eu não mereço nada do que você quer me dar.

-Não estou entenden...

-Está, Lisy. Há vozes agora mesmo na minha cabeça e você não acreditaria no que elas estão dizendo. É sofrimento. É tristeza. Sou um monstro. Aquilo que aconteceu no banheiro não pode se repetir nem nos seus mais loucos sonhos.

-Porque você está aqui? Você diz ser um monstro. Isso que te trouxe aqui? -pergunto.

-Não quero falar disso...

-Louis...

-Não quero, Lisy! Não quero... Eu não quero te machucar. Merda! Estou me descontrolando. -ele puxa seus cabelos das laterais de sua cabeça. -
Acho melhor você sair, por favor Lisy, saia.

Ele coloca as mãos a frente de seu rosto. Arranha de sua testa e desce seus dedos até suas bochechas com força.

-Não tenha vergonha de chorar...

-Eu tirei a vida daqueles que me deram a que eu tenho. Você não tem noção o que eu faria com você. Por que tudo chega a você? Por que tudo que acontece eu penso em você? Eu nunca quis tanto sentir o sangue de alguém escorrer como quero o seu, mas você me faz lutar contra essa vontade.

-Eu sei, Louis... Eu consigo ver através dos seus olhos que você foi despedaçado.

Me aproximo dele.

-Do que você tem tanto medo? -pergunto.

-Eu machuquei muitas pessoas ao longo da minha vida, Lisy. Tenho medo de não saber amar.

-Venho te tantas tempestades Louis.. Amor é a única coisa que não tenho medo.

-Eu sou uma tempestade, Lisy.

-Eu amo tomar banho de chuva. -meus olhos enchem de água e eu sorrio ao lembrar dessa citação e da minha paixão por banhos de chuva.

-Eu não sei porque digo isso... -ele ri -eu não te amo. Eu, na verdade, acho que te odeio.

Save MeWhere stories live. Discover now