Capítulo 63

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Harry fez questão de nos deixar em nosso quarto e ele mesmo fechar a porta.
Para onde ele seguiria após caminhar os corredores eu não sabia.
Mas o olhar que lançou para Bárbara foi cortante o bastante para reforçar seu aviso a ela.

Eram três da tarde desde a última vez que olhei para o relógio ao lado da geladeira de Harry.

Ele nos manteve lá em cima até que resolvesse tudo com Zayn. O telefone não parou e desconfiei que algo ainda mais errado estivesse acontecendo. Zayn sabia muito bem como cuidar de corpos e isso ficou bem claro quando ele deu fim em um segurança que tentou me tocar no começo...

Poderia ser Cásper ou Louis... mas o grande número de ligações não se devia aos três corpos. Não mesmo. Poderia apostar minha vida nisso.

Harry não parou um segundo para comer a torta que claramente foi feita por ele, por causa das louças sujas que ele escondeu no forno. Se fosse em outra época eu não conteria meu riso sobre isso. Mas hoje eu apenas achei ser algo dele. Ansioso como é, provavelmente colocou tudo dentro do eletrodoméstico para que tudo ficasse arrumado rapidamente e ele pudesse organizar a mesa e tentar alguma conversa antes de me oferecer o prato.

— Em pouco tempo vamos para a boate – disse Bárbara, me despertando de teorias que desejava serem a explicação de tudo.

Ignorei seu comentário e enfim sai da porta. Posição que permaneci desde que cheguei aqui. Braços cruzados e encarando o metal pesado.

Atrás de mim, Bárbara tentava tampar o buraco no colchão, onde a arma estava, com algumas espumas que estavam espalhadas pelo chão.

Sentei em minha cama e puxei todo o meu cabelo para trás.
Meu couro bombava em tensão e eu ainda teria que passar o resto da tarde sendo arrumada para a boate.

Unhas, cabelo, depilação e a nova remessa de anticoncepcionais também seriam entregues, já que o último foi tomado hoje por mim e por Bárbara.

Gravidez é tudo o que não precisamos.

Meus cotovelos apoiados em minhas coxas e meus pés no chão pareciam ter um peso diferente. É como se algo fosse acontecer e meus nervos quisessem me avisar sobre isso.

Harry sabe que faz.

Eu espero.

— O que você vai falar quando Cásper ver que você usou a arma que estava no colchão? – perguntei depois de longo tempo de silêncio no quarto. Bárbara já havia tirado sua blusa por causa do calor e estava sentada, massageando seus pés e tornozelos.

— Vou dizer que você sentou aqui, sentiu algo duro e rasgou o colchão achando ser algo que pudesse nos machucar. Nessa hora, um segurança abriu a porta para nos entregar o café e te viu com a arma, pegou de você e olha que legal: esse segurança será um dos que estavam lá embaixo. Ele não terá como negar...

Bárbara termina a frase em um tom mais baixo e se deita com as mãos abaixo da cabeça.

— Você sempre tem um caminho para tudo, isso é impressionante...

— É como eu tenho que ser. Só espero que Cásper não te castigue por isso, mas colocar a culpa em você dessa vez é a solução que cairá melhor. Eu sei que você me entende. Também sei que seu objetivo é o mesmo que o meu e que no fundo, você não confia em mim. Você dúvida que o "unidas venceremos" dê certo e eu também. Você é muito maleável perante Harry. Você não tem um foco. Você quer Louis, quer Harry. Você na verdade não sabe o que quer, e você sabe disso, não sabe?

— Não é isso e não! Você não sabe de tudo. Mas eu quero que você entenda que o grande vilão dessa história não sou eu. Não é Harry. Não é você, Louis ou nosso amor por ele. É Cásper. Ele quem nos colocou nessa, quem prendeu seu irmão quando ele precisava de tratamento. Ele quem fez o Harry ser o que é. Não seja cachorra dele. Acabe com ele. Não vou ser egoísta de fazer isso sozinha de você quiser também...

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