Save Me

Capítulo 6

Uma mulher me leva para o banho e como sempre, fica me cuidando enquanto faço minha higiene.

- Como sabem os nomes dos internados na ala dos ''perigosos''? é assim que o Harry os chamam, certo?

Ela hesita em responder por um momento.

- Tem uma ficha ao lado do elevador com os números dos quartos e o nome dos internados. Mas anda logo! Não enrola nesse banho, tenho mais o que fazer.

***

Estou novamente descendo o elevador que me leva até aqueles corredores frios e abafados ao mesmo tempo.

O rapaz de olhos azuis fica no último quarto. Saio do elevador e decido começar a limpeza ao contrário, pelo quarto dele primeiro afim de matar de uma vez minha curiosidade. Eu nunca tinha reparado na ficha. Quarto de número 40... Louis. Louis o nome dele! De repente sou empurrada, me impedindo assim de ver seu sobrenome.

- Vá limpar aqueles quartos primeiro, vadia! -um segurança diz apontando para a outra ponta do corredor, pela qual eu sempre começava.

Quando chego ao quarto de número 24, uma mulher tenta escapar e sai pela porta correndo, eu grito chamando a atenção de dois seguranças que logo a pegam. Eles tem um aparelho de choque e usam nela. A levam para seu quarto, fecham a porta. A mulher está tonta mas mesmo assim eles a jogam no chão e chutam.

Quando terminam a agressão, um deles me empurra contra a parede, se aproxima e passa a mão pelas minhas bochechas. O outro ri, ri alto.

- O chefe não vai gostar nada disso, Danny - o que ria diz.

- Vou contar tudo para ele. Duvida? Quero ver o que vão fazer com você. Está dando trabalho pra ele, certo? - digo ao segurança abusado que agora me prensa contra a parece .

Ele segura em meu queixo com força com uma mão e com a outra, me dá um tapa na cara. Ri, me olhando com desprezo, enquanto começa a me levar até o elevador.

Sou levada para o corredor que tanto conheço. Antes de continuar o caminho ao longo dele, o segurança que me conduz pelo braço é parado por um guarda que estava ali, então diz que eu soltei uma paciente na ala de baixo. O guarda depois de murmurar algo em um rádio recebe um 'OK' e então somos autorizados a passar.

Entro na sala de Harry e consigo ver que tem uma uma mulher agachada em frente à ele, parcialmente tampada pela mesa. O avisaram de nossa entrada, mas aparentemente ele não deve ter se incomodado em parar o que estava fazendo. Após entrarmos, o mesmo volta seu olhar para nós.

- Pode ir Kendall - ele diz enquanto fecha o ziper da calça e a mulher sai, sorrindo com os lábios inchados.

- Senhor, ela deixou a paciente do quarto 24 escapar. Abriu a porta e foi para a próxima sala. - Danny, o segurança, me acusa.

- Vadia Lewis, quantas vezes você terá que aprender que aqui não brincamos com ninguém?

- Eu não fiz isso - falo seca - olhe nas câmeras, você adora olhá-las para provar coisas e poder bater na minha cara. Eu não deixei ela sair!

- Não minta, vadiazinha! - o segurança diz

Harry ri.

- Empregado... Danny Jones, certo? - ele diz olhando o crachá no peito do segurança - É isso que você é, um empregado. Não chame as minhas vadias de "vadiazinhas". Olharei as câmeras.

- Harry... - eu digo em um tom baixo - ele passou a mão em mim.

-É verdade, Jones? Você passou a mão em uma das minhas dolls?

-Não, senhor, não, e.. eu nunca faria isso -Danny diz, apreensivo.

- Pode sair e me espere na sala cinco do piso de cima - Harry diz para Danny.

- Ok, senhor Styles - ele sai rapidamente da sala.

Harry pega o telefone.

- Zayn? Tenho um serviço pra você na sala cinco, o de sempre. - e então desliga o telefone.

- O que vão fazer com ele? - pergunto.

- O que se deve fazer. Ninguém mexe com as minhas vadias. Ainda mais você que já foi para a boate, mas ainda está com pouco uso... - ele se aproxima.

-Não, por favor... -digo, dando um passo para trás.

- Parece que além de estar com a língua menos afiada, você está se desmanchando. Achei que você se tornaria mais fria com o passar do tempo aqui, você é diferente das outras... e gostosinha demais para que eu nem consiga pensar em atender seu pedido de ''não''. Mas meu pai provavelmente se irritaria comigo, ele ainda quer fazer algumas coisas com você. Depois eu estou liberado e aí você não vai ter escolha - ele diz enquanto passa a mão pela minha coxa.

Harry é bonito. Tem por volta dos 25 anos de idade. Alto, cabelos medianos e cacheados, olhos verdes e perturbados. Seria o tipo de homem que eu me apaixonaria, se ele não fosse ele. Observei isso tudo agora. Ele parece ser do tipo submisso ao pai, que cresceu em meio de ideais obscuros de Casper.

Ele tira a mão da minha coxa e continua me olhando.

- Vá se arrumar. Hoje você vai para a boate.

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