Capítulo 68

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HARRY POV'S

Lisy não falava muito. Nos últimos dias ela teve muita dor, tentava segurar os resmungos e gritos mas eu dizia que tudo bem, que ela podia por pra fora.

Todos os dias quando eram nos dadas a única refeição do dia, ela virava o rosto em negação. Não fomos mais soltos, então, o capacho era quem dava comida para ela e sempre, de tanto eu pedir, ela comia.
Marta não voltou mais e agora eu mesmo me sentia mais confortável por Lisy estar vestida, mesmo que só com a minha camisa suja.

Eu não me importava em ficar sem ela, mesmo quando chegava a noite e fazia frio. Era a única hora que me incomodava não estar coberto, mas durante o dia, o calor era insuportável, então ficava tudo muito equilibrado e Lisy mais segura.

Apesar da dor, ela não sangrou mais, descartando a ideia de ter sido apenas um sangramento normal de meninas, mas eu não falaria isso em voz alta. Meu foco é que ela fique bem e tranquila para ter forças para sair daqui.

Eu passava a maior parte do tempo em silêncio também, tramando como tudo aconteceria, eu enfim tinha um plano concreto. Eu só precisava que ela ficasse melhor.

E estava melhorando, por incrível que pareça, mas quando Cásper começou a descer as escadas, com mais quatro homens atrás dele, eu conclui que eu tinha que ser rápido, assim como a melhora dela, ou então todo avanço, mesmo que pequeno, iria regredir.

- Fiquei sabendo que a minha boneca acordou, resolvi vim verificar, mas vendo que ela está vestida com uma roupa que não é a dela, o dono vai ter que tira-la e ele mesmo verificar como ela está, já que já tocou nela antes... saberá melhor do que eu, uhn?

Lisy olha para mim assustada e peço com os olhos para que ela fique em silêncio.

Cásper saca uma arma da cintura e manda um dos homens soltar Lisy e a colocar sobre a mesa. Ela permanece quieta mais uma vez.

Em seguida, o homem anda até mim, solta minhas mãos e Cásper para ao meu lado, apontando a arma para mim.

- Verifique se ela está bem, Harry.

Me levanto e assim que minhas pernas ganham forças para sustentar meu corpo, eu vou até ela, ainda com meu pai atrás de mim e a arma ainda na minha direção.

Não sei como fazer o que ele está pedindo, mas passo minhas mãos tremulas pela testa de Lisy, conferindo sua temperatura, aperto seus pulsos para ver a pulsação, mesmo que fechar minhas mãos seja um ato de dor. Nossas imunidades devem estar tão baixas que nada vai estar bom por aqui.

- Pronto. - digo.

Sinto a arma em minha têmpora.

- Verifique direito. Transe com ela.

Lisy aperta meu ante braço que ainda pousava sobre a mesa.

- Agora, Harry.

- Eu não vou fazer isso. - cuspo as palavras e Cásper move a corrediça da pistola e o clic clic faz a voz de Lisy ecoar.

-Harry... - Lisy me chama.

- Eu não vou fazer isso. Me mate se quiser.

- Vamos ver se assim melhora... - Cásper apoia a arma na testa de Lisy e leva o dedo ao gatilho. - Me obedeça, Harry.

- Lisy... me desculpa.

Ela chora: - tá tudo bem.

- Ah, faça-me o favor, andem logo. Que porra de preliminar é essa? Quero que você me mostre como tocou nela todo esse tempo. Não saia dela até gozar, Harry. Vamos, beije ela.

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