36. Sacrifício

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Ele não sabia como descrever aquela cena, pois era algo doloroso demais.

Aquela cena que arruinou cada pedaço do seu corpo, partindo em pedacinhos e pedacinhos. Ele viu a pessoa que ele mais amava indo embora. Mas não era qualquer partida. Ela estava indo de encontro com a morte.

Por ele e pelo pai.

Ele não conseguia acreditar. Não conseguia.

Um grito entalado saiu de sua garganta. Parecia arranhá-la, mas ele não se importou. Cambaleante, correu atrás dela, mesmo que fosse inútil. Ela já tinha ido. Já tinha partido.

Ela fora fria.

Não pensou nenhuma vez nos sentimentos dela por ele e vice-versa. Ignorou por completo o amor verdadeiro que emanava entre os dois. Claro que ele queria se ver livre da maldição, mas não queria que ela se sacrificasse quanto a isso. Nunca!

Lágrimas derramadas não eram o bastante. Não iria trazê-la de volta.

Ela jogou um futuro no abismo.

Ela jogou a sua vida fora.

Ao mesmo tempo jogou a dele.

Eles poderiam ignorar essa guerra e deixar que uma dos cinco grupos tomasse conta de Mariland. Eles não eram obrigados a isso. Mas estamos falando de Katherine, a garota que pensa nos outros antes de si mesma.

Mas que não pensou nele.

Ela fez algo que ele nunca perdoaria.

Arrancou o seu coração e jogou no abismo como se não fosse nada.

_*_

Seus pensamentos estavam embaralhados. Sentia a cabeça pousada em algo macio como algodão. As pálpebras pareciam pesadas, teimando-a para que não pudesse abrir os olhos. Assim que o fez, sua vista estava embaçada e parecia queimar. Não sabia onde estava e nem o que tinha acontecido.

Até que tudo se volta a sua mente de uma maneira que a fez ficar cansada. Olhou em volta e viu que estava em uma espécie de sala ou um mundo paralelo em 3D. Coçou a cabeça e olhou em volta novamente. A cama que há segundos atrás ela estava deita, sumiu e a sua frente estava uma mulher muito bonita com um rosto angelical com traços finos.

- Katherine. – ela disse. Sua voz era tão suave que a menina relaxou. Sentiu-se segura de uma maneira estranha. Reparou nos traços da jovem mulher e viu que tinham pequenos detalhes iguais ao de Elizabeth.

- Mãe? – ela perguntou piscando várias vezes.

A mulher riu silenciosamente balançando os ombros.

- Sou eu, querida. – ela falou indo ao seu encontro.

Então, Katherine estava diante da mulher que lhe dera a luz. A mesma que a abandonou, estava na sua frente. A garota não sabia o que sentir. Era um mix de emoções que ela não conseguia encontrar. Alegria, tristeza, amor, raiva.

- Por favor, não se aproxime de mim. – ela disse receosa. Não sabia se estava pronta para um abraço.

Eleanor recuou, com um rastro de decepção em seu semblante. Ela deu sorriso fraco e voltou o seu olhar para a filha.

- Eu senti tanto a sua falta.

- Você está viva? – a menina perguntou um tanto assustada.

- Não. O que você está vendo é a minha alma.

- Então...

- Eu sei que é complicado, mas... – ela falou calmamente. Katherine podia jurar que vira algo triste reluzir em seu olhar.

- Espera! Eu estou morta? – ela perguntou, tateando o corpo. De uma maneira estranha, sentia falta de algo.

- Você está morta para o Outro Lado, mas está viva aqui em Mariland.

- Não entendo. Eu me sacrifiquei. Deveria ter morrido! – disse confusa. Sentia-se feliz por ter morrido, mas isso não faria com que o plano corresse.

- Para Maris Aurora e suas amigas, você está...

- Isso eu entendi! O que está encafifado na minha mente é o porquê deu estar aqui com você. - ela disse com cuidado para não ser grossa.

- Você não se sacrificou completamente. Ele se sacrificou por você. Se não fosse por ele, você estaria morta aqui e lá.

- Quem? – Katherine perguntou incrédula.

- Seu filho.

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Capítulo pequeno, mas cheio de surpresas! Comentem e votem, pois eu amo! Isso vale para os leitores anônimos hehehe

Do Outro Lado| [ reescrevendo ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora