27. Despedida?

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  "Se lhe mostrasse o quanto precisava dele, ele sairia correndo" 

- Eleanor & Park 

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A cidade era algo abstrato. Uma coisa que Katherine nunca imaginou ver em sua vida. As casas eram cubículos de madeiras com frestas. Não parecia o tipo de lugar que um homem como Edward, costumava frequentar. Além do mais, Katherine percebeu que não havia nenhuma árvore ali, diferente da pequena comunidade onde Thomas morava, onde tinha árvores com casas construídas junto as suas raízes.

- Não seremos atacados aqui. – Edward diz. – Proteção das fadas.

Uma mulher idosa estava varrendo do outro lado da rua. Sua expressão era de desolação e seus movimentos eram automáticos. Ela olhou para Kate rapidamente e voltou a varrer.

Kate estranhava todo aquele pequeno local. Um bairro pobre e desprovido de esperança. Ela via isso nos olhos das tristes fadas que caminhavam e no olhar cruel de outras fadas. As fadas de asas negras brilhantes. Olhavam-na como se fosse ataca-la a qualquer momento.

- Não estou gostando desse lugar. – ela sussurra para Nyedra.

- Só tome cuidado. Essa parte de Mariland não é muito saudável.

Então, avistou outros tipos de casas ao invés dos cubículos. Viram casas arredondadas feitas de folhas secas, galpões de metal e aço inoxidável até que chegou a um grupo de casas que a surpreendeu. Eram simples, mas cobertas por folhas prateadas. Era algo atraente de se ver em um ambiente deplorável como aquele.

Em um dos galpões, uma múmia saiu com um maço de cigarros. Seus olhos eram amarelados, mas não em um tom feliz e sim aterrorizante.

- Não o encare muito. – Edward diz ao seu aproximar de Katherine.

- Ele é uma múmia?

- Não. Seu nome é Jason. Ele sofreu com queimaduras quando tinha quinze anos. Revoltou-se e começou a colocar ataduras sobre o corpo. Cuidado com ele. É um assassino.

Kate sentiu um tremor incomum na espinha. Limitou-se a morder o lábio e continuar andando.

Thomas ia à frente com uma postura aristocrática. Seus ombros às vezes pareciam pender com o cansaço e ele erguia a cabeça. Kate não deixava de reparar em seus traços.

- Thomas, deixe-me ir à frente. Você não sabe onde fica o meu galpão.

O solo se tornou mais quente, mais difícil de caminhar. A areia era grudenta como barro e possuía uma cor de marfim. Nyadra sentia nojo quando suas águas tocavam naquilo.

- Isso é nojento até para mim mesma que já frequentei rios poluídos.

- Onde você vive? – Katherine perguntou.

Do Outro Lado| [ reescrevendo ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora