Do Outro Lado| [ reescrevendo ]

10. Um passeio

''Algumas pessoas se importam demais, 

acho que isso é chamado de amor.''

-Ursinho Pooh

_*_

Controle-se, Katherine.

Controle-se.

Ela só precisava correr.

Mas também precisava da ajuda de alguém.

Estava fraca, não podia correr para muito longe ou acabaria desmaiando no meio do caminho. Tudo o que lhe restou era fingir que nada acontecera e voltar a ouvir o resto da conversa.

- Eu tentei, mas ela é forte demais! Não sei como ainda está viva. – Edward reclamou.

- Deve ser por que ela é metade humana e metade mirland, assim como eu.

- Eu falhei feio! – Edward pôs as mãos sobre o rosto, envergonhado.

Kate sentiu uma súbita vontade de ir até lá e acabar com toda aquela palhaçada.

- Eu sei. – Elizabeth disse em tom zombeteiro. Kate jurou que ela iria usar ironia. – Não vou poder me livrar da minha irmãzinha mais velha para poder tomar o poder do planeta dela e de tudo. Sabe o espelho? Foi roubado!

- O quê? – Edward perguntou assustado.

- Sim! Eu sabia exatamente onde ele estava. Entre as colinas! Mas quando eu cheguei, ele não estava mais lá. Eu terei de pegá-lo para conseguir o poder de todos os planetas, mas isso só será possível se Katherine morrer. Ela sempre atrapalhou meus planos desde criança!

- Acalme-se, Eliza. O quê irá fazer agora?

- Vamos matá-la, oras! Mas ela não pode nem desconfiar que eu não seja a nossa mãe.

- Entendo perfeitamente. O quê faz para parecer mais velha?

- Uso maquiagem especial das fadas.

- Inteligente.

- Eu sei.

Katherine não conseguiu ouvir mais nada, apenas correu em disparada mesmo sem saber para onde ir. Só queria sair daquele martírio o mais rápido possível. O corredor vazio, como sempre, iluminado por suas lágrimas.

_*_

Assim que chegou ao quarto, Katherine ficou sem saber o que fazer e para onde ir. Ora, ela estava doente e sem nenhum resquício de melhora. Precisava planejar um bom plano para sair daquela cova.

E para isso, ela precisava da ajuda de uma pessoa.

Kate se tacou em cima da cama, bufando. Por mais que ela não quisesse a ajuda dele, ela precisava. Aliás, ele que roubou o espelho, logo, ele era o único que podia levá-la para a Terra de volta.

Eu não deveria ter vindo.

Olhou para fora e viu que o Sol estava nascendo.

Precisava ser rápida.

Correu pelos corredores vazios e escuros até tombar em um homem alto e musculoso. Ela ficou aturdida e quase caiu para trás por conta da fraqueza.

- Você está bem? – ele pergunta. Era uma voz conhecida e calorosa, mas Katherine não conseguia ver quem era.

- Não... Tire-me daqui.