Do Outro Lado| [ reescrevendo ]

21. A magia das fadas

''Há um monte de contos de fadas

Embora seja um mundo frio lá fora.''

- All Your Reasons ( Jake Bugg)

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- Precisamos de armas. Eu sei onde encontrá-las. – Edward disse cerrando os punhos. Thomas apenas o observava. Não confiava nada em Edward. Nunca confiou. Sentia algo que depravasse qualquer sentimento em relação ao mesmo.

- E onde pretende arranjá-las? – Thomas perguntou olhando ainda para o rapaz.

- Tenho armas na minha casa.

- Ah... Sabe que é proibido portar armas em casa e ainda por cima é segurança?

- A rainha é uma psicopata. Não temos tempo para julgar. – Kate disse rolando os olhos. – Não temos outra opção, Thomas.

- Mas eu não quero que tome decisão precipitadas! É o lado sombrio. Já passei por lá e não é fácil com os animais a espreita e de brinde os manipuladores que agora quer nos matar. – Thomas disse rapidamente.

- Eu sei Thommy, mas é a nossa única solução. Se morrermos, nós vamos pelo menos morrer tentando viver. Não é sentado aqui olhando um para o outro que vamos resolver as coisas! – Katherine se exaltou.

- Desculpe Kate. Perdoe-me. – Thomas disse abaixando a cabeça e chutando a cadeira. – Eu só estou tentando ajudar.

- Nós passamos para a floresta e pegamos as armas na minha casa.

- E o que faremos depois?

- Veremos como o destino está. Está-se ao nosso favor ou não.

- Tem que estar. – Katherine falou convicta.

- Bom, melhor descansarmos. – Thomas diz.

- Sim.

Thomas cerrou os olhos para Edward e foi para o seu quarto dormir sem olhar para Katherine. Ele não podia acreditar que ela estava acreditando em toda aquela lorota. Revirou os olhos. Estava com raiva. Muita raiva, pois tudo estava dando certo entre ele e Kate.

Batendo a porta do quarto com força e transtornado com a situação, Thomas se deitou na cama e pôs se a olhar para o teto novamente, lembrando-se das palavras da mãe:

- Ela é perigosa... Pare de olhar a menina do espelho!

- Mas eu a convidei para ver as fadas...

- O quê? – ela esbravejou. – Nunca mais verá o espelho! Vou escondê-lo de ti!

- Não deves fazer isso!

- Sei que devo e vou fazê-lo!

Thomas deixou as lágrimas rolarem pelo travesseiro. Ela a amava tanto que doía na alma. O peso dos anos que passaram separados. Será que a mãe tinha razão?– pensou.

O cansaço pelo excesso de pensamentos começou a dominá-lo. Logo adormeceu.

-*-

Thomas acordou subitamente, horas depois. Ele parecia ter ouvido em alto tom, conversas na pequena sala, então resolveu sair para saber o que estava acontecendo. Culpou-se por deixar Katherine sozinha com Edward. Não sabia do que ele era capaz de fazer.

Foi ai que ele levou o maior baque de sua vida. Sentiu algo estraçalhar seu coração e uma raiva ainda maior que a anterior o dominar ao ver Kate aos beijos com Edward.

O relógio apita.

Mas ele não fez nada.

Se era assim que Katherine queria, para ele, tudo bem.

O relógio cessa e ele esboça um sorriso cínico, mas carregado de uma enorme decepção.

- Está na hora de irmos, não acha? – ele pergunta.

Katherine parecia que tinha visto um fantasma. Seu rosto estava branco e seus olhos estavam arregalados.

- Thomas, você... – ela tenta dizer, mas é interrompida.

- Katherine, temos uma relação profissional, não lembra? – ele pergunta pondo a mão no coração, tentando parecer chocado.

- Sim, mas...

- Mas nada. Vá pedir para alguma das fadas fazerem algo para você. – ele diz em um tom rude. Katherine abre a boca para tentar dizer algo, mas é interrompida novamente: - Vá! O tempo está passando.

Sem dizer mais nada, ela vai até o quintal com raiva. Ora, porque ele não deu uma oportunidade a ela de se expressar? De contar a verdade? Bufou de raiva e assim que avistou uma mini-fada, ela gritou:

- Ei, ajude-me!

A pequena fada olhou para Kate assutada e murmurou algo em sua língua, algo que Kate não podia entender.

- Preciso que faça uma roupa boa o bastante para eu enfrentar criaturas... Ah... Malignas. – ela diz um tanto enrolada.

A mini-fada balançou a cabeça positivamente e esboçou um sorriso. Ela foi até as suas irmãs e elas cochicharam entre si, deixando Kate preocupada, pois não sabia se elas iriam ou não ajuda-la.

Elas voltaram e todas balançaram a cabeça rindo. Uma fada tocou no dedo de Katherine e apontou para o canto direito, onde estava à casa das mini-fadas, dentro da árvore.

Assim que atravessou a portinha rosa com o numero seis, entrou na árvore e viu que parecia ser bem maior do que imaginava. Era mágica e espaçosa. Tinham vários quadros e tudo era pintado de dourado.

Olhou em volta e viu vários vestidos de todas as cores e formas. Um deles estava escrito ''Para a Rainha'', fazendo o estômago  de Kate revirar.

A mini-fada que havia arrastado Katherine até a casa, transformou-se em uma fada de tamanho real para a surpresa de Kate. Ela ficou embasbacada diante da mudança. A fada sorriu e lhe disse:

- Não posso ficar desse tamanho por muito tempo. Vou lhe dar o vestido.

- Poderia ser algo mais como um macacão? Algo simples.

- Claro. Venha. – a fada estendeu as mãos para Katherine e a arrastou até um circulo que havia no meio da sala. Ela estalou os dedos e a magia começou.

O corpo de Katherine ficou envolto de pó magico que rodeava as pernas e os braços tirando sua roupa e colocando outra em seu lugar. O vestido que agora, era uma blusa de mangas pretas com vários desenhos da mesma cor em relevo, parecia algo ninja. A calça, de mesma coloração era colada e logo abaixo, um coturno cinza escuro.

Kate não podia acreditar no que estava vendo. Parecia brava e disposta a enfrentar qualquer coisa. Estava ansiosa pelo futuro.

- Não consigo acreditar. – ela disse rindo. – Muito obrigada.

- Essa roupa vai se adaptar a qualquer movimento que fizeres. – disse que a fada que logo voltou ao seu tamanho normal. Kate respirou fundo e foi saiu da casa das fadas, dando um aceno como forma de agradecimento. Elas sorriram e Kate foi à casa de Thomas.

Ao chegar lá, os meninos estavam preparados. Edward usava as suas roupas antigas que já estavam limpas. Uma camiseta preta rasgada e calças largas. Thomas usava um casaco muito bem equipado e uma calça feita com um tecido que Kate desconhecida. Ambos ficaram paralisados ao vê-la.

- Vamos, não temos tempo a perder. – ela disse.

Sendo assim, eles saíram da casa e caminharam rumo a floresta sombria.

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