Brincando com a morte- Vinnie Hacker

honeymoon

POV Madi

Assim que pisei no resort, eu senti meu corpo todo relaxar. Era como entrar em outro mundo, o cheiro doce das flores tropicais, misturado à maresia, envolveu meus sentidos. O piso de mármore refletia as luzes quentes, e o som distante das ondas quebrando contra a areia chegava como um sussurro. Tudo era tão calmo...

Segurei firme a mão de Vinnie. Ele caminhava com aquela postura que nunca perdia.

Eu observava os lustres de cristal no teto alto, mas também percebia as saídas laterais, os cantos do saguão, os detalhes que só alguém como eu se daria ao trabalho de analisar. Velhos hábitos não morrem, afinal.

— Parece que escolhemos bem — ele murmurou no meu ouvido, a voz grave, e um arrepio subiu pela minha pele.

Sorri de canto, sem deixar de avaliar o
ambiente com os olhos — É perfeito.

Quando finalmente chegamos ao quarto, senti meu coração acelerar, mas não pelo luxo que se revelava diante de mim. Era pela sensação de que aquele seria o primeiro momento
em que estaríamos, de fato, sozinhos.

A cama imensa coberta de pétalas vermelhas, as velas acesas, a varanda com vista para o mar, tudo parecia montado para um cenário de filme. Caminhei devagar, passando a ponta dos dedos pela madeira escura dos móveis e pelo tecido macio que decorava o ambiente. A banheira de hidromassagem borbulhava ao fundo, já preparada, e uma garrafa de champanhe repousava em um balde de prata.

— Esse quarto é sensacional — O loiro comentou — Eu nunca vou esquecer essa semana que passaremos aqui.

Virei-me devagar, encontrando o olhar intenso de Vinnie me
observando. Um sorriso escapou dos meus lábios — Vai ser inesquecível.

Vinnie jogou o casaco sobre a poltrona e abriu o primeiro botão da camisa.

Eu o acompanhei com os olhos, divertida — Já está se despindo? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

Ele riu baixo — Quem me dera estar me despindo por inteiro agora — comecei a rir — Mas vou me comportar e colocar uma bermuda para a gente aproveitar aquela piscina.

— Aquela piscina é um sonho — respondi e caminhei até a mala e comecei a procurar meu biquíni — Enquanto isso, ele se aproximou, tirando a calça  com movimentos lentos, quase provocativos.

— Confesso que nunca imaginei que a gente teria uma viagem tranquila — Ele colocou a bermuda mas com os olhos fixos em mim.

— Tranquila? — sorri de canto, tirando os brincos e deixando-os sobre a mesa de cabeceira — Você esqueceu quem somos? Até num paraíso desses, eu ainda analiso onde estão as câmeras e quantas portas de emergência existem nesse corredor —
Ele riu de novo, aproximando-se mais.

— É por isso que eu casei com você. Sempre atenta — ele depositou um beijo no meu pescoço — sempre tão linda...

— Não me venha com charme barato,— retruquei rindo, segurando o biquíni e indo para o banheiro.

Troquei de roupa rapidamente e, quando voltei, ele já estava sentado na beira da cama, mexendo na garrafa de champanhe. Por um instante, me perdi na cena. Aquele era o meu marido!

— O que foi? — ele perguntou, percebendo meu olhar.

— Nada... só estou me acostumando com a ideia que a partir de agora tenho que te chamar de marido.

Ele ergueu a sobrancelha, satisfeito
— Vai ter que se acostumar rápido. Eu pretendo ouvir isso por muito tempo.

Balancei a cabeça, tentando esconder o sorriso, e estendi a mão — Vamos, antes que eu desista da piscina e te arraste pra cama.