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POV Madi

Acordo com uma luz forte em meus olhos. Ai, meu Deus... QUE DOR DE CABEÇA.

Respiro fundo, tentando me recompor, até que minha visão começa a clarear. E é aí que vejo Vinnie, segurando a minha mão e com o rosto tomado pela preocupação mais intensa que já vi.

— Onde eu estou? — penso, confusa. Olho para baixo e percebo os cabos conectados aos meus braços. E, como uma enxurrada, as lembranças da briga com James me invadem. Será que... será que ele morreu mesmo? Meu coração dispara, acelerado e tenso.

Vinnie percebe meu movimento e aperta minha mão cuidadosamente

— Finalmente você acordou! Como você está? Sente alguma coisa? — a voz dele treme, cheia de desespero.
Não consigo evitar um sorriso travesso, mesmo naquele momento de tensão.

— Quem é você? — digo, fingindo confusão. — Onde eu estou?

O rosto dele empalidece por um instante, e a ansiedade brilha em seus olhos — Não... não... doutor! Por favor, venha aqui! — ele grita para a porta, quase em pânico.

Sinto uma pontada de culpa, mas não resisto — CALMA, VINNIE. Tô brincando, bobo — solto uma risada rouca, vendo seu semblante fechar instantaneamente. — Desculpa, não podia perder a oportunidade.

Ele suspira e, mesmo sério, não consegue evitar um sorriso de canto.

— Só porque eu senti falta dessas suas piadas idiotas — diz ele.

— Então me diz logo... conseguimos? Aquele verme morreu? — pergunto, ansiosa, coração disparado.

— Você conseguiu, Madi. Estamos livres. — Ele se inclina e deposita um beijo suave na minha testa. As lágrimas surgem sem que eu consiga controlá-las.

— Eu nem acredito... finalmente vou poder viver sem medo, sem ele estragar tudo de novo — passo a mão pelo rosto, enxugando o choro.

— Mas só vou falar uma coisa... — ele diz, me encarando firme — você precisa parar de ser tão teimosa! Sabe que quase matou todos de preocupação indo lá sozinha!

— Desculpa, Vinnie... mas é o meu jeito — digo, baixando a cabeça e olhando pra ele com um olhar de cachorrinho. — Eu precisava acabar com isso. Se fosse outra pessoa, eu não ia ficar em paz.

— Não precisa mais se preocupar, linda. Vamos comemorar assim que você sair daqui — ele diz, segurando meu queixo e me fazendo olhar direto em seus olhos. O olhar dele é tão intenso, tão amoroso, que quero congelar aquele instante. — Quer que eu traga algo pra você comer?

Sem pensar, pulo em seus braços e o beijo, cheio de saudade e alívio. Ele corresponde de imediato, e por um instante, tudo desaparece, os cabos, a dor, o medo... só existimos nós dois.
Quando nos separamos, ele acaricia meu rosto com delicadeza.

— Quanto tempo fiquei apagada? — pergunto.

— Três dias. Três longos e intermináveis dias — responde, os dedos deslizando pela minha pele, como se quisesse ter certeza de que eu realmente estava ali — Todos estão morrendo de saudades suas.

Nesse momento, a porta se abre devagar, e os meninos entram, cada um com o olhar radiante e aliviado. Noah dá um passo à frente com um sorriso, Tayler e Jaden apenas trocam olhares cúmplices e aliviados.

Brincando com a morte- Vinnie HackerWhere stories live. Discover now