Capitulo 33 - Blackout

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Christopher Graham

- Que mulher, meu amigo... - Will sussurra ao meu lado, enquanto assistíamos Jlo dançar em cima do palco.

Aquele era o video clipe com o maior número de dançarinos que já havíamos gravado, e a ideia era que fosse como uma festa. Ela fazia um remake da sua música de maior sucesso, por isso, mantinha a mesma estética dourada do clipe antigo. Todos os dançarinos tinham os corpos pintados, e usavam roupas em um tecido cintilante, ela era a única que usava um macacão de pedrarias, que a fazia brilhar mais do que os outros.

A mulher era literalmente quente, ela seduzia a câmera, a plateia, os dançarinos, e até o Hugo, que não gostava da fruta.

Eu admirava sua beleza, achava-a uma mulher espetacular, mas era como olhar um tênis, que eu não preciso, na vitrine, não valia a pena trocar o que eu já tinha em casa.

- Ham... er... sei lá... - Digo, sem muita graça.

- Tudo bem, querido. - Ana toca em minha mão, repousado sobre o braço da poltrona. - Pode confessar que ela é incrível, prometo que dessa vez eu não vou brigar. Até eu to achando ela sexy...

- Ela quer um "a três", irmãozinho, aproveita. - Will me cutuca, sentado do meu outro lado.

- Ai, Malone, cala boca! - Ana franze o nariz, fazendo uma careta de nojo.

Viro sobre os ombros, a procura da garota de óculos nos olhos e sardinha nas bochechas, mas tudo o que encontro atrás de mim é a cara feia do Daniel, insatisfeito pelo clipe está sendo um sucesso, mesmo tendo tudo para dar errado.

Aceno para ele, com um sorriso irônico nos lábios. O homem, que já tinha alguns fios brancos em seu cabelo preto, apenas olha para mim sem esboçar nenhum sorriso, e tira seus olhos de mim, voltando para o palco.

Volto a procurar pela Ceci, me questionando onde ela havia se escondido, o lugar dela continuava vago na fileira de trás.

- Cadê a Ceci? - Sussurro para Will, me aproximando de seu ouvido, para que ninguém mais pudesse me ouvir.

Ele olha para o relógio em seu pulso.

- Ainda não deu meia noite...

- Ham? - Franzo o cenho, confuso.

- Podia ter virado abóbora, mas ta cedo.

- Ai, cala boca! - Estalo a língua, irritado, e me levanto, sendo detido pelas mãos de Ana.

- Onde vai?

- Procurar a Ceci. - Confesso. - Faz tempo que ela sumiu...

- Idai, Chris? Larga essa mulher, você não precisa dela agora!

- Estou preocupado, Ana...

- Preocupado com o que? Ninguém vai sequestrar ela, seria desperdício de tempo. - Gargalha, extremamente maldosa.

- Você não cansa de ser um ser humano horrível?

Puxo meu braço violentamente, no minuto exato que as luzes se apagam e o alvoroço começa. De início, penso que estava entrando em surto, que talvez eu tivesse piscado muito lento, até me dar conta de que, realmente, a luz havia acabado.

Todos se levantam, e meus olhos vão até o fim da sala, mas eu não conseguia enxergar onde ela começava ou terminava, tudo o que sinto é a energia angustiante das pessoas que rapidamente ligavam as lanternas de seus celulares.

- Ceci... - Sussurro, largando todos que chamavam por mim.

Naquele momento, tive medo de que ela estivesse em perigo. O teatro era enorme, havia milhares de pessoas estranhas por cada metro quadrado, e ela era extremamente inocente. Me lembrei de como foi fácil para a Oliver machuca-la, e não seria difícil que outra pessoa tentasse fazer o mesmo, agora que tinha a oportunidade. Ela nunca devia ter saído do meu lado.

A Estranha Cecília - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora