Capitulo 3 - Bem Vinda à Splendore

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- Bom dia, eu sou Cecilia Rojas Avelino, eu vim para o cargo de secretária da presidência! - Falo rapidamente, para a mesma recepcionista do dia anterior, que dessa vez usava um blazer cor de rosa.

- Bom dia, senhorita Cecilia, como está?

- Bem, obrigada! - Forço um sorriso.

- Otimo! Pode subir, o senhor Christopher Graham está à sua espera.

Meus olhos se arregalam.

- O presi-presiii...dente? - Gaguejo, sem querer.

Era óbvio que eu sabia que trabalharia para ele, e que isso significava que constantemente nós nos veriamos. Mas eu não estava pronta para ve-lo, especialmente para vê-lo depois de andar de casa até o escritório. Talvez eu devesse ter escutado minha mãe somente uma vez na minha vida, e ter colocado uma roupa um pouco melhor. Ele é tao chique e elegante... vai odiar ter uma secretária tão estranha.

- Sim, o presidente. - Aponta para o elevador. - Ele está te aguardando na sala de reuniões, no último andar.

- Obrigada. - Faço uma reverência e saio, com os olhos para baixo e andando tão rápido que poderia tropeçar em meus próprios pés. Isso porque eu queria evitar de dividir o elevador com outras pessoas. Eu não era exatamente tímida, mas naquele dia, eu estava tão nervosa que temia gaguejar se tivesse que dar mais um "bom dia".

•••

Quando o elevador para no andar, meus olhos saltam de órbita. Diferente da recepção moderna e clin, ali parecia um pouco mais aconchegante. O cômodo era grande e a primeira visão que tínhamos era de uma pequena salinha de estar em tom de azul, separada das secretarias por um murinho branco enfeitado por jardineiras. As mulheres se agrupavam em mesas de madeira clara no centro do salão, em duas filas de dois. As inúmeras portas tinham cores diferentes, uma branco, outra azul e somente uma tão escura que quase parecia preto. Em uma das paredes, varias capas de revistas e imagens publicitárias estavam enquadradas, decorando do teto ao chão. Do lado oposto, um painel aceso tinha o nome da splendore. O teto possuía uma enorme claraboia que permitia entrar a luz do sol e isso deixava o ambiente delicioso.

Saio do elevador, lendo as placas ao lado de cada entrada. No final do hall, eu vejo "presidência" escrito no metal. Um sorriso se forma em meus lábios enquanto passo meus dedos pelo lugar.

Logo eu estaria trabalhando para aquele lugar, eu tinha certeza que sim.

Suspiro.

"Sala de reuniões" leio, quase em um sussurro, antes de bater na porta ao lado.

- Entra! - Ouço uma voz grave e abafada pela madeira, ordenar.

- Me ajuda, São Judas... - Sussurro, respirando fundo e finalmente abrindo a porta.

Assim que entro no cômodo, me assusto com a quantidade de gente. A mesa de reuniões tinha três homens e duas mulheres.

Eu sabia quem eram todos eles.

Dona Ana;
Seu Christopher;
Seu William;
Seu Louis do RH;
e senhorita Oliver Birman.

Quando me veem, todos congelam, parando, imediatamente, de falar o que estavam dizendo segundos antes de eu entrar. Dona Ana deixa escapar uma gargalhada, prontamente escondendo com as mãos. Seu Will não ri, mas parece absurdamente em choque ao me ver. Mas eu não ligo, porque meus olhos os tem em segundo plano.

Na ponta da mesa estava parado o homem mais lindo que eu já havia visto em minha vida, e é nele que está toda a minha atenção. Senti meu coração saltar na garganta, no momento exato que seus olhos saíram do celular em suas mãos e subiram até mim. Diferente dos outros, ele não riu, ou se quer arregalou seus olhos, ele me observava sem expressar nada, o que era infinitamente pior, eu estava acostumada com as caretas, mas não com as caras de paisagem. As vezes, sentir que não é importante pode ser pior do que incomodar as pessoas.

A Estranha Cecília - Chris EvansWhere stories live. Discover now