Capitulo 24 - A experiencia

241 24 43
                                    

Somente no fim do dia, praticamente segundos antes de eu desligar o meu computador, que seu Christopher apareceu. Ele não só não havia ido até minha sala, como também não havia ficado na sua, parecia fugir de mim, o que era estranho, já que foi justamente ele que me pediu para não trata-lo com indiferença, que me enviou um presente romântico, e agora também era ele que me ignorava.

De um jeito estranho, estava grata por ele ter feito isso, eu realmente precisava me desvincular da lembrança da sua existência para conseguir trabalhar em paz, ou colapsaria de nervoso e não terminaria de maquiar o balancete até a reunião de julho.

- Ceci? - Entra, um pouco tímido. - To vendo que recebeu meu presente... - Se espreitando pela mesa. - ...não falou nada? Não gostou?

- Ah, então foi o senhor... - Divido os olhos entre ele e as flores ao lado do meu computador - Gostei, obrigada, são lindas.

- Como assim? - Suas sobrancelhas se franzem - Quem mais poderia ser?

- Ninguém. - Volto a fitar a tela do meu computador, onde eu já fazia a transferência da quinzena dos sócios. - Já fiz a transferência bancária dos acionistas. Prefere que eu envie o comprovante para o seu e-mail ou para o seu WhatsApp?

- Não quero que envie pra lugar nenhum. - Puxa a minha cadeira em sua direção, me girando tão rápido que tonteio. - Quero saber quem você pensou que tinha mandado as flores.

- Então vou enviar por e-mail. - Contenho a risada e afasto suas mãos da cadeira, voltando a gira-la para dentro da minha mesa, onde reviro minha gaveta. Não o vejo, mas sinto sua respiração pesada ao meu lado, tão bravo que o ar havia duplicado de densidade. Ele conseguia ficar ainda mais lindo com ciúmes. - Tenho uns documentos para o senhor... - Volto em sua direção, esticando-lhe uma pasta, que ele hesitava em pegar. Suas sobrancelhas continuavam franzidas e seus lábios entre abertos enquanto me observava. Eu daria um braço por seus pensamentos. - Insisto que leia!

Finalmente obedece, ainda bufando contrariado. Primeiro, ele parece pouco convicto a ler a documentação, mas logo um sorriso se abre em seus lábios, enquanto passa seus olhos por cada linha impressa na folha.

- Quando fez isso?

- Hoje a tarde, pela internet. O CNPJ já está em meu nome, eu só preciso esperar o alvará da prefeitura, que leva em torno de uma semana para sair, é o tempo que a Filmes e Imagens me transfere o dinheiro.

- O que te fez mudar de ideia?

Dou de ombros, me colocando de pé e tirando a pasta de suas mãos, que jogo sobre a mesa antes de tomar a liberdade de me aproximar dele.

Ele era a razão para minha loucura. Simon e Paulina tinham razão, ele estava apaixonado, e eu queria viver aquilo, por mais errado que fosse. Eu encararia como uma aventura. Se não fosse comigo, ele trairia dona Ana com outras pessoas, de qualquer jeito, além do mais, ela me odiava. Depois de me chamar de gárgula, seria ótimo beijar o noivo dela.

Diferente do que a minha aparência insinuava sobre mim, eu não era santa, e aquele homem despertava o pior de mim.

Passo os braços por seu pescoço, fazendo ele se assustar por alguns segundos, antes de colocar suas mãos em minha cintura. Me coloco na ponta dos pés e deixo um beijo leve em seus lábios, e isso foi o suficiente para fazer sua boca se abrir, esperando por minha língua, mas dessa vez, tudo o que ele teria seria um tímido selinho.

- Você! - Acaricio sua barba, antes de me afastar.

Não era verdade, mas também não era mentira. Eu fazia isso por ele, mas não pelo cartão ou pelo beijo, mas porque eu era apaixonada por aquele homem, tão perdidamente que deitaria no chão da 5th Avenue e pularia do empire state sem paraquedas, se ele me pedisse. Minha paixão era cega e muda, eu apenas ouvia sua voz e me guiava para onde ele me mandava ir.

A Estranha Cecília - Chris EvansNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ