Capitulo 19 - A Carga

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(Algumas semanas depois)

Explicar para ele o risco de se comprar um equipamento tão caro, de uma pessoa desconhecida, não adiantou, ele confiava no seu Will e seu Will jurava de pés juntos que o dono da empresa era um amigo e que o empreendimento era seguro. Diferente do que dona Ana pensava, eu não tinha tanta influência sobre ele, porque por mim ele jamais teria feito aquela compra, especialmente porque mentia para todos, dizendo que as câmeras seriam compradas através da filmes e imagens.

Ainda não era dia da reunião do conselho, mas todos estavam reunidos pois os pais do seu Christopher haviam chegado de uma viagem pela Europa, e isso o deixava completamente nervoso.

- Estou feliz de ver que as coisas estão indo bem. - Seu Roberto diz, sentado ao lado do filho. - Estou impressionado com a quantidade de produções. Então agora também estamos produzindo vídeos para... como é mesmo o nome?

- Podcast. - Eu digo - É pro YouTube.

- E tem rendido uma grande porcentagem para a empresa, papai. - Seu Christipher diz - Procurar influenciadores digitais foi ideia da Ceci. A gente teve um gasto com a compra de novos estúdios, mas estamos obtendo bastante lucro também.

Isso não era uma mentira, de fato o podcast nos rendia um bom lucro, mas era uma meia verdade, afirmar isso como se a empresa estivesse em um grande momento de ascensão econômica, quando na verdade estávamos pegando empréstimos com os bancos para quitar as dívidas da compra dos estúdios novos.

- Então parece que essa mulher é uma presidente melhor do que você, Christopher. - Daniel provoca.

- Mas quem contratou ela? - Ele brinca, piscando ironicamente para o acionista - Pois então, o crédito é todo meu! Além do mais, a ideia dos estúdios novos foi minha, a Ceci recomendou que alugássemos, mas economizamos com a compra.

- Estou muito feliz com o trabalho que sua equipe vêm realizando, Chris. - O pai diz - A Cecília foi realmente um ganho para essa empresa. Se continuar assim, tenho certeza que até setembro terá batido sua meta.

E ai também estava outra mentira. Para batermos a meta não seria necessário apenas continuar lucrando com os podcast, mas que os outros clientes nos pagassem as dívidas, para que pudéssemos quitar os bancos.

- Eh... esperamos que sim, pa...

Suas palavras são interrompidas pela porta, que se abre violentamente quando a mulher loira entra, com seu cabelo perfeitamente escovado, uma blusa preta e branca de gola alta e a calça de alfaiataria de todos os dias, além de um batom exageradamente vermelho.

- Bom dia! - Ela abre um sorriso, enquanto da passagem para o garçom entrar, empurrando um carrinho de comida. - Tomei a liberdade de trazer um cafézinho para vocês. - Pega a primeira xícara e oferece ao seu Roberto - Descafeinado e sem açúcar como o senhor gosta.

- Obrigado, Oliver, isso foi muito atencioso. - Sorri gentil, aceitando o café.

- Para o Daniel, um café preto bem forte, mas com bastante açúcar...

- É que eu gosto de tudo bem doce e forte... - Ele diz, maliciosamente olhando para o corpo da mulher, quando ela se aproxima para entregar sua xícara.

- Ai Daniel, por favor! - Dona Ana o repreende, sentada do outro lado do seu Christopher, e ao meu lado.

- Para todos os outros, café normal. - Ela aponta para o garçom, que já começava a servir. Ela sorria orgulhosa, como se fosse um trabalho muito difícil de ser realizado. (...)

- Muito obrigado, Oliver. - Seu Chris diz, depois de bebericar em sua xícara - Mas cadê o da Ceci?

- Ai, Christopher! - Ela bate na própria coxa - Se a camundongo quiser, que vá buscar o próprio café.

A Estranha Cecília - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora