Capitulo 32 - No teatro

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Cecilia Avelino

Finalmente o dia mais esperado havia chegado, estávamos todos reunidos no teatro onde seria gravado o clipe da Jlo.

As cadeiras seriam quase todas ocupadas, seja pela equipe, pelos fãs, ou pelos familiares e amigos. Até o marido dela estava presente para prestigia-la, e eu não pude deixar de reparar no quanto ele era bonito. Enquanto ele servia um prato de guloseimas que havíamos disponibilizado na recepção, eu o observava de longe, segurando um celular em mãos, qual eu devia estar usando para ligar para Filmes e Imagens, atrás das câmeras de vídeo que ainda não havia sido entregue. Ele tinha uma barba grisalha e sexy, seu queixo era bruto, ao mesmo tempo que possuía uma boca delicada, era alto, com ombros largos e mãos grandes... se não tivesse idade para ser meu pai, com certeza seria a própria personificação da perfeição.

- Cecilia? - Seu Christopher para de frente para mim e de costas para todo restante. - Conseguiu falar com a Filmes e Imagens? - Pergunta, tirando os olhos do ipad em suas mãos e seguindo o meu olhar.

Seus olhos acharam o homem do outro lado, fazendo seu nariz se retorcer um pouquinho, mesmo tentando evitar uma careta.

- Ainda não...

- Ao menos tentou? - Se aproxima ainda mais, cobrindo minha visão e me obrigando a olhar somente para ele.

- Não, senhor...

- E ta esperando o que?

- Alguma vez a filmes e imagens falhou com o senhor?

- Ah não, só tirando quando eles subornaram minha assistente... - Abana a mão no ar - Pouca coisa...

Desvio os olhos para o chão, constrangida.

- Vou ligar agora mesmo.

Faço uma breve reverência, antes de sair de perto, discando o número da fornecedora. Ele só havia fechado com a Filmes e Imagens por minha causa, se algo desse errado, eu me sentiria eternamente culpada.

- Cecilia? - Viro sobre os ombros, quando ele brada meu nome de um jeito um tanto quanto zangado. - Eu percebi!

Toda vez que sentia ciúmes suas sobrancelhas se franziam e ele tinha uma expressão de dor tão fofa que me dava uma vontade desesperada de aperta-lo. Eu queria poder encher ele de beijos ali mesmo.

- Sei, sua percepção é ótima. - Debocho, sem nem precisar perguntar à que ele se referia.

- A sua, então... melhor ainda!

- Não tanto... - Aponto para meus óculos. - Minha miopia as vezes me atrapalha...

- Não foi engraçado. - Arqueia suas sobrancelhas, sem esboçar um único sorriso.

Diferente disso, eu não escondo minha satisfação, era lindo ver como ele realmente sentia ciúmes de mim.

Nunca, em toda minha vida, pensei que alguém teria medo de me perder. Mas especialmente depois que passei a me esconder atrás das roupas feias e longas, eu nunca imaginei que uma pessoa como ele, ou qualquer outra, acreditaria que outro homem também poderia se interessar por mim, afinal, já era um milagre que um me quisesse, quem diria dois... Talvez a mente dos homens funcionasse diferente da minha, porque definitivamente eu não conseguia entender.

- Chris?

Do outro lado do hall, seu Will acena para nós, gritando o amigo enquanto segurava no ombro de um homem que parecia muito um entregador de transportadoras.

- Ai, graças a deus! - Ele resmunga para si mesmo. - Vou receber as câmeras, a gente conversa depois.

Assinto para ele, ainda segurando a risada, e observo-o se afastar correndo.

A Estranha Cecília - Chris EvansWhere stories live. Discover now