A Estranha Cecília - Chris Evans

Capitulo 30 - Times Square

- Como ta se sentindo, agora que está chegando a data do clipe da Jlo? - Pergunto, enquanto caminhávamos pela Times Square saboreando um delicioso sorvete.

Já era noite, e embora precisássemos ir embora, lá estávamos nós, caminhando pela multidão, ignorando os pedintes e com os olhos refletindo as luzes dos telões coloridos que nós cercavam.

Eu devia estar em casa, mas ele tinha pedido com tanto carinho que não soube dizer não. Eu era tola por ele, e era capaz de oferece-lo a minha vida, em troca do seu amor. Mesmo tendo ele ali, eu ainda me sentia estupida por pensar que algum dia aquele homem seria verdadeiramente meu.

Próximo de algumas pessoas fantasiadas, duas crianças tiravam fotos, pareciam ser irmã, e com certeza eram estrangeiras, a alegria de estarem conhecendo um mundo completamente novo, fez eu me enxergar nos olhos delas. Mas quando olhei para os pais, que batiam a foto, realizados por viverem aquela experiência em familia, eu me perguntei se algum dia eu experimentaria dessa satisfação também. Eu não acreditava mais que seria possível encontrar alguém no mundo capaz de me amar tanto, que dessa paixão nasceriam belíssimos frutos.

Me sentia cafona, por imaginar o homem ao meu lado como o pai dos meus filhos, mas era exatamente o que se passava por minha cabeça. Uma ilusão, que passeava por minha mente como uma fumaça que invade todo o ambiente, ao ponto de embaçar a visão.

Olhei para ele, que devorava sua casquinha sabor baunilha, ignorando completamente a colher e optando por usar a própria língua, o que resultou em uma barba completamente suja de sorvete.

Sorrio, admirando-o. Seu Chris tinha um ar de jovialidade e inocência, mesmo sendo um homem adulto e sexualmente experiente, ele não conhecia o mundo além da sua própria bolha. Até se lambuzar com uma simples casquinha parecia novidade para ele, que tinha dificuldades em escolher qual lado do sorvete lamber primeiro.

- Não quero falar de trabalho. - Responde, entre lambidas. - Hmm... isso aqui é muito bom, a última vez que comi uma casquinha, eu era criança. - Passa a lingua na gota que escorre por sua mão.

- Sério? - Levo a colher a boca, tomando um pouco do meu sorvete também. - Eu venho aqui sempre que posso. Gosto de ver as pessoas felizes. A Times Square é um lugar onde você jamais vai ver tristeza. Todo mundo que está aqui, está realizando um sonho. Acho que ambientes assim são contagiantes, então, eu venho pra me sentir feliz. O sorvete acaba sendo a minha única companhia...

- É que... - Corrige a postura, esfregando a mão na barba, tentando limpa-la - Eu comecei a me profissionalizar muito jovem, era só um garoto. Não tinha tempo pra passear na Times Square.

- Mas tinha tempo pra correr atrás das modelos. - Sorrio, provocativa.

- É... tudo é questão de prioridade. Eu era jovem, os hormônios estavam a flor da pele, sair com mulheres era parte das minhas prioridades... - Ele ri - Mas hoje, eu só tenho duas prioridades na minha vida. - Suspira, enchendo o pulmão - A minha empresa... - expira, esvaziando completamente o peito - E você!

- Ah! - Uma gargalhada me escapa, quando me surpreendo com a resposta. - Ta bom.

- É verdade, não acredita? - Pergunta, entre risos.

- Ue, se o senhor ta dizendo eu acredito, sim. - Nego com a cabeça, contendo a risada com algumas colheradas de sorvete. Eu não sabia o que ele pretendia ganhar com aquela galanteada toda, mas o meu coração ele já tinha.

- Ah Ceci... - Ele aponta para um rapaz vestido de mágico, fazendo um espetáculo com bolhas de sabão gigantes. -...olha!

- Por que não vai até lá? - Aponto para a placa, que incentivava o público a participar.