Christine abriu a porta, virando a placa para aberto e desejando:

- Bom dia, mãe! - olha para o intenso azul do céu e desenhando um sorriso nos lábios - Vamos ter um dia bom! Sinto isso! - fala confiante e caminha em direção a um dos corredores.

O silêncio foi quebrado assim que o sino ecoou no espaço, fazendo a menina sorrir ao saber que já existia um ou mais clientes em seus primeiros minutos de loja aberta.

Assim que olha em direção a imensa porta de vidro, vê um homem forte e atraente, mais bem vestido e com um sorriso encantador nos lábios, retirando os óculos de sol e deixando a mostra um olhar calmo e sereno, mas que combinava com a camisa polo preta e calça jeans na mesma cor, além do sapato fechado e cabelo bem arrumado, assim como a barba.

Christine se aproximou, não ligando se ele possuía ou não dinheiro para comprar livros, já que sua mãe sempre lhe ensinou que o dinheiro não trás felicidade, e que precisamos fazer o cliente se sentir bem lendo o livro, para poder levá-lo e fazer ele entrar em sua vida.

- Bom dia, em que posso ajudá-lo? - fala a menina com os olhos sorridentes, assim como os lábios.

- Bom dia! Tudo bem? - olha ao redor, percebendo o espaço lhe abraçando como uma mãe - Lindo esse espaço! - caminha - Parece uma sala de casa - sorri.

- Sim! Minha mãe tentou fazer essa sensação nos clientes.

- E ela conseguiu!

Fernando sabia que sua filha havia chegado por pura coincidência, já que estava caminhando do outro lado da rua para buscar um peça encomendada em um alfaiate, mas percebeu a livraria com a placa virada para "ABERTO", se aproximando e encontrando sua filha com uma roupa larga e madeixas presas em um rabo de cavalo.

Era uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo impossível de explicar o que o homem conseguia sentir ao ver Christine, pois a adolescente possuía muito de seus traços e de Catherine.

A calmaria externa, cobria o coração acelerado e as mãos suando, ao perceber que a menina abandonada, ainda na barriga de Catherine, era tão simples, mas educada, gentil, alegre, encantadora e amigável, fazendo Fernando se arrepender ainda mais de ter desistido de participar de sua criação e acompanhar o quão bela e adorável a menina havia se tornado, mesmo usando roupas extremamente largas e aparentando ser difícil.

- Eu estou atrás de leituras italianas - fala, finalmente ao perceber a menina lhe encarando.

- Leitura Italiana!? - leva uma das mãos ao queixo - Posso não ter especificamente, mas...- se afasta, caminhando para o corredor de número dois -, acredito ter relacionados - o olhou - Lhe ajuda?

- Sim ajuda! - fala calmo e de forma doce, se aproximando da menina e a vendo tocar nos livros como se fossem a peça mais preciosa e que dinheiro nenhum compraria.

Os minutos passavam, e a conversa, antes singela e receosa entre Christine e Fernando, agora se tornava mais amigável e interessante.

Temas de interesse da adolescente eram falados pelo homem alto e bem vestido, mas que parecia ser a pessoa mais simples, depois de Kate Middleton ser capaz de lhe prender em conversas sobre a antiguidade e livros.

Fernando conseguiu, com apenas algumas horas, descobrir que sua filha era apaixonada por história da arte, antiguidade e que sonhava em fazer História da Arte e outras faculdades relacionadas a história. Mas acima de tudo, era apaixonada pela livraria de sua mãe e que sempre sonhou em ser uma vendedora de livros, assim como ela foi um dia.

O homem falou sobre ele, sem medo de saber que estava diante de sua própria filha. Contou que se mudou para a Itália, em busca de um futuro e realizar o sonho de se formar em Contabilidade Empresarial de Multinacionais, e que deixou muita coisa para trás, e que se arrependia amargamente por isso. Mas que sempre existia a chance de concertar o passado, e apenas isso fez Christine o olhar e dizer:

- O passado é uma parte que não volta, mas que pode ser mudada no futuro. Seja lá o que tenha feito, acho que tem concerto. Afinal de contas, você fez isso para realizar um sonho. Quem não erra na vida?

- Você tem razão, menina! - arruma a postura - Você tem razão!

Estacionando em frente a livraria de paredes negras, o carro de luxo e antigo de Tom Cruise, avisava que alguém importante estava chegando.

A porta aberta por Kate Middleton, demonstrava a bela mulher para os olhares curiosos com a agitação em frente ao estabelecimento comercial, e assim que abriu a porta da loja, Middleton encontrou sua filha conversando com um homem bem vestido, elegante e atraente ao olhar feminino, mas acima de tudo, a adolescente estava sorrindo e demonstrando estar se sentindo a vontade com o desconhecido.

Seus olhos se encontraram com os da menina, que sorriu e apenas falou:

- Fernando, esta é a minha segunda mãe, Catherine Elizabeth! - sorri, percebendo os olhos de Kate brilharem.

O homem virou em direção a porta, não percebendo que pessoas haviam chegado, já que estava tão concentrado com a adolescente. Mas se levantou e caminhou em direção a Kate, demonstrando ser mais alto que ela, mas acima de tudo, vendo pessoalmente a beleza que lhe chamou a atenção dentro da cabine de um avião e pela tela de um celular.

A Princesa de Gales possuía o mesmo sorriso, o mesmo carisma e acima de tudo, a mesma simplicidade encontrada nas fotografias do Google, além do olhar meigo e apaixonante.

- Muito prazer - diz o homem, estendendo uma das mãos e vendo a mulher fazer o mesmo, mas olhando em direção a adolescente e sorrindo.

- Tem uma pessoa querendo falar com você lá fora. - fala, voltando suas atenções a Fernando - Prazer em conhecê-lo, Fernando.

Christine se levanta, passando por ambos os adultos que ainda se olhavam, mas por pouco tempo, pois ouviu a voz de Kate ecoando em um: "Com licença!", além do som do salto atrás de seus passos.

Tom esperava a adolescente do lado de fora, já que, durante o caminho até ali, recebeu uma ligação de extrema importância, mas jamais ela deixaria o mesmo não entregar o presente comprado para a menina. Então quando a mesma se aproximou, ele estendeu a caixa, a pegando de surpresa.

- Olá, Christine?

- Presente? - olha para Kate que sorri com a expressão de estranheza da adolescente - Não precisava, mas, obrigada - segura a caixa, e sorri.

- Abra! - fala Tom, com um tom calmo e sereno.

A adolescente começa a desembrulhar com cuidado e delicadeza o laço vermelho que envolvia uma caixa quadrada e no tamanho de uma caixa de sapato, preta, e levantando a tampa, encontrando um celular de última geração e ao lado uma lente fotográfica de 8.0mm a 10.0mm de alcance, lhe fazendo olhar para o homem sem reação e com os lábios entreabertos.

- Acertei? - pergunta Tom.

- Caramba! - apenas fala, fascinada com o que estava em sua frente.

A Vendedora de Livros - Vol. 1Where stories live. Discover now