87 💥 estou fazendo errado?

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Desde que fizeram um ano de casamento, em setembro de 46, as novas decisões haviam sido tomadas. Alessa estava com 28 anos, e naquele mês, exatamente três dias antes do dia 30 de setembro ─ que é o dia do seu aniversário de casamento ─, ela havia passado pela primeira vez pela dificuldade que é ser esposa de um herói.

Katsuki havia sido convocado para uma missão que de início, tinha prazo de 15 dias, o que já era muito mais do que ela achava que conseguiria ficar sem o marido. Mas com ele voltando 22 dias depois, ela soube que odeia isso na profissão dele.

Exatamente um ano depois do seu casamento, certo, mais precisamente, um ano e oito dias, eles decidiram:

─ Não se fala mais na Cay dentro dessa casa ─ foi Alessa quem disse, as duas mãos na cintura e o seu nariz arrebitado olhando-o de cima enquanto seu marido sofria copiosamente a dor de ter trocado seu Porsche.

─ Quer dizer ─ ela prosseguiu. ─ O bebê acabou de nascer e você sequer foi visitá-los, mesmo que já tenha passado a quarentena. Tipo, o que você está pensando? Você sabe que ele vai ficar magoado com você. Você fez isso quando foi a Winry?

─ Não enche o meu saco, otária. Eu detestava aquela criança assim como eu detesto o pirralho daquele inútil de merda. Pergunte ao Shoto.

Na hora, Alessa riu. Estava irritada porque o primeiro filho de Uraraka e Midoriya havia nascido há mais de vinte dias, e ainda não haviam recebido uma visita oficial do seu tio.

─ E o que é isso, hein? Por que todos decidiram ter filhos agora? ─ ele falou irritado, fechando a geladeira depois de ter arrancado algumas uvas do cacho já lavado.

─ Agora? ─ Katsuki fica totalmente atento quando ela soa irônica, debochada, ele não sabe ao certo. Mas entende perfeitamente ao ouvir: ─ Você sabe que já está pra fazer 30 anos, certo? Você está velho, meu amor. Depois dos meus 30 não adianta você me pedir um bebê que eu não vou lhe dar. Não vou fazer um filho que eu não tenha energia pra cuidar.

Katsuki franze o cenho.

Ele fica parado no meio da cozinha, apenas de calça moletom. A borda da cueca preta aparecendo minimamente enquanto ele parece todo distraído e confuso, levando uma uva por vez à boca.

O silêncio pensativo dele fez sua esposa achar que talvez tenha se expressado mal. Alessa se sente culpada por pensar que talvez o esteja pressionando. Mas a verdade é que eles não falaram sobre filhos ainda. O primeiro ano do seu casamento passou extremamente rápido, apenas programando pratos elaborados ou mais rápidos para janta, vez e outra brigando porque ele queria escalar e ela queria ir à praia.

Mesmo que há nove meses, quando Ochako anunciou sua gravidez, Alessa e ele tenham se entreolhado e os olhares apaixonados e calorentos tenham dito claramente "e se tivéssemos um?", depois disso o assunto só foi reaparecer há vinte dias, quando a heroína entrou em trabalho de parto.

Mesmo assim, nada havia sido definido. Na verdade, a possibilidade sempre existiu, só achavam que, quando quisessem, seria uma decisão arrebatadora. Algo incontrolável dentro deles. Mas em princípio, Katsuki está totalmente tranquilo ao assunto "gravidez", e Alessa não tem se importado com essa reação. Embora agora ela não saiba o que significa. Quer dizer, ele pode estar tranquilo porque não quer e não estarem tentando, ou pode ser porque quer, mas também não tem nenhuma pressa e não pretende começar a planejar agora. Era sobre isso que ela queria falar com o marido, mas estava sem coragem para abordar.

Alessa põe os pés para debaixo das cobertas, de banho tomado e cabelo recentemente seco, era o segundo inverno que passava com ele, e por mais que a sua estação fosse o verão, não havia como não amá-lo. Seu casamento foi no início do inverno, e isso foi mágico.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Where stories live. Discover now