16 💥 uma casa na rua 94

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Os ponteiros do relógio já marcavam as onze horas da noite. Aquela reunião deveria ter se encerrado há pelos menos duas horas, mas toda a verdade é que aquele grupo imenso de heróis não estava entendendo legitimamente a gravidade da situação. Isso quase impossível que eles chegassem a um consenso.

Endeavor, Hawks, Mirko, Crimson Riot, Rock lock, Takeshita, Nezu, Mindnight, Eraser Head, Present Mic, Ectoplasm, Snipe...

Shoto, Veena, Denki, Eijiro, Mina, Ochaco, Kyoka, Izuku, Tokoyami, Nejire, Tamaki, Hitoshi, Mei...

Ouviram com atenção a sinceridade desmedida de Nezu afirmar com convicção que os ataques às crianças era uma declaração de guerra vinda do Sul, em resposta imediata à aposentadoria de All Might.

Bakugou não falou nada, ainda não se sentia em posição de opinar. No entanto, tinha em mente o mesmo fato inegável que desliza como venenos dos lábios de Shoto:

- O problema é que mesmo que Endeavor se esforce pra consertar toda a merda que fez, o mundo ainda não vê um Símbolo da Paz - sua esposa, quase simultaneamente à ofensa grosseira, pressiona a têmpora com as pontas dos dedos, perguntando-se internamente porque o marido tinha que ser tão honesto às vezes.

Assim que o clima fica ainda mais insuportável pelo comentário de Shoto, Bakugou ri silenciosamente. Achava incrível a capacidade do meio-merda de fazer o pai se sentir um lixo.

- Todoroki... - Veena tenta aplacar aquilo, mesmo que seu sogro tenha, ao todo, ignorado o comentário afiado do caçula.

- Estão nos desafiando, desafiando a todos os heróis para descobrir os pontos fracos da sociedade...

- Imagina quando perceberem que vocês deixaram de julgar um suposto assassino para unir força a ele contra outro assassino - Katsuki diz, parece reger os gestos de Mei e Ochaco que levam as mãos às cabeças junto do estalo desgostoso ouvido vir de Kirishima.

- Bakugou! - Mindnight o repreende, diz que não era hora disso. Na verdade, na situação em que ele se encontra, nao há boa hora de se auto intitular assassino.

- Por hora basta! Não chegaremos a lugar algum desse jeito, e daqui a pouco nossas crianças e demais civis estarão sumindo bem debaixo de nossos queixos. Já está tarde - é Eraser quem diz. - Vamos manter a guarda e os grupos de resgate e fogo ofensivo como foram separados hoje, mantenha-se disponíveis, 24 horas por dia! Andem na linha, estamos sob ataque desconhecido.

Com isso, aos poucos, todos os heróis vão deixando o prédio da polícia.

E não fosse por Deku, nem um deles teria ao menos visto Katsuki deixar o local, aparentemente com pressa. Bakugou dirige o carro de Mitsuki até a casa dos pais, estacionando-o na frente da casa. Quase respira aliviado ao perceber todas as luzes ainda acesas e quando se aproxima, parece entrar em uma outra atmosfera. Vindo de dentro do local, Bakugou ouve uma risada única. Quase sete dias depois sem vê-la - ao menos não sem que ela esteja dormindo -, aquele som era bem mais do que Bakugou podia querer.

Quando se aproxima, ouve seu pai perguntar "de que lado você quer sentar, Alessa-chan?", e antes que pudessem perceber a presença dele, a italiana diz "onde o senhor achar melhor".

- Eu que faço a janta e a garota que escolhe onde vai sentar? - Katsuki acompanha o pai numa risada baixa e mesmo que discreto, o som traz todos os três olhares para si.

- Oh, meu amor - Mitsuki vai até a porta recebê-lo, acha graça do modo em que ele cravou os olhos nela e nem quando foi beijado pela mãe os tirou. - Eu esqueci de avisar esse cabeça-oca que hoje você viria para o jantar.

- Mas eu avisei ele - Bakugou reclama, desprendendo o cinto do seu uniforme que se cruzava em X sobre seu peito. - Tá mal da memória, velho?

Com vontade de rir, Alessa baixa os olhos para o próprio colo.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Where stories live. Discover now