12 💥 além dos limites do heroísmo

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Assim que desliga a chamada, escondendo seu celular atrás do vaso sanitário, Alessa cobre a própria cabeça com os braços. Não sabe se já arrependida de ter ligado, ou se porque Vito batia com raiva na porta do banheiro, forçando-a até arrombá-la num estrondo, o objetivo feito segundos após, quando ele a puxa pelos cabelos para fora do banheiro.

─ Por favor, Vito... ─ pede com tanta dor, em qualquer parte do seu corpo que ainda podia se mover.

Alessa tenta caminhar enquanto ele a arrasta do banheiro para a pequena sala no quarto de hotel, querendo diminuir a agonia de estar ali, com ele. Ía apoiando-se num só joelho, não conseguia mais manter dobrados os músculos em volta da prótese metálica, por isso chora alto, agarrando-se inutilmente às mãos dele que puxavam seus cabelos.

Ela tenta golpeá-lo várias vezes, numa situação desesperadora que o deixa mais e mais agressivo e os únicos sons ouvidos eram dos socos dele e a respiração cortada dela, que gemia a cada tentativa de se defender ou se arrastar para longe dali.

Logo, outro som se mistura na sensação agonizante em que ela se sentia: este era o choro dele.

─ Por que você fez isso com nós? ─ chora, apertando o rosto machucado dela. ─ Por que você tinha que estragar tudo? Por quê você estragou tudo? Vadia... você é uma vadia, porra ─ grita, com sofrimento. ─ Olha o que você me fez fazer com você...

Alessa sente o sangue quente escorrer por sobre seu olho, cobrindo todo o lado esquerdo do rosto roxo, inchado.

─ Me desculpe... ─ sopra, de joelhos, enquanto ele a mantém presa no aperto.

─ Você... ─ ele aperta ainda mais o seu pescoço, a faz engasgar com as lágrimas e o sangue. ─ O seu rosto era tão bonito pra mim... ─ as lágrimas escorrem pelo rosto dele. ─ E agora você me enoja. Por que você fez isso? ─ Alessa geme com o susto de ser empurrada contra o assoalho, prende a respiração sentindo as mãos que apertam seu pescoço como fosse um picolé trancar sua passagem de ar, impedindo a circulação sanguínea em seu cérebro.

Ele gritava, aos prantos, parece que sentia muita dor em enforcá-la até vê-la agonizar, ganhando um tom roxo e empalidecido em sua pele. Alessa não sente mais o próprio corpo, sente, porém, certo alívio em percebe-se aos poucos, desmaiando.

Ela o via, ao longe, mas já não ouvia nada. E quase sem consciência, ela não consegue sentir a devida segurança quando, para a surpresa de Vito ─ que não ouviu o herói bater na porta e chamar inúmeras vezes o nome de sua noiva ─, a porta do quarto de hotel é arrombada em uma explosão.

Ele inclina a cabeça para o lado, seu corpo forçando o corpo de Alessa contra o chão. Não tem tempo de fechar os olhos antes do punho cerrado o acertar em cheio, o faz literalmente voar pelos ares.

Só quando Vito é brutalmente arrancado de cima de Alessa é que sua consciência parece retornar, então ele percebe as sirenes da polícia, da ambulância, os passos pesados que sobem as escadas atrás de Bakugou.

Bakugou, portanto, só faz caminhar até o italiano. O ódio o impedindo de certificar-se de que a mulher ainda estava viva. Mas a verdade é que ele pensou: foda-se! Viva ou não, hoje é o dia em que eu vou matá-lo.

Imediatamente ao afastá-lo de Alessa, Bakugou desativa sua individualidade, as mãos que tremem com ódio puxam o colarinho do verme já ensanguentado, socando outra vez, com tanta raiva que seria considerado crime.

Quando o homem que em nenhum momento reage cai, Bakugou o prende entre seus joelhos, deixando claro que ele não pretendia parar de socá-lo.

O supercílio se abre, o nariz se quebra em quatro pontos diferentes. E Bakugou não vê nada em sua frente, senão a sua missão: matá-lo com suas próprias mãos, mesmo que isso vá além dos limites do heroísmo. Foda-se a credencial ─ grita dentro da própria cabeça. ─ Foda-se a academia, que se fodam os anos que eu passei pra ser uma porra de um herói, seguindo a risca a regra de proteção acirrada aos civis.

Hoje era o dia em que um civil morreria pelas mãos de um herói.

Porém, percebendo que Aizawa o alcançou, e se aproximava com a polícia, e o maldito filho da puta estava quase inconsciente, ele o levanta pelo pescoço, sem saber e sequer imaginar que fora exatamente o modo em que ele erguia também Alessa. O sacode para fazê-lo o encarar.

─ Olhe pra mim, verme desgraçado! ─ cospe, gritando irritado, pra quem quisesse ouvir. ─ Você se lembra de mim? Uh? ─ aperta, as mãos lavadas com o sangue de Vito, machucados abertos pela violência da própria agressividade. ─ Olhe pra ela ─ vira o corpo quase morto na direção de Alessa, Bakugou, porém, não consegue encará-la. ─ É a última vez que a vê ─ afirma. ─ Você está ouvindo a polícia? ─ grita, com um sorriso possesso nos lábios.

─ VOCÊ TÁ OUVINDO, PORRA?! ─ acende sua individualidade, apontando-a para a cabeça dele. ─ É pra mim, seu filho da puta! Porque eu só saio daqui quando seu sangue estiver pintado nas paredes desse caralho!









💥kԹԵՏ💥











Foi preciso três batalhões, quatro heróis, três enfermeiros e a individualidade de Aizawa apagando a explosão brutal de Bakugou. A polícia levou mais de duas horas para conseguir contê-lo, dois enfermeiros atenderam Alessa no local enquanto o terceiro dirigiu a ambulância com pressa para a UTI, onde Vito está internado, à beira da morte.

No fim das contas, Bakugou estava certo.

Ele saiu algemado, e as simples algemas não foram o suficiente para conter a ira desumana daquele homem.

A focinheira era reforçada, uma arma de choque foi usada para afastá-lo de Vito, porque mesmo que o sensei tivesse lhe privado de explodir seus miolos ─ como Bakugou gritava que queria ter feito ─, ele continuava convicto de que o mataria. ─ Eu não preciso da individualidade para matá-lo ─ gritava, enquanto o tentava fazer com as próprias mãos.

Todo o trabalho foi para conter Bakugou e só depois que ele ouviu falar ─ sim, ele não teve coragem de encará-la naquela noite ─, que a vítima estava sendo encaminhada para consulta psicológica já com todos os curativos feitos, ele se acalmou. Se deixou ser levado algemado, com o rosto preso em grades de ferro, um hematoma na costela feita com a arma de choque.

Porém, indo para o carro da polícia, ele viu a maca de Vito ser erguida do chão, com o homem semi-morto e paralelo a isso, ouve o paramédico dizer: ─ Se ele sobreviver, o que nós achamos quase impossível, ele pode pegar até 30 anos de prisão, isso porque as evidências da agressão e do estupro são visíveis para perícia e ─ Bakugou causou outro tumulto, obrigando Aizwa a usar mais do que conseguia da própria individualidade para pará-lo, porque mesmo preso, e mesmo que o homem estivesse semi-morto, ele o ataca, gritando coisas incompreensíveis como um animal ferido e enfurecido, faz Alessa chorar, chorar, chorar, inconsolavelmente, vendo-o ser, em seguida, dopado com uma injeção.

Bakugou é detido na delegacia de polícia perto da Agência onde trabalha, e a pedido do Herói Ereaser, todo aquele vexame não foi televiosando.

Ele passou toda aquela noite e madrugada preso, e liberado sob vigilância judicial, por hora sua credencial foi cassada, e deixada sob jurisdição da polícia civil de Tóquio até que um processo fosse aberto, implicando com todos os detalhes daquela ocorrência, inclusive o fato que podia foder completamente a sua carreira, além de ele ter matado um homem debaixo de socos, é claro: este homem era um estrangeiro.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Where stories live. Discover now