14 💥 danos irreversíveis?

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Bakugou não podia lidar com isso.

Um corte no supercílio esquerdo. Dois hematomas na maçã do mesmo lado de seu rosto. Lábios cortados, marcas de enforcamento. Semicortes nas costas, luxação nas juntas dos braços. Três costelas quebradas, a prótese danificada, as mãos destroncadas e machucadas, incontáveis hematomas nas coxas e todo seu corpo coberto por sangue e semên. O relatório resumido que lhe deu a maneira em que ela recebeu os primeiros socorros, faz Bakugou vomitar.

Literalmente falando.

Antes de reunir coragem para abrir a porta do quarto em que ela estava, Bakugou leu o que a médica lhe permitiu para atualização do quadro, e em cada ponto, em cada vírgula, ele sentia a ira crescer, sentia o nojo deixá-lo enjoado ao ponto de sair daquela corredor, indo para o jardim de trás daquela área e vomitar.

Ele não estava se sentindo bem. Lembra de ter vomitado pela última vez na festa da sua formatura, onde eles beberam tanto que nem lembravam mais o porque estavam comemorando, nem sabia o nome de seus colegas da U.A. Mas desta vez, é como se ele realmente estivesse doente.

Se sente entorpecido com a confirmação inegável que de fato essa merda aconteceu. Se vê como já estivesse preso, algemado por correntes que não lhe permitem se irar mais do que se orou, consciente de que deve, agora, já estar feio pra ela.

Engolido todo aquele mal estar, Bakugou finalmente bate na porta do quarto hospitalar. Ouve Recovery Girl dizer:

─ Só um instante ─ dando tempo de Alessa se vestir novamente, cobrindo todas as marcas de suas costas.

A porta de abre sem que alguém lhe dirija uma palavra sequer, a curandeira passa por Bakugou, guiando os olhos castanhos da italiana para se fitarem nele. Quando o vê, Alessa vira o rosto. Os dedos se apertam uns nos outros sobre seu colo e imediatamente uma carranca ríspida acompanha o som da língua dele se estalando no canto dos lábios.

─ Tsc ─ cospe, os punhos se cerram automaticamente ao vê-la.

─ Saia... por favor... ─ Alessa geme, levando as mãos trêmulas já para secar as próprias lágrimas.

Certamente, se lhe oferecessem a ínfima oportunidade de trazer Vito outra vez à vida, sem pensar duas vezes, Katsuki o faria. E ele jura que o teria torturado até a morte.

─ Cala boca, merda ─ Bakugou xinga, ajeitando o cabelo dela para trás das orelhas, evidenciando ainda mais os hematomas em torno de seus olhos, nariz e lábios.

Alessa sente o toque dele e chora.

O homem se contém em enxugar as lágrimas dela, via que o risco de seu toque machucá-la ainda mais é grande, e ele definitivamente não o quer correr.

Bakugou sente muito em seu choro. Tristeza, medo, remorso, fadiga. Ela, porém, se culpava e pensava que jamais poderia tê-lo traído tão friamente.

─ B-bakugou... ─ Alessa sopra e ali ele percebe o fardo que teria de carregar por ela.

─ Sim... ─ responde, trancando a própria respiração para amortecer o baque do questionamento.

─ Como ele está? ─ é a primeira coisa que Alessa o pergunta, porque ninguém ali a pode ou quis informar.

E para o bem da verdade, Bakugou também não queria. Ele sacrificou ─ conscientemente ─ sua carreira, para livrá-a dessa dependência cruel e absurda que ele a fez acreditar ser necessário ter quanto ao italiano.

Seu amante, por outro lado, estava disposto a explodir esse muro criado pelo filho da puta. E exclusivamente para e com isso, ele não tem medo de machucá-la, contando-lhe:

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Where stories live. Discover now