84 💥 a ansiedade que me domina

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─ Foi tudo tão rápido, tenho impressão de que não conversamos desde que eu enfiei na minha cabeça que sou uma heroína ─  a fala da italiana é acompanhada de uma risada gostosa que faz Katsuki suspirar desgostoso do outro lado da casa, consertava alguma coisa no notebook do seu pai enquanto Alessa falava com sua mãe, tão banalmente sobre sua tentativa de suprimir terremotos.

Dando uma corda desnecessária para sua esposa ─ o loiro pensa ─ , Mitsuki também ri da ironia na voz da mais nova, comentando em seguida:

─ E trate de nunca mais nos assustar assim ─ impõe a anfitriã.

Depois disso elas falaram sobre as unhas de Alessa e de como seus cachos estão bonitos. Katsuki estava louco para mandar a mãe calar a boca, porque volta e meia dizia coisas do tipo "mas e essa pele? só pode ser o resultado de sexo todo dia". Só não xingou a velha porque não queria deixar tão na cara que estava prestando atenção em suas conversas, primeiro porque Alessa o xingaria, segundo porque seu pai poderia pensar que ele estava mais preocupado com o assunto das mulheres do que com o problema no cabo de rede do seu notebook. 

─ Mas então... ─  só essa frase, tão aleatória e despreocupada, foi mais do que o suficiente para Katsuki prender a respiração, percebendo que seu pai perguntaria sobre um possível neto no exato instante que sua mãe puxou Alessa para o assunto.

─ Ah... pra falar a verdade... você sabe como nós somos, dona Mitsuki ─  ela encolhe os olhos, agora falando tão baixo na cozinha que era justamente para seu marido não ouvi-las. ─  Não é que a gente não converse muito, bem pelo contrário. Mas esse tipo de coisa falamos uma vez e pronto. Acho que se tem a ínfima possibilidade de machucar um ao outro, preferimos não falar.

Alessa se referia ao seu aborto vindo à tona naquele acidente. Mitsuki estava curiosa para saber  como aquilo foi tratado e se há alguma ferida, mesmo que Masaru tenha implorado para ela não tocar no assunto, "totalmente íntimo, esse assunto é totalmente deles, por favor, querida, não fale nada". Mesmo com a súplica do marido vívida em sua mente, ela não pôde se conter. 

Sabia que sua nora não se ofenderia, nem se importaria em lhe contar, por isso quis saber.

─ Eu tenho medo de... você sabe... ─  agora Mitsuki estava pisando em ovos. E Alessa não achou necessário.

Voltou a chamar atenção do seu marido com uma risada boa de se ouvir, que lhe deu brecha para brincar:

─ Você tá com medo de ficar sem netos, né?! ─ a fala já vem acompanhada da gargalhada, puxa imediatamente os olhos rubros do marido que se semicerram sobre ela, balançando a cabeça negativamente sobre o assunto.

─ Não seja chato, eu só quero saber ─  sua mãe o xinga pela carranca azeda de reprovação.

─ Você não tem que saber nada, velha. Cuida da sua vida ─  Alessa e ela gargalham sob o tom irritadiço, traz Masaru para dizer:

─ Eu te avisei. Te avisei que ele iria brigar se você se metesse muito.

─  Eu nem me meti, porra! Só comentei...

─ Sua vida, ok? ─  Katsuki chia. ─  Cuida só da sua vida. No máximo desse outro velho aqui ─  aponta seu pai com a cabeça.

─ Chaaato ─  sua esposa sorri. ─  Falando em filhos, dona Mitsuki ─ sim, era só o que me faltava, Katsuki pensa. ─  Olha isso ─  Alessa desbloqueia seu celular com a digital, indo direto para a galeria de fotos.

Mitsuki se ajeita um pouco mais na cadeira em volta da mesa, já sorrindo para qualquer coisa que ela lhe mostraria.

─ Isso foi às 03 horas da manhã ─ bastou ela informar para Katsuki xingar da sala:

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Where stories live. Discover now