94💥 paredes cor de rosa e nuvens de algodão

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É como se um novo mundo tivesse se revelado para ele. A sensação é de ter descoberto algum tipo estranho de multiverso, onde ele olha em volta e de repente, trancado no trânsito caótico de Tóquio, quer saber: ─ Será que há uma criança no carro da frente? Se há, ela usa cinto de segurança? Se não usa, o que faz o pai ser tão relapso a esse ponto? 

Katsuki apoia o cotovelo na extremidade da janela, tira completamente o pé do acelerador, respirando profundamente enquanto distraidamente torce o lábio inferior entre os dedos.

Será que serão choronas? Serão parecidas? Terão os seus cabelos ou os de Alessa? Estavam tão atrasados por não terem ainda escolhido seus nomes? Será que não seria melhor que nascessem na Europa? Mas e quando crescerem, vão querer morar em Tóquio? Será difícil ensiná-las o idioma da mãe ─ sendo o caso de morarem em Tóquio; Olhos vermelhos? Olhos castanhos? Ao menos uma terá as sardinhas que Alessa costumava ter, até o fim da sua adolescência? Gostarão dele? Ou terão preferência por Alessa? Qual a possibilidade de nenhuma das filhas pender para o seu lado?

Sua mãe será mais amável com as netas do que foi com ele? Seu pai conhece alguma brincadeira que não seja direcionada a meninos? Será que brincarão de boneca? Ou talvez gostem de vídeogames. Sim, há dias em que sua mente parece a de qualquer aluno iniciante: todas as perguntas e nenhuma resposta.

Para Alessa não era diferente. Sua vigésima quinta semana de gestação trouxe, além de todas as perguntas que Katsuki estava se fazendo e ela partilhava do mesmo, uma questão: Eu devo levá-las até minha mãe, ou é minha mãe que deve vir até elas? ─ era o que pensava antes da equipe da empreiteira contratada por seu marido chegar.

─ Estão aqui ─  ela envia uma mensagem de texto para ele, que vê e imediatamente diz:

─ Estou chegando.

Haviam poucos dias para trocar algumas coisas da casa, como os fusumas. Claro que substituindo os painéis deslizantes por paredes de concreto, todo o ar e decoração tradicional da casa se reduz em quase 50%, mas depois de muita conversa, acharam que era o melhor a se fazer, claro que isso já era requisitado por Katsuki que, desde que comprou a casa no Bairro, se incomodava com o fato de os painéis divisórios serem mais baixos que ele mesmo, com apenas 1,80cm de altura.

Alguns painéis foram deixados estrategicamente, nas paredes que dividem por exemplo, o quarto do casal, com o quarto das meninas e um dos banheiros, dando uma ideia de um único cômodo para que não aconteça de elas se sentirem sozinhas.

Em seguida Katsuki chegou, cumprimentou sua esposa, as filhas, seu gato e depois a equipe, indo direto explicar o que queria que fosse feito na casa.

O dia foi especificamente agitado, porque enquanto Katsuki planejava o novo aspecto da casa, Alessa se arrumava para a ultrassom agendada pelos meados dos seis meses e meio de gestação. Enquanto ela terminava de pentear os cabelos, as cômodas novas chegaram em um caminhão; Katsuki recebeu os berços enquanto a empreiteira calculava seu orçamento e Alessa direcionou os montadores até o quarto das meninas.

De repente, ela lembra que está indo para o sétimo mês.... e as meninas ainda eram "as meninas".

─ Que foi? ─ ele cochichou para ela, recostado cansadamente no balcão da cozinha enquanto dois rapazes montavam os móveis no quarto.

─ Elas não têm nome, amor. Nossas filhas estão quase nascendo e não têm nome ─ o tom era aflito, melindrosamente sussurrado por causa do peso da vergonha, não podia deixar que os estranhos da casa soubessem que as crianças estavam pra chegar  e nem tinham como ser chamadas.

De imediato, Katsuki se viu tão apreensivo quanto ela. Depois riu, deixando um beijo rápido em sua testa ─ teve que se curvar para isso.

─ Elas não vão poder reclamar disso por pelo menos uns dois anos  ─ ele dá risada, referindo-se a faixa etária média em que as crianças começam a falar.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora