54 💥 o que é confiança

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Para cada herói acionado, havia quatro mafiosos com individualidades totalmente desconhecidas. Bakugou podia jurar que, em algum momento específico da sua carreira, algumas daquelas peculiaridades já havia entrado em seu campo de visão, mas a verdade - analisa o meio-a-meio, quase cem metros distantes dali -, é que a experiência tem os feito pensar que individualidade nenhuma é nova ou surpreendente. Nenhum inimigo podia, agora, a esta altura do campeonato, os pegar desprevenidos.

Mesmo assim, a energia do lugar parecia psicodélica e isso era sempre novo para eles, e, para o bem da verdade, agora, Katsuki não sabia se era uma cortina de fumaça vermelha erguida pelos vilões para atrapalhar a percepção dos heróis ou era apenas Rubro, com sua peculiaridade caótica e carmesim.

A seleção das duplas se deu pra que, em suma, eles pudessem lutar com tudo, sem se preocupar em proteger sua própria retaguarda porque outro herói estaria ali para o fazê-lo. Contudo, antes que Endeavor pudesse erguer seu punho fechado dando início à missão mais importante do ano, Alessa admite para a psicóloga com menos resistência do que achou que teria:

─ Eu... simplesmente não consigo falar com ele sobre isso... sobre confiança e fidelidade...

─ Por que não?

Automaticamente os ombros de encolhem, as mãos se juntam entre as pernas e então a primeira respiração descompassada da sessão se pôde ser ouvida.

─ Tudo bem ─ a mais velha diz. ─ No seu tempo ─ e incentiva Alessa a pensar mais um pouco a respeito daquilo, mesmo quando ela praticamente atropela as falas da psicóloga e diz:

─ Não. Tudo bem ─ engole a própria respiração, sentindo os olhos arderem por isso. ─ A verdade é que eu pareço sempre hipócrita e suja, e agora sequer tenho coragem de perguntar se é verdade que ele não espera fidelidade de mim... ─ essa última observação arranha a garganta dela, faz o tom de voz ecoar grave e quase não ser escutado pela psicóloga que, sem ao menos Alessa perceber, desde o primeiro minuto da consulta fazia anotações sobre, principalmente, o comportamento dela.

Enquanto que no começo de batalha, o julgando havia chegado por mãos de heróis saturados, impacientes que tinham suas famílias para cuidar e só queriam voltar para casa.

O grupo de vilões havia se expandido bem mais desde a última saída investigatória de Aizawa, com isso algumas individualidades os pegaram de surpresa. Principalmente quando os carros-fortes da nova geração entram embate e em menos de cinco minutos precisam elaborar melhor suas táticas de ataque tendo de incluir em suas preocupações sangrentos e possivelmente alguns ossos quebrados.

Com Red-Raiot ao seu lado, Bakugou sabia que tinha mais do que uma parede inquebrável, era um dos únicos, senão o único herói no campo de batalha com um escudo intransponível. E o toque com um tapinha na mão do ruivo foi automático, eles se cumprimentaram rapidamente quando a individualidade de Kirishima se pôs entre Bakugou e o vilão, tendo mais facilidade para segurá-lo com sua pele enrijecida do que o loiro com suas mãos nitroglicerinadas.

O agradecimento da dupla se repete por pelo menos dez vezes durante aquela batalha e a duo em questão segurou seus oponentes por tempo ótimo ─ segundo Endeavor que, mesmo que tenha começado o embate individualista, terminou o mesmo protegendo as costas de Veena.

E mesmo que agora seu ombro estivesse machucado, assim como o coxa direita de Kirishima, Bakugou usou os segundos que o amigo lhe deu para erguer sua máscara, limpar o supercílio ensanguentado na luva e agora com as mãos sujas de sangue, percebendo que a luta se encaminhava para o fim, ergueu os olhos escarlates para de onde vinha a voz de Hawks.

Aproximando-se deles, Midoriya e Todoroki tiveram a mesma reação da dupla ao escutar:

─ Atenção, Heróis! Todos os que precisavam ser capturados com vida já estão a caminho da Sede! A partir de agora, a nova ordem é: Lutem para matar!





Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora