(BÔNUS) Cicatrizes

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Olá,

Por causa da minha mania de escrever capítulos de trás para frente, acabei não terminando o episódio 57 em tempo hábil. Portanto, para não passarmos a terça em branco, hoje teremos um bônus.

*A cena se passa alguns meses antes de "O preço da medalha";

*A Leona tem quatro anos.

Aliás, semana passada tive a honra de receber uma fanart do artista @/hellcuco (twitter). Eu havia comprado apenas um chibi, mas ele gostou tanto da Leona que desenhou um brinde! Muito obrigada pelo presente, hellcuco.

Desenvolver a personalidade da Leona não foi nada fácil, e quem escreve crianças (estou dizendo CRIANÇAS DE VERDADE, e não adultos disfarçados de crianças) sabe como é difícil se equilibrar na linha da ingenuidade. Portanto, é muito gratificante ver que todo o meu trabalho duro teve/está tendo resultado, e que a Leona tocou o coração de algumas pessoas. ^^

Se você quiser ver a fanart, é só acessar o meu carrd. O link está no meu perfil e na conversa fixada. Aproveite para responder o formulário de leitores, que também está lá.

Abraços!


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Era um dia escaldante do auge do verão. A janelinha aberta do banheiro estava coberta pela cortina, que não se movia devido à falta de brisa do tempo abafado. Hange abriu a torneira na temperatura morna. Se fosse tomar banho sozinha, iria preferir a água no ponto mais congelante possível. Mas, como ia se banhar com Leona, não dava para ser do seu jeito.

Leona, uma amante das aventuras marítimas, trouxe para o banho o porta-contêineres que Onyankopon lhe dera de presente. Mãe e filha ficaram um tempão de molho na água refrescante. Estava calor demais para sair do banheiro, que era o aposento mais frio da casa. Ambas acabaram com os dedos murchos.

A criancinha brincava com o barco. Leona inventava a voz dos tripulantes e jogava água para todos os lados cada vez que o navio esbarrava no "tubarão maligno de quinhentos mil metros de altura". Enquanto isso, Hange relaxava encostada na borda da banheira, com a cabeça pendida para trás.

Quando Leona por fim se cansou de brincar, ela fitou a mãe sentada na outra extremidade da banheira. Hange descansava de olho fechado. Leona encarou, com curiosidade, o rosto de visão monocular.

— Mãe, por que você não tem olho?

A menina se pôs de pé e avançou para perto da mãe. Hange sentiu cócegas quando a filha tocou, de levinho, a cicatriz de guerra. A comandante sorriu de boca fechada e deixou o filhotinho examiná-la. A pálpebra riscada de vergões vermelhos não se mexia por movimentos faciais, nem para abrir e tampouco para comprimir. Leona puxou-a e deu um gritinho de susto ao ver a massa de carne cicatrizada no lugar em que deveria existir um olho castanho.

— Eu perdi numa batalha, filhotinho. — Hange abriu o olho remanente. — Foi na mesma luta em que seu pai morreu.

— Me conta a história.

Leona subiu sobre o corpo da mãe, sentando-se na barriga da comandante. Erwin morreu na famosa batalha da reconquista de Shiganshina. Se sacrificou pelo povo, como um herói; Leona conhecia essa história. Entretanto, ela desconhecia os fatos sobre o paradeiro do olho perdido de sua mãe. Hange, linguaruda como era, contou:

— Eu perdi o olho na explosão do titã colossal.

— O MANO ARMIN EXPLODIU!?

— Não, não. — Hange deu risada. — Naquela época, o titã colossal não era nosso. Outro transformado era o portador. Bem, quando o titã colossal é ativado, ocorre uma explosão em volta dele. Eu estava perto demais e acabei me machucando.

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