Apunhalando um amigo em prol de uma causa nobre

88 7 2
                                    

Olá,

Pessoal, esse capítulo foi um dos mais difíceis de escrever. Assim como é complicado fazer uma adaptação audiovisual de uma obra literária, o oposto também é penoso. No mangá de Attack on Titan temos imagens e o infinitíssimo suporte que as figuras nos oferecem. Agora, sem o apoio visual, a história é outra. É bem puxado adaptar um quadrinho/mangá para texto corrido.

O capítulo de hoje é uma releitura dos chapters 106 a 110 (sim, bastante material). Nesses capítulos do mangá temos várias passagens de tempo confusas, transição de personagens, e muitos pontos de vistas diferentes. Portanto, eu gostaria de comunicar que fiz pequenas adaptações nos eventos do mangá e omiti outros. Aliás, aqui estaremos trabalhando apenas com a Hange e com o Armin.

Vocabulário:
— Não sei por que, mas eu sempre odiei o nome ESTRONDO. Portanto, estou usando NIVELAÇÃO para me referir ao Rumbling. >EU< acho esse termo mais legal. ^^

Se você não respondeu o meu formulário de leitores, por favor, considere responde-lo. É anônimo. Leitores fantasmas e/ou sem conta no site podem responder também. Se você gosta da VMP, essa é uma das muitas formas de retribuir o trabalho duro que dou nessa história. O link clicável está no meu perfil.

Boa leitura!


-----

Hange despertou antes do sol nascer. Ela sentou, esfregou o olho remanente e respirou fundo. Acabara de acordar e já se sentia cansada. Hange levantou aos bocejos e preparou-se para o dia de trabalho. Ao despir-se, conferiu o hematoma no peito. A manchinha roxa já desbotava.

De banho tomado e uniforme vestido senão pelas botas e pelo casaco, Hange preparou o chá da manhã. Ela comia enquanto esperava por Minnie. Hange só saia para trabalhar depois da chegada da babá, pois não impelia-se a deixar Leona sozinha nem por algumas horas. Aproveitando-se da solitude, Hange se pôs a ler a lista de doces anotada no bloquinho. O oitavo aniversário de Leona seria no próximo dia vinte. Estavam recém no primeiro do mês, mas Hange já começara a pesquisar aonde e como faria a celebração. Os últimos aniversários de Leona foram barulhentos e entupidos de gente. Com a guerra batendo na porta, Hange considerava uma festinha reservada esse ano. Leona iria se chatear por não ter uma farra, mas a filha não faria objeções. O seu filhotinho entenderia.

Nessa época de serviço redobrado, Hange e Leona não tomavam chá juntas pois Hange saia para o trabalho antes de Leona acordar. Hoje, porém, não foi assim. Hange surpreendeu-se ao ver sua filha entrar na cozinha ainda de pijama. Os olhinhos da menina estavam minúsculos e meio grogues. Leona a cumprimentou com uma tranquilidade pouco convincente, e sua boca desenhava um sorriso muito mal contido. Aquela carinha significava mãe-estou-aprontando-alguma.

— Bom dia, Bolinha. — Hange rapidamente guardou o bloquinho. — Acordou cedo.

— Nem reparei.

Leona foi até a despensa pegar a garrafa de leite. Depois, se juntou à mãe na mesa. Leona mordia os lábios, balançava as pernas e evitava encarar Hange. Sempre que os olhos das duas se cruzavam, Leona dava uma risadinha. Ela parecia louca para confessar algo à sua mãe. Hange sorriu por atrás da xícara de chá.

— Certo. — Hange pôs a xícara na mesa. — O que você está tramando?

— Eu? — Leona pôs as mãos no peito com ar ofendido. — Nada, mãe.

— Você não engana ninguém. Desembucha.

Leona sacudiu a cabeça bem rapidinho e fez cara de anjo. Hange apoiou o queixo nas mãos e não fez nada se não encarar sua filha, sorrindo. Leona desconcertou-se. As bochechas da menina inflaram com o esforço de segurar as gargalhadas. Por fim, Leona explodiu:

— Certo, certo, certo, vou te dar uma pista! — Anunciou ela afobada. — Não, vou dar duas pistas!

— Pode falar.

Venha me pegarOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz