Aprendendo a dizer não

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Primeiramente, quero agradecer imensamente ao apoio que a VMP está recebendo aqui no Wattpad!! Estou muito feliz com o público que estou conquistando. Obrigada por todos os votos e comentários!

Pessoal, antes de mais nada, preciso esclarecer um detalhe sobre o capítulo anterior.

Aqui na minha cidade, as pessoas têm mania de chamar os irmãos e as irmãs (geralmente os mais velhos) de mano e mana. Esse costume está tão internalizado na minha cultura que eu simplesmente esqueci que isso não é comum em todas as regiões do país.

Eu não vou mudar os termos, só quis explicar o porquê da Leona chamar o Armin e a Mikasa dessa forma, pra caso alguém não tenha entendido. haha

ENFIM, hoje vocês vão ler um chapter muito especial. O capítulo de hoje é o que deu origem à fanfic, ou seja, é o primeiro texto que eu escrevi. Ele foi feito em setembro de 2020 e é baseado em algumas cenas desconcertantes que eu presenciei.

Detalhe: "chapter muito especial" não é sinônimo de "o melhor capítulo", haha. Ele não é o meu favorito, tampouco o mais divertido, impactante ou triste, mas, foi dele que derivou todos os chapters que vocês leram até aqui e os das próximas semanas.

AVISO 1: eu estou usando a fanfic para treinar minha capacidade de interpretar crianças. O capítulo de hoje é uma experimentação. Tentei ver o mundo através dos olhos de um bebê birrento e traduzir a forma como eles pensam.

AVISO 2: na semana que vem, >TALVEZ< tenhamos mais de um chapter (e bastante Levi, hehe).

AVISO 3: eu estou estendendo o tempo do timeskip do mangá de 4 para 8 anos (pretendo usar o máximo de tempo de vida do Eren, quanto ao Zeke... finge que ele recebeu o titã bestial no mesmo ano do Eren, haha)


XXX

Leona teve noção da grandeza do planeta antes de conseguir ficar em duas pernas. Assim que aprendeu a engatinhar, dedicou sua curta vida a conhecer cada pedacinho da habitação militar aonde morava com a mãe. Quando o mundo ficou mais alto, Leona substituiu a vontade de passar pela porta pelo desejo enérgico de atravessar o portão, para assim explorar a maravilhosa terra desconhecida do outro lado

O quartel-general dispunha de muitos locais. Alguns aposentos não tinham nada para oferecer além de tédio, enquanto outros eram tão legais que dava vontade de ficar lá para sempre. Como o estábulo, por exemplo. Embora fossem pouco lá, todas as vezes foram inesquecíveis.

O lugar mais odiado pela garotinha não era exatamente um aposento, mas uma passagem. Leona detestava os corredores xadrezistas do segundo andar. As janelas quadriculadas eram altas, indo do inferior da parede até o teto. Ela sentia vertigem toda vez que tentava fitar a última linha de formas geométricas, e caia sentada de tanto levantar a cabeça. O piso alternava vinho e preto, e o toc-toc dos sapatos ecoava quando alguém pisava nele. Alguma coisa nos corredores a deixava ansiosa, uma espécie de medo inconsciente trazido do primeiro ano de vida. Ela temia olhar para os cantos e ver monstros pendurados nas teias de aranha, esperando encontra-la sozinha.

Havia milhões de adultos no quartel-general. Pessoas de todas as vozes, tamanhos e rostos, algumas tão engraçadas que era impossível segurar o riso, e outras tão horrendas que a faziam buscar refúgio atrás dos joelhos da mãe – às vezes chamadas de Hange, outras de comandante. Todavia, Leona aprendeu rápido que assustador nem sempre é sinônimo de perigo. O senhor Levi é a prova perfeita dessa verdade, pois ele era o adulto mais aterrorizante da superfície terrestre e nunca sequer levantou a voz para consigo - em contrapartida, ele também não conversava com ela ou a pegava no colo como o resto da gente grande. Toda ação gera reação. Leona não fazia caretas nem estendia os braços para o senhor Levi. Não era preciso ser adulto para ver a imensa bolha ao redor do capitão carrancudo impedindo a aproximação das outras pessoas, e ela estava mais do que satisfeita em observá-lo de longe. Não tinha motivos para ter medo do Senhor Levi, mas, por outro lado, possuía razões de sobra para não perturbá-lo.

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