E você, tem algum desejo?

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Oi de novo! Como você está?

Em primeiro lugar, quero agradecer pelos 100 votos! Vocês vão receber um capítulo bônus como prêmio por apoiarem o meu trabalho. Obrigada, de verdade!

O capítulo 19 é continuação direta do 18.

Fiz uma self-insertion nesse capítulo, pessoal. Isso quer dizer que eu, autora, apareço em algum lugar nesse capítulo. Sutil e do meu jeito, claro, mas ainda assim é uma autoinserção. Quem me achar vai ganhar um balão.

Boa leitura.

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Os convidados começaram a se despedir após o bolo. Hange iniciou a limpeza quando não restavam mais de dez pessoas na festa, entre eles Levi, Armin e Mikasa. Recebeu ajuda dos três subordinados para limpar o campo e a cozinha. Sendo Leona uma criança participativa, a ela ficou designada a tarefa de recolher os guardanapos e balões estourados, os quais deviam ser colocados no lixo. Armin juntou os pratos, copos e talheres, e ajudou Levi a lavá-los. Os utensílios foram secos e guardados por Mikasa. Hange limpou as mesas e varreu a cozinha. Terminadas estas duas tarefas, a comandante foi juntar os presentes recebidos, para tal recebendo a ajuda da filha. Leona trazia os pacotes um a um para serem colocados na pequena carroça emprestada.

Após a limpeza, Mikasa despediu-se da aniversariante com um beijo na bochecha enquanto Armin abraçava Hange. Levi, secando as mãos num pano de prato, observava a cena de longe. O céu escurecia em tons alaranjados logo atrás de Mikasa e Armin, e dava para ver a cidade ao fundo. De onde estava, não era capaz de ouvir a conversa. A visão trouxe uma espécie de paz melancólica, mas não passava de cansaço mental após passar a tarde num evento social, misturada a estranheza de ver o espaço outrora cheio se esvaziar. Aquele campo era bem infeliz quando deserto, Levi pensou. Hange e Leona se aproximaram após os soldados desaparecerem no horizonte.

— Obrigada por me ajudar, Levi.

— Não tem de quê.

A lua dominava o céu quando o trio deixou o espaço aonde a festa foi realizada. Levi trancava a porta da cerca, de costas para Hange e sua filha, ouvindo em alto e bom tom a curta conversa entre elas.

— Posso levar o burrinho?

— Pode, mas se eu mandar você largar, você solta, tudo bem?

— Ele não vai estranhar, eu me dou bem com cavalos.

Leona falou com dignidade, pondo a mão no peito e fechando os olhos numa imitação cômica de um nobre se gabando dos bens materiais. Levi virou-se a tempo de ver Hange entregar as rédeas à menina. Leona estalou os lábios para o jumento, mais jogando beijos do que emitindo o habitual som que atiçava os animais. Mesmo assim, o burrinho seguiu sem protestos aquele serzinho cuja altura não passava da sua.

Os dois adultos foram caminhando ao lado da carroça enquanto Leona ia alguns centímetros a frente. Levi reparou na confiança posta nas rédeas; os dedos não se apertavam no couro, o braço não estava pesado, e as pernas andavam seguras pelo chão de terra. A conduta de alguém que sabe o que está fazendo. A garotinha cantarolava baixinho, dava olhadelas para o jumento de tempos em tempos com um sorriso cheio de bem-querer, como se conferisse se a cantoria agradava o acompanhante.

— Ela ganhou bastante coisa.

Hange referia-se às duas caixas na carroça, entupidas até o topo com pacotes das mais diversas cores e tamanhos. Tinha um tão grande e pesado que precisou ir no chão da carroça. Devia ser uma boneca gigante, daquelas imitando o tamanho real de uma criança. Podia ter respondido "claro, Hange, as pessoas adoram você, logo vão querer agradar a sua filha", ou então "ela é uma criança amável, é óbvio que ia ganhar muitos presentes", até mesmo um simples "é verdade" cairia bem, no entanto, Levi respondeu, em seu típico tom entediado:

Venha me pegarWhere stories live. Discover now