Tenho que carregar esses corpos até o carro, que merda. Começo a procurar algo que possa me ajudar a carregar os dois. Pego duas cordas que achei e dois skates. Tenho que agradecer as pessoas que deixaram esses skates aqui.

Prendo uma corda na mão de Marcel e a outra na mão de Pierre e coloco os corpos sobre os skates. Pego a ponta das duas cordas e faço força para puxar, o skate começa a se locomover com os corpos em cima, puxo eles até meu carro.

Abro o porta malas e com muito empenho coloco Pierre primeiro, e para evitar problemas injeto metade da última seringa, só para garantir que ele não vá acordar. Faço a mesma coisa com Marcel.

Fecho o porta malas e vou até o banco do motorista. Agora eu só preciso chegar naquele lugar. Puta merda onde é aquele lugar.

— Preciso do endereço de onde todos estão me esperando — falo para o relógio meio desesperada.

Conectando com o carro... prontinho, ponha o cinto e dirija com segurança. Boa viagem!

A rota aparece na tela e vejo que o tempo estimado para chegar lá é 45 minutos, olho para o relógio e me deparo com o número 27. Ok, vou chegar em 27 minutos então. Piso no acelerador e saio do posto seguindo caminho para o lugar onde todos estavam.

[...]

Coitado do dono do carro, acho que ele vai levar umas 15 multas. Estou igual louca, eu quase bati algumas vezes e fui xingada bastante também.

Eu preciso chegar antes do tempo acabar, olho para a rota e vejo que está marcando que vou chegar daqui 12 minutos, olho para o meu relógio que está marcando 8 minutos. Ai caralho, sinto que meu coração vai pular para fora do meu corpo, não estou conseguindo nem piscar.

Piso no acelerador e aperto meu agarre no volante. Estou quase chegando... sou obrigada a diminuir a velocidade por conta de uma curva e rapidamente eu acelero de novo. Meu estômago está revirando e sinto que vou vomitar mas não tenho tempo nem para isso. Estreitos os olhos e consigo enxergar o desenho do lugar, um pingo de esperança surge em mim até o escutar a voz do relógio.

Falta 15 segundos para seu tempo acabar! — Sinto uma gota de suor escorrer pela minha testa, tento me acalmar e afundo o pé no acelerador.

A cada segundo que passava a estrutura de um galpão ia se formando. Sei lá se aquilo é um galpão mas fodase.

Contagem regressiva iniciada... 10

— Puta que pariu! Esse carro não acelera mais não? — falo irritada e continuo com o pé afundado no acelerador.

— 9...8...

Vejo o galpão cada vez mais perto e tento me animar com isso mas a voz do relógio está me deixando mais nervosa.

— 7...6...

Acho que o lugar não está nem a 800 metros de distância agora, vamos na fé.

— 5 segundos restantes.

Sinto minhas mãos começarem a tremer. Como vou entrar lá? Até parar o carro tirar os caras do porta malas o tempo já vai ter acabado... só tenho uma opção, espero que essa opção mão me mate.

Brincando com a morte- Vinnie HackerWhere stories live. Discover now