Brincando com a morte- Vinnie Hacker

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— Eu consigo subir a merda de uma escada sozinha! — digo irritada.

— Estou vendo — diz e eu apenas ignoro e volto minha atenção para os degraus.

Com dificuldade subo mais um. Acho que eu quebrei alguma parte do meu corpo porque não é possível.

— Essa cena está deplorável— Blake fala enquanto continua assistindo minhas tentativas de subir a escada.

— Vá a merda Gray! — Falo irritada e subo mais um degrau, gemo baixinho por causa da pontada que senti na perna.

— Ai que porra... — escuto o moreno xingar baixinho e vejo ele subindo os 4 degraus que eu consegui, ficando parado do meu lado — Só estou fazendo isso porque é triste ver você tentando subir essa escada.

— Eu não preciso de você! Não preciso de ajuda! Estou me virando.

— Precisa sim! — diz irritado e pega meu braço colocando envolta de seu pescoço e seu braço em minha cintura.

— E se você tentar me jogar da escada? — Pergunto e ele me encara.

— Ideia tentadora, mas daria muito trabalho e dor de cabeça para mim depois — fala com um sorriso falso e apenas ignoro.

Blake me ajuda a subir todas as escadas e em menos de 3 minutos consigamos subir todos os degraus.

— Obrigada — agradeço seca.

— Eu ainda te odeio — ele diz me largando e indo para seu quarto

— Ainda é recíproco! — grito de volta e sigo mancando para o meu quarto.

[...]

Me encontro sentada na minha cama me olhando para o espelho, e muitos pensamentos surgem na minha cabeça.

Eu fui sequestrada, me machuquei muito, me machucaram muito e agora estou em casa de novo, como se nada tivesse acontecido. Eu tenho que agir como se nada tivesse acontecido? preciso sempre dizer a todos que estou bem? Me convencer que estou bem e que ser sequestrada não mudou nada em mim?

Me olho no espelho e digo a mim mesma que nada mudou, continuo sendo a Madi.

E se a solução for realmente fingir que nada aconteceu? Fingir que tudo isso não passou de um pesadelo? Quem sabe isso faça essa sensação ruim sair de dentro de mim.

Volto para a realidade quando uma batida na porta ecoa pelo meu quarto.

— Podem entrar! — grito e a porta se abre.

— Oi querida! — Marta entra — O médico acabou de chegar e Hacker foi buscá-lo lá em baixo, ele me pediu para te levar até o quarto dele.

— Ah sim — falo e bem devagar saio da cama e Marta me oferece ajuda mas eu nego — Porque no quarto dele? Não podia ser no meu?

— Vai entender Madi... vai entender — Ela diz.

Ela me ajuda a descer da cama e ir até o quarto de Hacker, entramos lá e já vou direto para a cama, me sento e nós ficamos esperando.