Brincando com a morte- Vinnie Hacker

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— Você é impossível... — ela fala com a mão na testa — óbvio que podemos mud...

— Olha eu vou ser bem sincero com você — falo e ela me encara franzindo a testa — eu não quero, nós não queremos que você mude para o México! Você tem talento e eu não quero desperdiçar isso...

— Engraçado, achei que eu não passasse de um rosto e corpinho bonito e que eu era imprestável.

— EU MENTI MADISON.... eu menti — confesso.

Puta merda o que eu estou fazendo? Você não era assim Hacker.

— Você é completamente o contrário de imprestável, tá legal! Ontem eu descontei toda minha raiva em você, eu fui um merda...

— E... 

— E um babaca...

— E...

— E um cuzão nojento

— E... — eu a encaro.

— Porra Madison, você já entendeu.

— Tá continua.

— Tudo que eu disse ontem foi da boca para fora, você não é só um rosto e corpinho bonito. Até agora tudo que você fez foi para ajudar os Scorpions e eu sei que você nunca nos trairia, eu fui um filho da puta de ter comparado você com James... ah e foi mal por tentar atirar em você.

— Olha Hacker, agora eu vou ser sincera com você! as coisas que saíram da sua boca ontem, me afetaram um pouco sim, e você desconfiar de mim, eu até entendo, porque olha quem é o meu pai — ela fala meio tristinha — Mas uma coisa que eu nunca entendi foi, porque você não gosta de mim? sendo que eu sempre ajudei vocês. Parece que você não consegue me encarar por mais de 20 segundos — Ela fala enquanto coloca o tal do brigadeiro em um prato e pega uma colher.

— Isso é uma longa história — digo me sentando na mesa

— Eu tenho tempo — ela fala e senta na minha frente.

— Bom... quando eu tinha uns 15 anos, meus pais estavam planejando um dos maiores roubos em Nova Iorque. Eles planejaram aquilo por meses, só alguns homens e o sócio do meu pai sabiam sobre o plano. Então nos viajamos para NY, no dia do roubo, meu pai pediu para eu ficar em casa mas eu decidi que iria me esconder no porta-malas do carro e ia junto, para ver como era e tals, então foi o que eu fiz — eu contava e ela não tirava os olhos de mim, como se não quisesse perder um detalhe.

Nós chegamos no local e já era bem de madrugada, eu saí do porta-malas e me escondi atrás de uma árvore. Meus pais entraram no banco tranquilamente, até porque o roubo estava bem planejado, até aí estava tudo bem até que os policiais, FBI e homens do governo começaram a chegar e cercar o banco, então começou a troca de tiros. Eu não estava entendendo como os polícias tinham descoberto sobre o roubo até que eu vi seu pai ao lado de um homem do FBI, foi aí que a fixa caiu, James tinha contado para eles sobre o roubo, ele tinha traído a confiança dos meus pais.

— Meu pai era sócio do seu pai? —
ela pergunta e eu afirmo — ele não construiu a Máfia dele sozinho né.

— Não, metade dos homens que trabalhavam com os Scorpions ficaram do lado dele — respondo

— Não acredito nisso, e ele sempre se glorificando por ter construído tudo sozinho, um cuzão mesmo... enfim continue...

O tiroteio não parava, até meu pai perceber que não tinha escapatória, então ele saiu pela porta da frente do banco de mãos dadas com minha mãe, os dois de ajoelharam e depois se encaram, e suas últimas palavras foram eu te amo, um falou para o outro, então os policias atiraram neles, e então o mundo parou, tudo ficou em câmera lenta, quando eu vi os corpos deles caindo no chão, meu mundo tinha desmoronado e eu gritei, eu gritei muito, era a única coisa que eu sabia fazer.