Isso não pode estar acontecendo.

Levanto da cama e vou em busca de algum remédio para crises de ansiedade mas não acho nada... vou em direção do banheiro, lavo o meu rosto para tentar me acalmar mas nada funciona, o nó em minha garganta se forma novamente então volto para cama, me deito e começo a chorar, nunca tinha chorado tanto como naquele dia, então com as lágrimas em meus olhos e a angústia dentro de mim, eu durmo.

[...]

Assim que acordo no outro dia com o som do despertador, me estico para desliga-lo.

Logo me lembro do que aconteceu ontem e uma tristeza me invade novamente, não entendo porque aquilo me abalou tanto. Eu só pensei que estava virando amiga de todos aqui, mas pelo jeito, para eles não passei de uma menina mimada que eles tiveram que aturar para o plano dar certo.

Me deito na cama de novo e a última coisa que estou com vontade hoje é sair do quarto.
Escuto alguém bater na porta e entrar em seguida, era o Nick.

— Oi linda — diz com uma suavidade na voz — vim ver como você está. — se senta na ponta da minha cama.

— Estou bem Nick não precisa se preocupar — digo um pouco grosseiramente, só quero ficar sozinha.

— Tudo bem — fala um pouco desapontado e logo me arrependo — Quer que eu pegue café para você? Marta fez aquelas panquecas de mirtilo que você adora.

— Não, Nick. Estou sem fome, depois eu vou lá buscar — digo e dou um sorriso de lado bem falso, espero que ele não perceba.

— Ok. Vou deixar você em paz, se precisar de algo é só me chamar — diz tentando me confortar.

Ele se direciona até a porta e vai embora. Fico encarando minha janela e muitas coisas passam pela minha cabeça.
Tudo que eu queria era minha mãe pra me ajudar nesses momentos e dar alguns conselhos.

Já se passaram horas que estou aqui no quarto, apenas olhando para o nada e eu estava começando a ficar com fome mas minha preguiça é maior para descer e buscar algo. Resolvo olhar meu celular, há várias mensagens de Emma, mas se eu responder ela nesse estado, ela vai perceber que não estou bem e vai ficar perguntando o que aconteceu.

Sou tirada de meus pensamentos, com alguém batendo na porta novamente. MAS NÃO É POSSÍVEL.

— ENTRA! —grito na maior força do ódio

— Desculpa te atrapalhar Madi, mas não dá mais para você ficar aqui sem comer nada — escuto Nick entrando no meu quarto com uma enorme bandeja de comida.

— Nick já te falei que estou sem fome, me deixa sozinha, por favor — digo cobrindo minha cabeça com o edredom.

— Foda-se, você falou isso de manhã, já são 18:00 e você não saiu dessa cama — ele fala e eu reviro os olhos- Só vou sair daqui quando você comer — ele tira a coberta da minha cabeça e me encara.

Sento na cama, pego o prato de comida e vou uma garfada na panqueca.

— Bem melhor — o loiro fala.

— Você não precisa fazer isso — falo e ele me olha confuso— fingir que se importa. Quando meu pai estiver morto, não vão mais precisar me ver.

— TÁ MALUCA MULHER?, desde quando eu não me importo com você? Eu não sei como, mas você tá a tão pouco tempo nessa casa e já conquistou a maioria dos meninos. Blake e Hacker são muito complicados no quesito de confiar e conhecer pessoas novas, são muito desconfiados. — ele fala e pega na minha mão — Você é uma grande amiga para todos, estamos tentando convencer Hacker de você ficar, mas já deve imaginar como está difícil — escuto tudo com muita atenção, estou muito surpresa.

Brincando com a morte- Vinnie HackerWhere stories live. Discover now