Brincando com a morte- Vinnie Hacker

01

— Como você ficou sabendo disso? Você não tem nada haver com isso, são coisas de negócios e já te expliquei que não a quero envolvida em nada disso. Eu vou viajar amanhã para resolver isso — ele falava e passava a mão em seus cabelos, nervoso.

— Mas isso me envolve também, então eu quero saber! Não entendo o porque quer me afastar de tudo isso, sendo que posso comandar o negócio da família futuramente — Digo me levantando do sofá e ele se afasta apoiando suas costas na parede.

— Não, você não pode, sabe porquê? — Encara meus olhos — Porque você é fraca, não sabe de nada sobre a vida, é só uma menina mimada e desobediente. Realmente acha que pode comandar uma máfia inteira? Já te disse que não tem espaço para mulheres nesse tipo de negócio. Saia logo daqui porque só sua cara já está me irritando. — diz gritando, mas eu continuo com o queixo erguido.

— Eu não acredito que você disse uma coisa dessas! O fato de eu ser uma garota não muda nada, eu venho acompanhando todos os seus negócios e reuniões, posso muito bem comandar o seu pessoal. Eu sou muito mais forte do que você pensa, assim como minha mãe e sabe disso! — me aproximo lentamente até ele— Sabe qual o seu problema? Você tem medo, tem medo de que eu possa ser melhor do que você! — assim que termino de falar ouço um estalo e sinto em um dos lados do meu rosto ardendo

Ele me deu um tapa — Coloco a mão no lugar que foi atingido e me afasto do mesmo.

— Você vai aprender a me respeitar, por bem ou por mal. Sou eu que te dei tudo que você tem e não admito que fale assim comigo, eu vou ter que dar um jeito em você — diz se aproximando, tento me afastar, mas sou impedida por sua mão que se direciona ao meu cabelo o puxando em direção às escadas.

Sou arrastada degraus acima, até meu quarto e depois jogada com tudo sobre meu tapete macio.

Recebo um olhar furioso, em seguida sai do meu quarto batendo a porta, igual todas as vezes que o confrontei, é sempre assim.

Confesso que eu já estou de saco cheio dessa merda toda. Abro uma gaveta embaixo da cômoda e acendo um beck, só fumo quando eu estou estressada e preciso relaxar um pouco, e vou ser sincera, essa porra ajuda muito.

Pela primeira vez estou inteira depois de uma briga com meu pai, diferente dos outros dias.. Hoje estou apenas com a marca de seus dedos no meu rosto.

Esse filho da puta nunca foi meu pai, ele nunca me deu carinho, atenção, nunca me deixou ter amigos ou ir para uma escola normal. Eu só consigo me divertir quando eu fujo de casa
enquanto ele viaja.

Fui criada e aprendi tudo com a Elisa, uma das mulheres que trabalham na casa desde que eu nasci.

E minha mãe... bem, eu não a conheci, ele me disse que ela morreu sendo intrometida e tentando confrontar os nossos inimigos. Acredito que ela morreu defendo a máfia e nossos bens, coisa que o bunda mole que eu chamo de pai não conseguiu fazer.

Eu nunca fiquei sabendo de mais nada sobre ela, sempre que tocava nos assunto me mandava calar a boca.
Mas a Elisa me disse que ela era linda, tinha cabelos castanhos lisos, olhos castanhos e um sorriso encantador, assim como eu.

Queria muito tê-la ao meu lado, para me levar pra bem longe e ser só eu e ela pra sempre.

Mas pra minha sorte, tenho um raio de luz na minha vida que não me deixa enlouquecer, Emma, minha melhor amiga virtual, e não, ela não é um velho tarado ou sei lá o que.
Ela é linda, tem cabelos cacheados, pele morena, olhos verdes, é muito engraçada, chorona ( tenho vontade de bater nela quando ela chora por macho, pelo amor) e ao invés de mim, ela é carinhosa com qualquer pessoa. Eu realmente não sei como ela consegue tratar todo mundo bem.