Katherine seguiu Dean até a saída do castelo. Ele estendeu o braço e faíscas douradas saíram de suas mãos. Ela recuou com medo, porém, ele a chamou , garantindo que nada iria acontecer.
- Vamos usar magia para chegar lá. As fadas das ruínas podem ser perversas quando querem, por isso, tome cuidado. – ele avisou.
Katherine assentiu e logo sentiu uma espécie de fumaça com cheiro de morango ficar em volta dela. A mão de Dean foi para o seu ombro e seu depois enfrentou uma forte vertigem. Tudo o que ela olhava parecia retorcido e embaçado. Sentiu o corpo amolecer e se retorcer. Não conseguia enxergar Dean nem o que estava a sua frente.
Sentiu os pés de volta ao chão e o estômago voltar ao normal. Quis beijar todo o chão, feliz por estar de volta, mas precisava pegar logo o espelho. Apesar de toda essa pressa, ela não sabia o que fazer com ele logo em seguida. Deixá-lo de enfeite? Colocar no banheiro? Esconder num cofre a sete chaves? Realmente, tinha muito para se pensar.
Assim que se tudo se estabilizou, ela olhou em volta para conhecer o lugar. Tinha purpurina e vagalumes para todos os lados. As árvores tinham o tronco de cor azul e as flores eram lilás em formato de coração. Era tudo lindo, limpo e cheiroso. Cheirava a flores.
Um menino fada muito bonito apareceu na sua frente, falando algo sobre hospedagem. Tinha asas azuis brilhantes e um sorriso largo. Seus olhos tinham uma tonalidade diferente entre roxo e verde. Katherine desejou aquele olhar. Adoraria passar a eternidade olhando para seus olhos.
- Não olhe! Algumas fadas tem o poder de persuadir apenas com o olhar! – ele beliscou seu braço e ela soltou um grito. Balançou a cabeça, livrando-se do transe.
- Desculpe. – ela passou pelo menino fada, sem encará-lo.
- Mas nós temos serviço grátis! – ele gritou.
- Precisamos encontrar a tal fadinha. – Dean sussurrou em seu ouvido.
- Estão procurando por mim?
Katherine se virou lentamente e viu alguém que já imaginava encontrar. Brisa e toda a sua beldade. Os cabelos que antes eram castanhos estavam platinados e longos. Ela encarou Dean por alguns segundos e depois Katherine.
- Você, Dean... Não deveria estar aqui. Eu só quero a garota.
- Você acha que eu vou confia-la a você? Entregue o espelho e fim de papo, fadinha.
- Não resolvemos as coisas assim tão fáceis, meu amor.
Dean ficou tenso. Olhava para Brisa com raiva e determinação. Com certeza, ele estava determinado em acabar com ela.
- Eu vou, Dean. Não se preocupe. – ela o tranquilizou.
Ela foi petulante em direção a Brisa, que a encarava com um olhar perverso. Levou-a até uma salinha rosa bebê e se sentou em um pufe feito de folhas amarelas. Mexeu-se desconfortavelmente, tentado achar um jeito de amenizar a dor nos quadris.
- Eu soube do estado de Thomas.
- Vocês não lutaram conosco na Guerra. – Kate disse friamente.
- Não. – ela sorriu. Apoiou os punhos na mesa. – Não lutamos mesmo, pois achamos que nós, as fadas, temos o nosso próprio governo. Não precisamos interferir em outros.
- Outras fadas lutaram.
- Elas não são do nosso clã.
- Onde está o espelho?
- Calma... – ela riu novamente. Virou-se e foi até uma penteadeira azul. Abriu a gaveta e tirou de lá um espelho médio. Katherine realmente pensou que ele fosse maior, como o da estação central, mas lembrou-se que aquele era um falsificado que servia apenas para trazer pessoas a Mariland.
O espelho verdadeiro funcionava de uma maneira diferente. Ele sugava o seu corpo para a outra dimensão e você tinha a liberdade de ir e voltar quando quisesse. Ele permitia também, o transporte de mais ou menos duas pessoas por vez.
Katherine tocou no espelho e viu desenhos iguais a arabescos se reluzirem em um tom dourado. Ficou impressionada. Era um lindo espelho emoldurado.
- É seu.
- Porque ficou com ele?
- Sabia desde o começo que Thomas estava com ele. Quando o vi com você... Pensei em suborná-lo. Sabia de sua maldição. – ela entortou o pescoço, como se estivesse de mau jeito. – Eu iria dar o espelho para você para mantê-la a salvo enquanto ele seria meu. Ele pelo espelho. O plano perfeito. – ela olhou para Kate com os olhos enigmáticos. – Mas eu não pude sair daquele maldito Castelo! – ela gritou. – Sua irmã! Aquela maldita... – ela sorriu olhando para o nada. – Mas eu tenho uma nova maneira de tê-lo para mim.
Kate não gostava nem um pouco daquela conversa.
- O que você quer?
- Thomas está semimorto, não está?
- Sim...
- Posso salvá-lo.
- Com o quê?
- A poção amor verdadeiro. É capaz de fazer com ele volte à vida se me amar. Foi feita por mim, acredita? Sou ótima com elas!
- Claro... - Kate resistiu à tentação de revirar os olhos. – E se isso funcionar?
- Você ficará longe de nossas vidas para sempre.
- E se não?
- Ele ficará no mesmo estado. Mostrará que não me... Ama. – ela engoliu em seco.
_*_
As duas chegaram com Dean e rapidamente Kate mostrou o quarto onde Thomas estava para que ela pudesse vê-lo. Ela estava fazendo isso por amor. Queria-o vivo nem que isso custasse sua felicidade.
Estava com medo e ao mesmo tempo ansiosa. Queria saber como ele iria reagir. Será que ele ama mesmo a Brisa? Bem, ela não tinha dúvidas de que ele a amava. Desde a primeira vez que o vira notou algo diferente em seu olhar.
Mas não tinham outra opção, tinham? Ela precisava arriscar tudo para tê-lo de volta. Tudo.
Brisa se aproximou da cama e olhou para Thomas. Verificou os pulsos e balançou a cabeça. Tirou algo do bolso que Katherine identificou ser um vidrinho com um liquido vermelho dentro.
- É tudo ou nada. – ela sussurrou.
Aproximou o vidro da boca entreaberta de Thomas e Kate viu que o liquido havia sumido. Não pode conter as lagrimas. Se Thomas acordasse, significaria que sempre amou Brisa. Se não acordasse, talvez estivesse fadado a esse... Coma para sempre.
Nenhuma reação.
- Era para agir de imediato! – ela gritou. – Não acredito!
Transtornada, ela deixou o quarto e bateu com força na porta. Katherine estremeceu e olhou para o corpo semimorto. Suas lágrimas azuis caíram sobre Thomas e de uma maneira magica, foram absorvidos por sua pele que logo, começou a brilhar em tom azul.
Seria suas lágrimas a cura?
Então, tudo fez sentido na cabeça de Katherine. Ela se lembrou de quando chorou sobre o corpo de Thomas durante a batalha. A cura não havia funcionado por completo por que seus poderes haviam se esgotado quase por completo.
Mas agora, com as energias renovadas, ela podia curar. Podia salvar Thomas. Uma lágrima caiu sobre o ferimento que estava enfaixado e ela pôs a mão ali delicadamente. Uma luz emergiu naquele local e ela sentiu os batimentos cardíacos dele. Estavam fracos, mas estavam ali. Canalizou toda a sua energia nele e viu que ele havia tossido. Aspirou o ar com toda a vontade, mas continuou com os olhos fechados.
Katherine parou, pois seu poder havia se esgotado. Trazer uma vida de volta era esgotante. Abraçou-o de um modo desajeito, mas nada importava. Ele estava vivo. Sentiu seus braços a abranger e uma onda de calor a envolveu.
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Eu falei que não ia postar, mas acabou que deu! VAMOS PULAR GALERÊ! HAHA comentem e votem, pois eu amo! beijos da Isa <3