Do Outro Lado| [ reescrevendo...

By IsaSkywalker

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Os humanos não estão em um só lugar. Katherine vivia uma vida normal como qualquer adolescente de dezoitos an... More

Era uma vez
1.Olá, Kate.
2. Confie em mim.
3. Voar.
4. O castelo
5. A Rainha
6. O baile- parte 1
7. O baile- parte 2
8. Aquele rosto
9. O inesperado
10. Um passeio
11. Amaldiçoada
12. Quebrados
13. A cura
14. Uma breve caminhada
15. O espelho
16. Uma decisão
17. Mini-fadas
18. A escolha
19. Os manipuladores
20. Horas
21. A magia das fadas
22. Abismo
23. O grito
24. Dia vs noite
25. O rugido
26. A maldição
27. Despedida?
29. O salvador
30. Destino selado
31. Não me abandone
32. Verdades
33. A morte
34. Feliz aniversário
35. O Dragão do Sol Celeste
36. Sacrifício
37. O funeral
38. Perdoe-me?
39. O lobo
40. Para onde iremos?
41. O feiticeiro
42. A descoberta
43. Apenas uma noite
44. Adrenalina
45. A Batalha
46. Entre lágrimas e lápides
47. Poção do amor verdadeiro?
48. A nova Rainha
48. Casamento
Agradecimentos

28. Bebidas

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By IsaSkywalker

Katherine não parecia ter ouvido direto o que Nyadra dissera. Ela não estava em condições psicológicas para tal coisa. Queria tomar um banho, por sua vida em ordem e quem sabe, poder descansar um pouco.

Kate subiu as escadas em silêncio. Seu coração ainda batia forte com as palavras de Thomas que continuam perturbando-a. Seu corpo implorava por uma cama e seus olhos iriam se inundar em lágrimas a qualquer momento.

Ela entrou no quarto, onde Nyadra estava instalada. Fechou a porta, tacou-se na cama e colocou as mãos no rosto e seu corpo convulsionou com choros e soluços.

- O que você tem?

- Nada. – ela fungou e limpou o rosto. – Eu sou apenas uma idiota. Merda!

- Que vocabulário estendido. – Nyedra disse rindo. – Foi o tal do Thomas?

Katherine ficou receosa em dar de bandeja, as informações sobre seu relacionamento conturbado com Thomas. Desde que ela o viu, sentiu uma coisa diferente em relação a ele, mas ela não sabia nomear o sentimento. Mas doía muito a sua alma.

Ela não queria ser uma garota frágil, sem família que chora pelos cantos. Ela queria ser forte; ser um exemplo. Às vezes, ela invejava Elizabeth por ter esse ar de poder e determinação. Ela ficou encarando Nyadra por alguns segundos, assimilando a ideia, que agora não lhe parecia nada mal.

Ela precisava tirar Thomas da cabeça nem que fosse por uma noite.

Uma noite de diversão na cidade desconhecida.

- Bem, eu não estou muito certa das minhas atitudes de agora em diante, mas creio que aceitarei um pouco de diversão por uma noite.

Nyadra abriu um sorriso malicioso e gargalhou.

- Essa noite será maravilhosa. Isso eu posso crer a você.

Foi ai que Katherine se deu conta de que não tinha roupas adequadas para ir a uma festa.

- Não podemos ir. Não temos roupas.

- É ai que você se engana amiguinha. – ela diz. De suas mãos d'água surge um telefone, também, feito de água. Ela disca alguns números e sorri.

- Alô? Pai, eu preciso que me transforme em humana. – ela faz uma pausa. – Eu sei dos riscos, mas é só por uma noite. Você sabe que eu preciso relaxar. – outra pausa. – Estou com uma amiga. Preciso te falar muita coisa. Eu o verei em breve. – outra pausa. – Até logo e obrigada!

Ela desliga e olha para Katherine com ansiedade.

De repente, toda a água de seu corpo evapora lentamente. Katherine observou aquilo com certa curiosidade. A cada camada d'água que sumia, uma parte de seu corpo humano aparecia. Ela era morena que aparentemente usava um vestido preto que ficou magnifico em seu corpo. Logo seus cabelos negros ondulados apareceram. Os cachos que antes, eram formadas por pequenas ondas. Além disso, seus olhos tinham a mesma intensidade do azul do mar.

- Você está incrível! – Kate exclamou.

Ela sorriu largamente. Aparenta ser uma adolescente de dezoitos anos vivendo a vida normalmente. Não uma menina feita de água que anda com uma estaca na mão.

- Sua vez. – ela aponta para Katherine.

Então, a transformação de Katherine chega. Bem, não que se precisasse fazer muita coisa, pois ela já era bonita naturalmente. Apenas precisava do tal empurrãozinho. Um vestido vermelho um tanto colado que ia um pouco acima do joelho, uma sapatilha com um pequeno salto e uma maquiagem deslumbrante!

Ao se olhar no espelho d'água que Nyadra havia feito, ela se surpreende. Parecia adulta.

Forte.

Determinada.

- E- eu me sinto diferente.

Seus cabelos que sempre foram ondulados estavam lisos como ela nunca viu. A maquiagem era bem delineada e leve no rosto fazendo com que ela não ficasse tão carregada.

- Você que está incrível! Uma ruiva de arrasar! Vamos que já estamos atrasadas.

As duas saíram rindo do quarto e deram de cara com os dois rapazes que ficaram sérios instantaneamente.

- Quem é essa? – Edward pergunta.

- Sou eu. Nyadra.

O queijo de Edward parecia querer despencar de um prédio de vinte andares. Ele a analisou e soltou um riso malicioso.

- Aonde vocês vão? Esse lugar é perigoso para ficar andando desse... - ele fez uma pausa nas roupas de Katherine que corou. – jeito.

- Somos crescidas, Thomas. – ela diz convicta. – Se quiser ir, está convidado.

Thomas a encarava com uma intensidade desconhecida, selvagem. Ele acenou a cabeça e pediu para que elas esperassem um pouco.

As duas desceram e deram de cara com Edward vestindo uma camiseta social simples, mas que o deixava completamente inebriante.

- Meninas! Posso acompanhar vocês? – ele pergunta com entusiasmo. Nyadra sorri e assente.

Nesse momento, o mundo de Katherine para. Thomas descia as escadas e tudo parecia ocorrer em câmera lenta. Seus olhos percorrem seu corpo que estava muito bem enquadrado em uma camiseta de mangas xadrez. Havia uma parte que seus botões não estavam encaixados, deixando a mostra seu peito definido e forte. Katherine suspirou, o que a fez viajar para seus desejos mais sórdidos.

Os olhos azuis do rapaz cravaram no dela ao mesmo instante e Katherine sentiu uma cratera se abrir no meio da sala. Ele deu um sorriso de canto tímido e ela fez o mesmo.

- Você está bem? – ele pergunta.

- Estou. – ela sussurra. – Thomas, se você pensa que eu irei desistir de você, saiba que estás muito enganado.

Ele se aproxima ainda mais dela, deixando-a zonza com seu delicioso perfume.

- Estou fazendo para o seu bem.

- Você não entende... – ela começa, mas é cortada.

- Que parte eu não entendo? Que você corre perigo ao meu lado? Caramba, Katherine! Pense alguma vez! – ele grita, mas não em alto tom.

Naquele momento, ela apenas o encara. Morde o lábio e balança a cabeça. Um sorriso amargo surge em sua boca.

- É. Tem razão. Eu não entendo nada mesmo.

Ele passa a mão sobre os cabelos, frustado.

- Não foi isso o que eu quis dizer. – ele sussurra. – Só quero o seu bem.

Nyedra e Edward observavam cada movimento dos dois. Quando viu que Katherine estava livre das garras de Thomas, Nyedra agarrou o braço da amiga e enganchou.

- Você está bem? – ela pergunta baixinho.

- Vou ficar. – responde.

As duas vão caminhando pela Cidade de Vidro em silencio. Edward e Thomas estavam andando bem atrás delas. Katherine estranhou a mudança repentina em relação aos dois. Sempre brigavam e agora estavam agindo como melhores amigos.

Depois de atravessarem o restante da cidade, chegaram a Cidade das Luzes. Logo avistaram – de primeira- um enorme Globo de festa em tamanho real. Era algo completamente surreal! Dava para sentir a intensidade da festa. A música alta, as luzes coloridas e as pessoas de diversos tipos estavam ali com suas roupas extravagantes e risadas falsas.

- Eu adorava vir aqui até que as guerras começaram. – Nyedra soltou e Katherine franziu o cenho.

- Guerra?

- Falo disso em outra hora.

O corpo de Kate fica tenso e de repente ela não quis ir mais a festa. Porém, não queria voltar sozinha, então o único jeito seria acompanhar seus amigos.

Assim que adentraram o Globo, Katherine ficou encantada. Os meninos fizeram uma ronda no local e ficavam atrás delas como dois seguranças. Nyedra revirou os olhos, sentindo-se completamente irritadiça.

- Com licença, poderiam ir curtir a festa um pouco? – ela pergunta arqueando as sobrancelhas.

Edward levantou as mãos e foi em direção à mesa onde havia petiscos e bebidas de todas as cores. Thomas por outro lado, sentia-se atordoado. Não gostava de brigar com Katherine, mas no momento ele só queria o seu bem. Queria que ela fosse livre do monstro que ele era por dentro. O menino fera mal-amado.

Ele se distanciou delas, sentindo uma dor, como se estivesse partindo para sempre.

Katherine ficou sozinha ali. Nyedra no mesmo instante se enrolou com um homem e fora até algum canto aos beijos com o mesmo. Os outros rapazes a olhava com cobiça, mas ela não queria se envolver. Não naquela noite. Não com aquele tipo de pessoas.

Só Thomas.

Foi até o bar e um homem com a pele completamente azul recebeu-a. Ela se sentou no banco e ficou ali olhando para o barman azul. Apesar de ter a pele em um tom diferente, ele era bonito. Tinha traços finos do rosto deixando um ar ainda mais masculinizado.

- Sugere alguma bebida para alguém com o coração partido? – ela pergunta debochada. O barman sorri e lhe entrega um pequeno copo com um liquido marrom dentro.

- Meu nome é Berry. – ele se apresenta.

- Meu nome é Katherine. Prazer em conhecê-lo, Berry.

Katherine virou o copo de uma só vez e logo sentiu a sua garganta arder. Ela nunca havia bebido antes e sentia que fosse vomitar a qualquer hora, mas logo tudo se estabilizou.

- Mais uma. – ela pediu.

- É pra já! – ele diz abrindo a garrafa e enchendo o copo.

Katherine em um impulso, pega o copo e o vira novamente. A bebida não fazia mais tanto efeito sobre ela, como antes.

Então, ela se vira.

E vê a cena mais inesperada da sua vida. Uma cena que a estraçalhou mais do que qualquer coisa.

Thomas beijava uma garota com intensidade. Ela passava as suas unhas sobre sua barriga e ele estava com suas mãos na nuca da mesma. Katherine sentiu que iria vomitar os dois copinhos de bebida, mas se segurou.

Virou-se para o barman com os olhos cheio de lágrimas.

- Mais uma! – ela exclama passando as mãos pelo cabelo. Queria tirar aquela maldita imagem de sua mente, mas era impossível. Repetia e repetia como um rádio com defeito.

O barman franze o cenho e entrega mais uma.

- Aqui está, senhorita.

Ela vira tudo outra vez.

- Mais!

Katherine já estava começando a sentir o efeito do álcool sobre sua pele, sua mente. Era como se tudo estivesse girando e sua mente a obrigava a fazer coisas que ela praticamente nunca ousou fazer.

Tudo estava tão colorido.

- Não recomendo que beba mais de três copos, senhorita. – ele diz educadamente, mas Katherine não queria saber de nada além de beber.

- Não ligo para o que você diz! Passa-me a droga da bebida! – ela grita e bate as palmas da mão no balcão.

O barman continua impassível. Entrega a bebida e Katherine bebe até a última gota.

Ela desce do banco e vai em direção da pista de dança. Seu corpo estava livre naquele momento. Ela sentia outros corpos suados contra o seu, fazendo a se sentir inspirada. Começou a fazer movimentos iniciais de uma dança que nunca ousou dançar. Consideraria até mesmo proibida.

Ela não estava em si.

Ela não queria ser ela mesma por uma noite.

O calor fazia seus cabelos grudarem em seu corpo que se movimentava de acordo com cada batida da música.

Era magico.

Era como se fosse um só.

Ela olhou para a pista de dança principal, onde só havia mulheres. Katherine não pensou duas vezes.

Subiu.

Homens a olhavam com desejo, mas ela não queria atrair nenhum homem naquela noite. Só queria dançar como jamais dançou. Levantou um pequeno pedaço do vestido e girou, fazendo seus olhos baterem em Jason.

Seu coração bateu mais forte.

Jason não a olhava de uma maneira boa. Seu olhar era cruel, nojento, malicioso.

Thomas estava enraivado. A menina continuava a olhar para ele, tentando chamar sua atenção, mas seus olhos estavam pregados em Katherine e seu show no palco.

Mas Kate não liga.

Era a sua noite.

E ninguém a estragaria.

Ela desce do palco ainda dançando, fazendo os olhares ficarem ainda mais fixos em seu corpo. Um lindo jovem de olhos esverdeados para em sua frente e agarra a sua cintura. Ele a beija e Kate só se dá conta do que estava acontecendo, minutos depois. Ela o afasta abruptamente e anda cambaleante em meio à multidão. Homens, mulheres e outras criaturas gritavam coisas para ela que não conseguia distinguir.

Até alguém segurar seu braço.

- Onde pensa que vai lindinha? A noite ainda não acabou.

---

P.S : não me matem <3 deixem seus comentários e votitos :3

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