''Você ficará bem. Nós estamos juntos agora. Tudo vai ficar bem, você verá. ''
- A Bela e Fera.
_*_
Sabe aquele sentimento de que tudo a sua volta está girando desordenadamente?
Kate se espreguiçou e levantou da enorme cama. Não se lembrara de como havia parado ali.
Foi ai que tudo voltou a sua mente.
Edward com ela segurando a sua mão na luz da noite. Sua verdadeira mãe, Elizabeth. Seu novo lar. Seu futuro baile.
Assim que foi a penteadeira, olhou-se no espelho e viu que não estava nada mal. Nem com mal hálito matinal ela estava. Foi até o seu grande closet e viu vários e vários vestidos. Realmente aquela noite prometia para ela. Katherine precisava seriamente se divertir.
Seus olhos pararam em um vestido lilás maravilhoso. Ela o provou e se sentiu a América Singer, personagem de um de seus livros favoritos: A Seleção. Mesmo não tem um Maxon na sua vida ou até mesmo um Aspen. Bom, ela sabia que Edward estava meio afim dela, quando jogava aqueles sorrisos inebriantes, mas nossa! Eles acabaram de se conhecer e isso seria uma loucura dos dois. Katherine gostava muito de Edward e de sua companhia e quem sabe, ela poderia desfrutar de algo mais além. Sua vida estava formada. Completa. Estava com sua mãe em seu verdadeiro lar e acreditava nela.
Também tem Thomas.
O menino dos olhos azuis marcantes. Ela nunca se esqueceria dele e esperava ansiosamente vê-lo no baile pelo menos para dizer Oi, tudo bem? Ou Oi, como vai o namoro? Kate deveria se lembrar de que ele está com Brisa agora e pelo o jeito que os dois conversavam, amavam-se muito.
Ela só não sabia por que estava chateada com tudo isso.
Katherine olhou para o vestido em seu corpo e se lembrou de suas únicas amigas. Como a saudade era tanta. Olhou para a grande janela e viu sua mãe conversando com os organizadores da festa. Ela estava animada e muito mais bonita que no dia anterior. Ela realmente puxara seus dotes de beleza.
Suas amigas adorariam ir a um baile.
Mas Kate ainda poderia ir com elas!
Kate sentou-se próxima a janela e encostou a cabeça na mesma. Passou o braço em torno dos joelhos e os abraçou. Kate permaneceu ali por um bom tempo pensando em como tudo mudou e como ela deveria visitar as suas amigas sem preocupar a sua mãe.
De seus olhos brotaram lágrimas que estavam presas a seu coração. Estava na hora de arrancá-las. Ela tinha que admitir que sentia falta da Terra e por um segundo, pelo menos um segundo, ela precisava estar nos braços de Thomas e sentir sua áurea calorosa em torno dela.
Ela se sentia mais sozinha do que nunca.
Suas lágrimas saiam azuis e brilhantes, como sempre. Toda a vez que ela chorava em público, as pessoas gozavam de sua cara e a chamavam de bruxa, aberração entre outras palavras execráveis.
Seu estava rosto iluminado pelo sol e pelas lágrimas.
Ela só tinha que voltar para o espelho.
Apenas uma visita.
E nada mais.
_*_
Assim que saiu do quarto, com o rosto limpo e sem olheiras aparentes, foi até o bufe e tomou o seu café. Ainda precisava explorar o Castelo. Decidiu começar pela sala. A sala enorme com um estofado maior que ela! Na verdade aquele estofado daria para um gigante dormir sem nenhum incomodo.
Foi para o corredor com o grande tapete vermelho. Sua mãe não permitira ela ir ao castelo de baixo, pois dizia que ele era sombrio demais e que pertencia a outra pessoa.
Kate apenas assentiu.
No final do corredor havia uma pequena sala.
Trancada.
Katherine bufou alto. Ela estava no completo fastio e precisa urgentemente fazer algo. O Castelo não era algo que a impressionava tanto assim, pois ele era como nos filmes de princesas que ela via e sonhava em ser um dia.
Mas não era mais tão impressionante assim.
Kate virou-se e deu de cara com a sua mãe que olhava para ela com os olhos brilhantes.
- O que faz por aqui, meu amor? – Elizabeth perguntou com ternura.
- Estou apenas olhando o Castelo, mãe.
Sua mãe mexeu nos seus cabelos e falou baixinho. As duas eram tão iguais.
- Você passou a tarde inteira aqui. Vá tomar um banho, pois o baile vai começar.
Kate assentiu e foi até o seu quarto, saltitando.
_*_
No banho, Kate pensava o quanto estava ansiosa e animada para essa festa. Usou o sabonete de morango, que era a sua fruta favorita e o cheiro era sem igual. Enquanto banha-se, cantava uma música dos The Smiths que sua mãe, Maris Aurora cantava para ela quando era criança.
Sim, sua mãe se chamava Maris Aurora. Um nome diferente, mas Kate o adorava. Geralmente a chamava apenas de Aurora.
- There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
Terminou a música e foi para o quarto ver o vestido. Decidiu trocar o lilás por um vermelho completamente tentador. Essa noite seria só para ela. Ouviu-se o bater na porta.
Era Edward.
Sentiu-se nauseada. Não estava preparada para vê-lo. Não dá maneira que ele estava em sua frente.
Aquele olhar sexy dele sobre ela a deixava louca! Ele estava usando uma simples camiseta branca, mas estava com um terno na mão direta. Ele abriu um sorriso e virou o rosto envergonhado.
- Oi. – Kate disse por fim.
- Olá, Kate! Você está linda! – ele disse.
- Obrigada! - sorriu radiante.
- Sua mãe pediu para que eu a acompanhasse.
- Claro. Espere um segundo que eu já vou terminar de me arrumar.
Ele assentiu e Kate fechou a porta. Seu coração estava a mil e ela não sabia o que esperar naquela festa. E estava ainda mais nervosa por conta de Thomas! Ele não saia de sua cabeça e lá estava Edward sendo gentil com ela. Edward também a deixava ansiosa, mas não com tanta intensidade.
O que estou fazendo da minha vida? – pensou.
Respirou fundo e assim que terminou, olhou-se pela última vez no espelho. Estava vislumbrante com o vestido vermelho que realçavam suas curvas delicadas e a maquiagem leve. Seu rosto iluminado pela euforia.
Saiu do quarto e Thomas já estava vestido com o terno. Ele era um homem estonteante e sofisticado.
Por que eu não sinto nada em relação a você?
Droga! Eles mal se conheciam! Ela não devia se questionar tanto, já que nunca teve sorte no amor. Sua sorte era nos não correspondidos.
Assim que chegou no salão, que estava lotado de pessoas sofisticadas, elfos, fadas, anões rabugentos que reclamavam da comida toda hora.
- O que seria estes ponches? Não há álcool! – um anão de nariz horrendo reclamou. Ele tinha cabelos ralos e vestia um terno com gravata borboleta.
Kate queria gargalhar, mas não podia, já que todos os olhos estavam voltados para ela.
Inclusive o dele.
Aqueles olhos azuis do mar, da qual ela queria se afundar.
Naquele momento, ela não viu mais nada.
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