Sou Fã Dos Seus Olhos

By ruivinha_blossom

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Essa é uma continuação da "tantos olhares me olhando e eu querendo o seu" contando mais a história dos filhos... More

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cap.01
cap.02
cap.03
cap.04
cap.05
cap.06
cap.07
cap.08
cap.09
cap.10
cap.11
cap.12
cap.13
cap.14
cap.15
cap.16
Cap.17
cap.18
cap.19
cap.20
cap.21
cap.22
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cap.24
cap.25
cap.26
cap.27
cap.28
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cap.31
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cap.35
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cap.37
cap.38
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cap.40
cap.41
cap.42
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cap.44
cap.45
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cap.48
cap.49
cap.50
cap.51
Cap. 52
Cap.53
cap.54
cap.55
cap.56
cap.57
cap.58
cap.59
cap.60
cap.61
cap.62
cap.63
cap.64
cap.65
cap.66
cap.67
cap.68
cap.(34+35)
cap.70
cap.71
cap.72
cap.73
cap.74
cap.75
cap.76
cap.77
cap.78
cap.79
cap.80
cap.81
cap.82
Cap.83
Cap.84
Cap.85
Cap.86
Cap.87
Cap.88
cap.89
Cap.90
Cap.91
cap.92
Cap.93
cap.94
cap.95
cap.96
cap.97
Cap.98
cap.99
cap.100
cap.101
Cap.102
cap.103
cap.104
cap.105
cap.106
Cap.107
Cap.108
cap.109
cap. 110
cap. 111
cap.112
cap.113
cap.114
cap.115
cap.116
cap.117
cap.118
cap.119
Cap.120
cap.121
cap.122
cap.123
cap.124
cap.125
cap. 126
cap.127
cap. 128
cap.129
cap.130
cap.131
cap.132
cap.133
cap.134
cap.135
cap.136
cap.137
cap.138
cap.139
cap.140
cap.141
cap.142
cap.143
cap.144
cap.145
cap.146
cap.147
Cap.148
cap.149
cap.150
cap.151
cap.152
cap.153
cap.154
cap.155
cap.156
cap.157
cap.158
Cap.160
Cap.161
cap.162
cap.163
cap.164 (Baile parte 1)
cap.165 (Baile parte 2)
cap.166(pós baile)
Cap.167
Cap.168
cap. 169
cap.170
cap.171 (Merry Christmas)
cap.172 (Merry Christmas)

cap.159

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By ruivinha_blossom

Ricardo on:

- Carter, vai verificar a central, Miller fica aqui na porta,se tiverem sinal dos vocês sabem quem, passem um rádio pra mim e tentem enrolar - digo deixando Carter e Miller na recepção do hospital.

Me informei sobre o quarto aonde a Luna está, logo, me encontro em frente a porta do quarto dela e assim que entro, vejo a mesma recebendo uma medicação na veia por uma enfermeira.

- Senhor, não está no horário de visitas, por favor volte amanhã - disse a enfermeira.

- Caso não tenha reparado senhora, Sou da polícia - mesmo de farda, tirei meu distintivo e mostrei- fui acionado pelos irmãos da vítima para trabalhar no caso dela - guardo o distintivo no bolso - houve uma tentativa de assassinato e junto a isso, violência sexual sobre a menina - ajeito minha postura - preciso tentar conversar com ela para saber o que ela lembra e assim, começar as investigações para achar provas e ir em buscas do criminoso - digo mantendo uma expressão séria e rígida o que fez a enfermeira recuar.

- Tudo bem, mas acredito que ela não vai estar em boas condições de conversar - começou a guardar as medicações - e agora, ela está dormindo então o senhor teria que esperar até ela acordar - diz ela e eu vou até a poltrona do outro lado do quarto da Luna, solto minha mochila no chão e me sento.

- Eu aguardo uns minutos, se ela demorar muito, volto amanhã - pego o jornal sobre a borda da poltrona e o abro.

Vejo a enfermeira sair e então me aproximei da Luna que dorme tranquila, olhei para a câmera no canto do quarto e fiquei encarando a mesma até que vi o sinal vermelho dela se apagou, indicando que o Carter chegou a central.

Em meio a isso, fui até minha mochila e peguei a injeção de Fentanil, quando virei novamente a Luna estava de olhos abertos olhando para cima, virei rapidamente e coloquei de volta na mochila a injeção.

- Oi Luna - disse indo até ela que seguiu olhando para cima - como se sente ? - me inclino para ela que finalmente olha para mim.

- O que houve com seu rosto? - pergunta por ver que eu ainda tô machucado do dia em que a Sabina bateu em mim com o troféu.

- Briga com um bandido.

- Entendi...- sussurrou e olhou para cima novamente, pela maneira em que está falando comigo, certamente não contaram nada a ela ainda.

- Estava com saudades de você amor - digo me aproximando dela e dando um selinho na mesma que franziu o rosto.

- Você tá doido? - questiona ela confusa.

- Como assim?

- Você é casado com a minha irmã!- mudou sua expressão para raiva.

- Ham... não! Eu não sou não - neguei enquanto franzi as sobrancelhas - eu sou casado com você, esqueceu? - sorri de canto de boca.

- Comigo? Não!

- Como assim amor? Não estou entendendo você - faço uma expressão de confuso.

- Eu não sou casada com você, eu sou casada com o Jonathan!

- Não meu amor - comecei a rir - Jonah era casado com a Maya - toco no braço dela.

- Não! Eu sou casada com o Jonah!

- Pelo jeito aquele acidente realmente te fez ter lapsos de memória - fico preocupado.

- Acidente?

- É? Você não lembra disso também? - negou com a cabeça - você escorregou no banheiro e bateu a cabeça.

- Eu... bati? - fez uma expressão de confusa e isso me faz sorrir por dentro.

- Sim amor - peguei a mão dela - você e eu íamos tomar banho juntos, só que eu tive que ir ajudar o Jack a arrumar o vídeo game, em meio a isso você cansou de esperar e foi tomar banho, quando cheguei no banheiro você tava caída no chão com uma poça de sangue ao redor da sua cabeça - fico triste enquanto olho nos olhos dela.

- E-eu não me lembro...- desviou o olhar e ficou pensativa enquanto fazia uma expressão de confusa.

- Lembra que antes disso tínhamos ido a praia com o Jack, Banzé e o Lucca? Então, quando chegamos você queria tomar banho e deitar, aí eu disse que ia com você mas acabei indo ajudar o Jack - acaricio a mão dela que voltou a olhar para mim.

- Não... a última vez que fui a praia, estava com o Jonathan, os meninos e o Banzé - ainda pensativa - e aí Jonathan queria renovar os votos de casamento...- interrompi ela.

- Não, não amor, nós estávamos renovando os votos! Você e eu! - sorri - o Jonathan não tava lá, ele tava com a Maya em Las Vegas.

- Mas... mas o Jonathan foi baleado na praia, logo depois de me pedir pra renovar os votos - ela realmente parece muito confusa.

- Não! O Jonah sofreu um acidente de carro e morreu em uma cirurgia no hospital - falo sério e fazendo uma expressão de preocupação - você não lembra disso? Nós quem fomos atrás da ambulância pois estávamos perto do local do acidente.

- Por que não lembro disso ? - franziu o rosto desconfiada.

- Eu não sei mas estou preocupado com a sua situação... acho que você tá piorando - cocei a nuca - como você tem uma memória falsa com o meu irmão? Ou como não lembra de mim? - toquei em meu peito - você não lembra do nosso casamento?

- Eu acho que não casei com você...- ela fica confusa - eu não sei, tô confusa - fechou os olhos.

- Olha, vou te provar que a gente casou - pego meu celular e entro na galeria, procuro pela foto que tirei com ela no dia do casamento dela com o Jonah - olha - mostro a ela a mesma vestida de noiva ao meu lado que estava de terno cinza - essa foto é do dia do nosso casamento - virei o celular para mim e passei a foto para o lado vendo a foto também do casamento, quando ela tava rindo da Sabina que tava atrás de mim e havia caído, enquanto eu estava olhando para ela sorrindo por ver ela toda linda e feliz, virei e mostrei a ela- você não lembra ? - faço uma expressão triste.

- Não... - sussurrou.

- E dessa ? - viro o celular para mim e procuro uma foto em específica - olha...- mostro a foto onde estou com roupa do hospital tirando uma selfie com ela que está segurando o Lucca nos braços recém nascido - foi do dia em que o Lucca nasceu, nosso primeiro filho...- olho para ela que encheu os olhos de lágrimas, naquele dia eu estava lá porque ela entrou em trabalho de parto antes do tempo planejado, no meio da delegacia e eu coloquei ela no carro e a levei pro hospital, avisei o Jonathan sobre isso só depois que o Lucca já tinha nascido, uma pena que não consegui fazer o mesmo com o Jackson.

- Eu lembro disso...- disse ela admirando a foto - ele era tão pequenininho... - sorriu enquanto seus olhos ainda estão com lágrimas.

- É, ele nasceu antes do tempo, você lembra? Era pequenininho e tinha pouco peso- viro o celular para mim - assim que ele saiu dos seus braços foi direto pra incubadora, você lembra ? - mexo em mais fotos.

- Eu lembro...

- Mas não lembra da gente, não é ? - faço uma expressão triste.

- É que... que por alguma razão, você não tá no que eu lembro - colocou a mão na cabeça - Por que eu não lembro? Por que ?- tirou a mão da cabeça e começou a coçar suavemente o braço em que está recebendo medicação - E-eu tô tão confusa...

- Tudo bem amor, eu te ajudo a lembrar - vou até ela e dou um selinho demorado na mesma que estranha.

- Tá errado... não... não é isso... -ela nega com a cabeça.

- Não, não está!

- Se eu sou casada com você... por que eu lembro de estar com o seu irmão, não de você ? - me olha no fundo dos olhos ainda Fazendo uma expressão de confusa.

- Ok...- respirei fundo - deve ter sido pela época em que você me traiu com ele - ela abriu um pouco mais seus olhos ficando incrédula.

- Não... eu não trairia alguém que amo - ela parece ainda mais confusa.

- Mas traiu, com o Jonathan...- segurei a mão dela - mas eu te perdoei porque te amo muito - acaricio a mesma que olha para baixo.

- Como eu posso ter esquecido disso? - ela solta a minha mão e volta a coçar o braço - esquecer com quem eu casei?esquecer praticamente parte da minha vida ? Não, não é possível! - a cada segundo que se passa, ela aumenta a intensidade em que coça o braço, sei que isso é uma crise de abstinência mas não posso aplicar com ela acordada.

- Ei? Lunita? - coloco as mãos no rosto dela fazendo ela me olhar - fica calma... você pode até não lembrar agora mas eu te ajudo, eu não sai do seu lado antes e não vou sair agora - sorri e aproximo o rosto dela dando um beijo rápido nela devido ao fato dela não ter retribuído.

- E-Eu preciso de tempo, estou confusa - o olhar dela começou a ficar perdido e a agulha que estava no braço ela já arrancou.

- Tudo bem.

Os olhos da mesma se fecharam e ela apertou eles com força, inclinei a cabeça e pensei em pegar a injeção e aplicar nela agora porque ela ia achar que estou colocando a agulha da medicação.

Fui até a mochila e me agachei para pegar a injeção, levantei e antes de virar senti algo bater na parte de trás do meu joelho o que me fez perder o equilíbrio e cair com aquele joelho no chão, em seguida senti o braço ao redor do meu pescoço em um mata leão.

- Lu... Luna...- falo com dificuldade pra respirar.

A mesma me aperta com tanta força que ou eu machucava ela pra sair dali, ou ela ia me matar sufocado. Com base nisso, a injeção que está em minha mão, usei para cravar de uma maneira brusca no braço dela que instantaneamente me largou.

Ela gritou e eu virei para ela vendo a mesma se afastar e o sangue dela escorrendo do braço.

- Desculpa Lua, eu não queria te machucar...- mostro as mãos em rendição e me viro.

Ela me olha com um olhar mortal e ali pensei que ela ia querer de fato me matar, porém ela saiu correndo para fora do quarto, estranhei porque não era essa reação que eu esperava. Fui atrás dela e quando estava saindo do quarto fui surpreendido por um soco dela que me fez virar o rosto e tontear um pouco, quando me virei para ela, suas mãos em um movimento rápido, seguraram meu pescoço e me puxaram em uma altura mais baixa e assim recebi uma joelhada no peito, antes que tivesse qualquer reação, ela subiu no meu joelho e bateu com o cotovelo nas minhas costas me fazendo cair de vez no chão.

Quando caí, senti ela subir em cima de mim e enquanto me chamava de "escorpião", dava socos em meu rosto. Até ia revidar mas como ela acertou justamente nós pontos vitais que ela sabia muito bem que iam me derrubar de vez,não tive chance.

Acabei ficando inconsciente quando ela fez uma sequência que acertava minha têmpora, o queixo e o estômago que são alguns dos pontos vitais que aprendemos, são importantes em uma luta para derrubar nosso adversário.

Bernado on:

- Mas acho que a senhora Fuller não vai gostar disso - dizia o Fuller que pegava a papelada dele.

- Bom, aí você tem um problema - Coloco as mãos nos bolsos do jaleco - sabe que se precisar de ajuda, eu tô aqui né ?

- Obrigado Callahan - sorriu gentilmente - acredito que vou precisar da sua ajuda sim, mas vai ser para acompanhar a gravidez da minha esposa apenas.

- Ah mentira, é sério isso? - abri um sorriso ao ver ele balançar a cabeça positivamente - mas que notícia ótima Graham! - faço um aperto de mão com ele e logo dou um abraço.

- Eu vou ser papai, pela primeira vez vou ser papai - diz ele todo feliz.

- Vai ser um ótimo pai, Graham! - saio do abraço e olho ela.

- Eu espero... - sorriu nervoso.

- Só reza pra não ser menina - cruzei os braços - porque se for, além da sua esposa, vai ter outra mulher pra mandar em você - ri.

- Poxa vida e eu queria uma menina - coçou a nuca nervoso e riu.

- Socorro! - gritou uma voz feminina vindo de um corredor que dava de encontro com o nosso, em seguida vimos uma mulher caindo no chão.

Fomos até ela para ver o que tinha acontecido e para ajudar ela, quando vimos no corredor no chão, pelo menos uns 10 medicos caídos desacordados, em meio a eles, uma mulher caminhava e quando nos viu, começou a correr e dobrou no corredor a esquerda.

- É a 282 - disse o Fuller se referindo a paciente do quarto que nos atacou da última vez.

- Que droga! - levantei - cuida deles! - tirei o jaleco, fui até o departamento de remédio, peguei um frasco de clorofórmio e umas gazes e comecei a umedecer as mesmas com o líquido.

Conforme caminhava via um tantão de gente caída pelo chão, fiquei tão impressionado porque parecia que havia sido feito um massacre sem necessariamente ter pessoas mortas.

- Caramba, essa mulher é a viúva negra - faço uma expressão de pavor enquanto olhava ao redor, foi aí que avistei ela atacando um outro médico no final do corredor.

Tentei chegar sem ser notado, porém ela me viu e começou a correr, porém dessa vez vinha em minha direção, me preparei para colocar a gaze nela, mas quando ela chegou perto de mim colocou um pé na parede do corredor e com um impulso se direcionou para mim com um soco parecendo o superman atacando.

Por sorte, eu consegui desviar do soco do Superman, mas mesmo que o braço dela tenha passado do meu rosto, quando ela voltou com o mesmo acertou uma cotovelada bem na minha boca o que me fez instantaneamente ver umas estrelas por ser um dos pontos vitais.

Balancei o rosto para ver se voltava ao normal e quando vi a mesma me deu uma rasteira que me fez cair sentado no chão, ela veio com o joelho pronto para me dar uma joelhada no rosto mas por sorte eu desviei para o lado certo e consegui fazer com que meu braço servisse de obstáculo para que ela tropeçasse.

Quando ela caiu no chão, puxei ela pelo tornozelo e quando ia subir em cima dela para apoiar a gaze no rosto dela, a mesma fez um movimento com as pernas que parecia uma tesoura, ela se movimentou tão rápido que quando eu fui ver, suas pernas se encontram em meu pescoço.

Ela girou o corpo e com isso eu caí totalmente no chão, ela parece uma cobra enroscada no meu pescoço me sufocando, tentava me levantar e reagir mas o fato dela bater com o cotovelo em várias regiões diferentes da minha cabeça não ajudou.

Parece que quanto mais eu me mexia pra tentar sair, mais enroscada em mim ela ficou, foi quando comecei a desistir porque lutar contra ela não tava dando certo, afinal a luta tava sendo dela comigo que parecia mais um saco de pancada, eu nunca lutei uma briga que não consegui fazer absolutamente nada, a mulher é osso duro de roer e eu tô perdendo pela segunda vez.

Virei o rosto lentamente e com a minha última tentativa, mordi a coxa da mesma tão forte que podia sentir meus dentes praticamente encostando um no outro com a pele dela entre eles.

Isso a fez gritar e soltar aquela perna do meu pescoço, com um movimento rápido saí de perto dela para recuperar meu ar, ela coloca a mão sobre a coxa que sangrou de tão profundamente que eu a mordi.

Peguei a gaze no chão e enquanto recupero o ar, vou na direção dela que está no chão ainda sentindo sua coxa.

Porém a traiçoeira quando me aproximei, ela ajeitou seus braços de uma maneira que quando ela desse um impulso forte, levantasse do chão num salto que que eu tive certeza de que ela era uma ninja com anos de treinamento.

Fez uma posição de luta e após me chamar de Gorila, ela me atacou novamente com uma joelhada no estômago, que me fez soltar a gaze e inclinar para frente, se enroscou em mim de novo com as pernas, e com um mortal, ela me fez cair esticado no chão.

Antes que ela seguisse me atacando, o Fuller agarrou ela por trás e colocou a gaze no nariz e boca dela enquanto o Smith segura os braços dela e o Rush segura as pernas.

Assim que ela começou a desmaiar, o Rush aplicou uma anestesia nela para ter certeza de que ia apagar.

Olhei para cima respirando fundo sentindo meu corpo doer.

- Essa daqui é das bravas - disse o Rush.

- Deus me livre irritar uma dessas - o Smith diz assustado.

- A bichinha é terrível, parece a...- Fuller estava falando quando eu interrompi.

- Viúva negra...- digo e os três me olham, respiro fundo e levanto aos pouquinhos.

- Vou levar ela pro quarto - disse o Fuller, o Rush e o Smith concordaram em ajudar a levar ela para o quarto.

Já eu caminhei um pouco e pedi para que um enfermeiro me ajudasse a medir minha pressão e para me dar um remédio para dor.

...

Sabina on:

- Ela deixou por volta de 32 profissionais da saúde inconcientes por pegar um a um, quando teve essa nova crise de abstinência - disse o médico arrumando os óculos dele - me desculpe, mas infelizmente seremos obrigados a por ela na área psiquiatra para que possa ter suas mãos presas - olho para o Bailey que também me olha - ela não poderá ficar solta, é perigosa demais e os médicos estão ficando com medo.

- Área psiquiatra? - caminho em direção ao médico.

- Sabina! - Bailey passa o braço ao redor da minha cintura e me impede de seguir caminhando.

- Eu não tô fazendo nada - mostrei as mãos em rendição.

- Sei...- diz ele desconfiado tirando seu braço de mim.

- É mesmo necessário isso? Levar ela pra área psiquiatra sendo que nem tem nada? - cruzo os braços- bom, pelo menos não mentalmente.

- Lá tem medidas de seguranças melhores, é mais fácil de controlar ela lá do que aqui.

- Vamos poder visitar ela mesmo assim? - perguntou o Bailey.

- Sim, os horários serão marcados e vocês vão poder ficar com ela - disse o médico tirando os óculos - e em meio a isso, vamos liberar para que alguém fique de acompanhante durante o dia e um durante a noite, parece que ela fica mais calma com um de vocês por perto.

- Está bem.

- Vamos avisar a Maya para intercalar entre nós três - Bay fez um movimento circular entre ele, eu e um espaço vazio que se refere a Maya que no momento, está em casa cuidando dos filhos dela e dos da Luna.

- A Maya tá cansada Bay, no momento ela precisa de um tempinho pra ela descansar...- respirei fundo e passei a mão nos cabelos olhando para a Luna - sei que precisamos cuidar da Luna, mas ela tem três crianças ainda e ainda está ajudando nós a cuidar dos da Luna - volto a olhar para ele.

- Bom, tem bastante gente na família para ajudar não é ? Talvez o Derek não se importe de ajudar também.

- Derek tá em época de eliminatórias das oitavas de final, acho que ele não vai ter muito tempo - fico pensativa - mesmo ele estando agora em L.A, acredito que não vai ficar muito tempo.

- Tá, vamos resolver isso, se você não puder vir eu fico mais de um período.

- Não! Você tem a Sofya e os bebês para cuidar, eles precisam de você, todos os seus filhos na verdade.

- Eu sei, mas eu ainda tô equilibrando a situação pra não deixar a Sofya sozinha com os gêmeos, dei um tempo na gravadora pra ficar mais em casa não só pra ajudar a Sofya com os gêmeos, mas meus filhos estão com bastante problemas e eu tô tentando ajudar, apesar de que eu mais atrapalho do que ajudo.

- Desculpem interromper, mas eu vou precisar sair para poder atender outros pacientes, mas estou a disposição caso precisem de mim - disse o médico se despedindo.

- Precisamos contar pra ela, Bailey! - volto a olhar para a Luna enquanto me aproximo.

- Eu conto!

- Nós, vamos contar - falo pausadamente.

- Sei o quanto o assunto é delicado pra você, não precisa tocar na ferida... deixa, eu falo pra ela.

- Eu quero estar aqui para apoiar, eu vou contar também, ela é minha irmã também.

- Ok... mas já aviso que não vai ser nada fácil.

- Quando que ser um Hidalgo foi fácil? Não tem ser humano no mundo que mais se ferra do que os Hidalgo's May's, Bailey.

- Nisso você está certa...

- Eu sei disso!

...

Luna on:

Abri os olhos lentamente e tive que piscar algumas vezes para que, eles se acostumem com a forte luz que vem em minha direção.

Olhei para o lado vendo que estou em um quarto diferente do que eu me lembro quando dormi, me mexi por sentir minha roupa fincar minha perna, quando senti que não conseguia mover meus braços.

Olhei para meu corpo e vi que um lençol me cobre, porém não podia ver o que está prendendo minhas mãos, mas pelo tecido ao redor dos meus braços, certamente se trata de uma camisa de força.

Dei um impulso para levantar e assim que consegui,me sentei e vi que estava certa sobre a camisa de força, a questão é, como que aquilo está em mim?

Desci da cama e estranhei o fato do chão do quarto ser fofo demais, parece que é feito de algodão.
Comecei a caminhar pelo quarto enquanto procurava uma saída, mas o quarto todo branco parece que não tem porta, é tão estranho porque tudo parece ser feito de algodão, é fofo demais até a parede, meu pé que tocava os lugares já estava chutando automaticamente as coisas para ver se machucava mas tudo era fofo lá.

Sentei sobre o chão encostada na parede e fiquei observando o lugar mais detalhadamente, por algum lugar eu entrei então vai ser por ele que eu vou sair.

Ao analisar detalhe por detalhe de cada alinhamento das "almofadas" da parede, notei que há duas pequenas dobradiças que passam tão despercebidas por serem da mesma cor da parede, que se você não é muito bom de visão ou detalhista, não as veria lá.

Me aproximei das mesmas e vi que ali no alinhamento das almofadas, tem o alinhamento de uma porta que se esconde devido as almofadas da parede, só que não tem como abrir pela parte de dentro porque não tem maçaneta.

Comecei a pensar como faria para abrir aquilo, só que antes de abrir aquele lugar, precisava tirar essa camisa de mim.

Notei que no alto do lugar, no canto da parede há uma câmera, do outro lado no canto também há uma câmera.

Sentei ao lado da cama no chão, fiquei analisando o lugar enquanto pensava, por que estou ali? Cadê todo mundo? O que tá acontecendo?

Me sinto tão confusa porque minha cabeça tá um caos, eu não consigo lembrar de nada pelo jeito, pois tenho uma memória sobre algumas coisas que não aconteceram.

Então quer dizer que o que eu senti foi falso? Se as coisas que estão na minha cabeça não existiram, eu imaginei tudo ? O que tá acontecendo ? Por que ninguém me diz nada?

Comecei a sentir minhas pernas tremerem e em pouco tempo olhando para aquele quarto branco, sentia que as paredes estavam ficando menores, meus pensamentos estão ficando cada vez mais intensos e misturados o que está me causando uma dor insuportável na cabeça.

- Luna? - escutei a voz do Bailey e isso me fez parar,tanto de sentir quanto de pensar, simplesmente tudo parou e a poeira começou a baixar.

Levantei minha cabeça e pude ver a local onde eu disse ser a porta, aberto e nele, parados o Bailey, a Sabina e um médico.

- Me tira daqui! - disse me levantando - me tirem daqui! - vou na direção deles e sou barrada pelo Bailey que coloca as mãos em meus ombros.

- Ei? Calma! - disse ele.

- Calma? Como quer que eu esteja calma sendo que cada vez que eu acordo, alguma coisa bizarra tá acontecendo comigo e eu não entendo o por quê ?

Ele assim como o médico e a Sabina, ficam em silêncio absoluto, Sabina que está de cabeça baixa e braços cruzados um pouco mais atrás dos dois, apenas se mantém em silêncio.

Alí pude ver que a situação é muito ruim, a Sabina quieta? Minha irmã nunca cala a boca!

- Por que você tá quieta?! - passo por eles indo até ela que agora levantou a cabeça e finalmente me olhou nos olhos - Por que você não fala nada? - pergunto e ela se manteve em silêncio - FALA ALGUMA COISA! - nervosa, gritei tentando entender o que tá acontecendo já que eles não dizem nada - Fala comigo, por favor fala Comigo...- minha voz ficou trêmula e chorosa - Por que ninguém quer falar comigo? - começo a me afastar deles caminhando para trás enquanto olho os mesmos que ainda ficam em silêncio.

Me sento novamente no chão e me encolhi tentando entender se aquilo é real ou só outra imaginação. Fechei os olhos e tentei parar de pensar novamente mas os pensamentos vinham tão rápido em minha mente que me deixavam zonza.

- Luna? Precisamos conversar! - disse o Bailey e eu abri os olhos vendo que é real mesmo, eles estão ali.

- Fala, por favor fala alguma coisa logo...- minha respiração está um tanto ofegante - eu tenho perguntas demais e respostas de menos.

- Vou deixar vocês a vontade, estarei do lado de fora caso precisem - disse o médico fechando a porta e aquilo me deu uma agonia por ver só o branco de novo, apesar de que agora, Bailey e Sabina estão ali.

- Por que vocês não me falaram do acidente? - olho para a Sabina em específico já que ela foi uma das primeiras que eu vi quando acordei - eu perguntei o que tinha acontecido e você desviou o assunto até conseguir evitar falar - molhei os lábios nervosa.

- Que acidente, Luna? - pergunta o Bailey.

- No banheiro, quando eu caí!

- Você não caiu no banheiro! Não teve acidente nenhum, Luna - ele franziu o rosto e isso me deixou ainda mais confusa.

- Mas...

- Quem te disse isso ? - pergunta ele.

- Meu marido.

- Impossível! - disse a Sabina.

- Não, ele veio aqui e me disse isso...

- Luna, isso não aconteceu - ele nega com a cabeça.

- Eu não estou louca, Bailey! Ele teve aqui e me disse que eu sofri um acidente no banheiro.

- Não pode ser possível isso porque o Jonah... ele faleceu, Luna...- disse o Bailey e minha cabeça realmente deu um nó.

- Mas... mas... E-eu, eu, eu não entendo.

- Jonah falou com você ? - ele toca meu ombro.

- Não... meu marido, Ricardo falou.

- RICARDO? - Sabina falou tão alto que parecia até que estava gritando, isso me assustou.

- É.

- Aquele infeliz não é seu marido, Lua! - disse ele.

- Mas ele disse que é, mostrou fotos do casamento e até do nascimento do Lucca - ok eu realmente me senti tão perdida que eu já não sei mais o que pensar.

- Ele mentiu! Quando que ele teve aqui? Como que deixaram ele entrar aqui?! - ela veio até mim e ficou em minha frente agora.

- E-eu não sei...- fico nervosa por ela parecer brigar comigo - o que aconteceu?por que tá assim?

- Não é pra você confiar no Ricardo! Ele é um cara mau! - ela faz uma expressão de brava.

- Para de enrolar e fala logo o que diabos ele fez pra te deixar com raiva?! - franzi o rosto já sem paciência pela enrolação dos dois.

- Lua... você é uma mulher forte, muito forte tá? Eu me orgulho de você e sabe disso não é? - Bay se senta em minha frente e isso fez a Sabina se sentar também.

- Sei... - fico desconfiada.

- Então...- ele fez um barulho com a garganta - você lembra que seu marido, o Jonathan, faleceu no hospital depois daqueles tiros,lembra ?

- Eu sabia... eu sabia que não tinha imaginado, aconteceu! - minha boca ficou aberta devido ao fato de começar a respirar por ela - Jonah...- meus olhos se encheram de lágrimas e eu olhei para cima pensando que eu estava certa, infelizmente aquilo aconteceu e foi com o meu Jonah.

Automaticamente minha cabeça baixou e meu olhar foi muito distante dos dois que me olhavam, Bailey falava mas eu não entendia uma só palavra se quer por causa das vozes altas na minha cabeça.

Primeiro, Ricardo aparece para mim e conta toda uma história dizendo que parte da minha vida não foi real e ele quem era meu marido, me beija, mostra fotos, me toca e me convence de que ele é meu marido.

Segundo, Sabina aparece calada o que indica que algo muito sério aconteceu, pelas expressões faciais da mesma, tinha dor e muito sofrimento em seus olhos.

Terceiro, Sabina surta ao escutar que Ricardo esteve comigo e diz que ele é um cara mau na qual eu não devo confiar.

Quarto, eu lembro do rosto machucado do Ricardo que disse pra mim que se envolveu em uma briga com um bandido, eu conheço muito bem a minha irmã e sei o quanto ela ama quebrar a cara de alguém, e algo me diz que o"bandido" se chama Sabina Hidalgo.

Quinto, Bailey me enaltece enquanto tenta me contar algo que pelo tom de sua voz,pela pele pálida e expressões de tristeza e sofrimento nos olhos e voz, é difícil de se dizer e que ele não sabe por onde começar.

Sexto, lembro que quando acordei o Lucca tava super carinhoso comigo e dizia que me amava e se orgulhava de mim, em seguida quando eu perguntava o que aconteceu,ele enrolava ficando sem graça como se não soubesse o que falar, então apenas dizia que era uma longa história.

Sétimo, Lucca também disse que o Jackson estava com medo que eu abandonasse os dois, é óbvio que eu nunca faria isso mas o que aconteceu pra que ele pensasse em algo como isso?

As informações que passam rapidamente a cada segundo em minha cabeça enquanto vejo apenas a boca do Bailey se mexer,me levam a uma conclusão que eu não queria levar.

- Ricardo abusou de mim...- sussurro enquanto olhava para o nada e sentia um aperto no coração.

Pela reação de espanto do Bailey, e a expressão de choro da Sabina, se não for isso, foi perto disso o que aconteceu.

- Co-como você sabe ? - Bailey pergunta nervoso.

- Então realmente foi... foi isso? - minha voz falha tanto quanto as batidas no meu coração que aceleram- ele... abusou de mim? - pergunto sem acreditar enquanto sentia meus olhos lacrimejando.

- Desculpa...- Sabina começou a chorar.

Instantaneamente eu senti como se estivesse apodrecida por dentro, como se estivesse suja, sentia que eu precisa ir para debaixo do chuveiro urgentemente porque eu estou muito suja.

Sinto nojo por lembrar que Ricardo me beijou, raiva por ter acreditado no que ele dizia e tristeza por duvidar sobre o que eu sinto pelo Jonah.

Me sinto ferida, frágil, como se o ponto mais forte de mim tivesse sido brutalmente atacado sem que eu tivesse a menor chance de me defender.

Meu orgulho, meu ego, meu deboche, minha força e tudo aquilo que há em mim que me mantém de pé, que me faz ser forte, foi atingindo e eu não pude ao menos me defender.

Não pude fazer absolutamente nada além de ouvir dos meus irmãos que fui abusada sexualmente, se não fosse por isso eu não ia nem saber o que aconteceu comigo, eles podem até não terem falado com palavras, mas disseram o que houve pelas suas expressões no rosto.

Só queria entender o por quê? Por que Ricardo me machucou, por que além de mim, machucou a Maya por ser casada com ele, o que levou ele a fazer tudo isso?

Eu estou com uma mistura de sentimentos que varia entre raiva, nojo e profunda tristeza, não do Ricardo mas sim de mim, eu sinto raiva de mim por não conseguir me defender, nojo por não conseguir me limpar e me sentir imunda com algo que jamais vai sair da minha pele e da minha cabeça e me sinto triste, por saber que eu duvidei do que eu sinto pelo Jonah por causa do Ricardo, tristeza por sentir meu orgulho sendo destruído por alguém que eu confiava.

Não derramei uma lágrima se quer por fora, mas chorava agarradinha em minhas pernas igual uma criança por dentro.

Meu peito se enchia de mágoas e dúvidas na qual eu não conseguia compreender.

Apenas me senti um lixo, inútil, burra e fraca, o que me deixou pior e pensar o quão fraca eu fiquei a ponto de deixar que isso acontecesse.

Isso me fez ir ainda mais além da situação pois em meio a isso, pensei em Matteo e Júlia Hidalgo May, meus pais, as pessoas que eu vi morrerem diante de meus olhos e eu não consegui fazer nada.

Eu nunca vou me perdoar por isso, por não conseguir salvar eles, por não ter feito nada além de correr, eu fui covarde, eu fugi ao invés de salvar eles, eu vou carregar isso até o último dia da minha vida e levar essa culpa junto de mim para o túmulo, enterrar esse erro, essa covardia e culpa junto comigo.

Eu falhei com minha mãe, falhei com meu pai, falhei como mãe, como irmã, como tia, como esposa e como policial, eu falhei como todo mundo e principalmente, comigo mesma.

Sentia os braços da Sabina e do Bailey ao meu redor, via os lábios do Bailey se mexendo falando algo na qual, eu não conseguia entender devido a grande crise existencial que estou tendo, apenas escutava as batidas lentas do meu coração enquanto tudo estava em câmera lenta.

Os pensamentos ruins me atormentam mais do que a culpa que sinto por não ter tomado conta de mim, ou dos meus filhos e do meu verdadeiro marido e único amor, Jonathan.

Sou um lixo, apenas essa palavra consegue me definir no momento, lixo.

Via o Bailey em minha frente e o mesmo agora segura meu rosto e isso me faz olhar no fundo de seus olhos.

- Lua? - voltei a escutar quando ele me sacudiu um pouco com uma expressão de preocupação no rosto.

Me mantive em silêncio enquanto via que a Sabina me soltava e agora fica ao lado do Bailey me olhando.

- Tem mais coisas que aconteceram - disse ele.

- Ele te drogou pra fazer isso...- ela está com os olhos marejados e sua voz sai tão falha que mal dá para ouvir - ele te matou... várias vezes Lua...

- Injetou tanta droga no seu organismo,que junto do remédio que você tava tomando, quase te fez ter uma overdose.

- Você não teve uma overdose porque Deus não queria que morresse - ela fungou e limpou seu rosto - mas você morreu Lua... várias vezes por causa das altas dosagens que ele te injetou.

- Te trouxe de volta todas as vezes, Deus na verdade não queria que você morresse, é a única explicação pra você tá viva - ele olha para baixo e pude notar que ele segura o choro.

- Ele te torturou física e mentalmente Lua... ele é um monstro!

- Infelizmente não conseguimos impedir que ele fizesse aquilo... - Bailey voltou a me olhar e vi seus olhos cheios de lágrimas mesmo.

- Eu quando te encontrei e vi que ele tava abusando de você, fiz de tudo pra ele sair de cima de você - Sabina chora de uma maneira tão dolorosa que o que já está doendo em mim, aumentou mais.

- E tem mais uma coisa... - Bailey olha para Sabina que também olha para o Bailey.

- O que? - sussurrei enquanto tentava me manter forte com as palavras duras que eram ditas e que tanto me feriam.

- Jonah só morreu, porque Ricardo mandou matar ele para ficar com você - Sabina diz enquanto ainda chora.

Aquelas palavras quebram meu coração já partido, cortaram o que já estava ferido e doeram tanto ao ponto de fazer tudo em mim parar por cinco segundos.

Não escuto nada, não vejo ninguém, não sinto nada, não penso em nada, apesar do meu coração ainda bater, meus pulmões sofrem por tentar puxar um ar na qual eu não consigo respirar.

Apenas vi um flashback da minha vida desde o momento em que conheci o Jonah passar diante dos meus olhos, do primeiro "Oi" até o último "tchau" do primeiro "Te amo, tá ? " ao último " Também me amo",do primeiro sorriso ao último, do primeiro abraço quente até o último já frio.

A dor aumentando em meu peito junto da dificuldade para respirar, foi fazendo com que minha visão ficasse turva, até que ela escureceu e eu não vi mesmo mais nada.

...

Abri meus olhos devagar e pisco para que se acostumem com a luz, em seguida quando eles voltam a me dar a visão, vejo que não estou mais no quarto branco mas sim em um quarto parecido ou talvez até seja o mesmo que eu estava antes, Próximo da porta estão Bailey e Sabina que conversam.

Fiquei em silêncio olhando para cima enquanto escuto a conversa dos dois mas sem necessariamente, prestar atenção no que dizem.

Em minha cabeça milhões de pensamentos se passam por frações de segundos, sentimentos de insuficiência, tristeza, raiva, medo, nojo, dó, dor, são os que mais me rodeiam.

Não demorou muito para Sabina e Bailey notarem que eu havia acordado, vieram até mim e começaram a conversar só que eu não respondia absolutamente nada do que me perguntavam.

Apenas seguia respirando com a ajuda do tubo de ar que está em meu nariz agora, não estou mais com a camisa de força, mas minhas mãos estão presas a cama com alguma coisa que eu não consigo ver por não fazer questão de me mexer.

Bailey e Sabina terminaram de contar tudo aquilo o que aconteceu comigo, detalhe por detalhe, sem omitir nada dessa vez e a cada palavra que saia da boca deles, me sentia pior.

A única reação que eu tive dessa vez foi deixar o choro que segurava, escorrer pelo meu rosto.

As lágrimas pesadas e sentidas da garotinha de 14 anos que viu os pais serem mortos, o choro trancado daquele dia finalmente escorreu pelo meu rosto.

Junto a ele, escorreu o choro da mulher de 35 anos que foi drogada, agredida, torturada e abusada sexualmente por um colega de trabalho, amigo e cunhado.

Em meio a isso também escorria pelo meu rosto, o choro que estava entalado na garganta da morte do amor da minha vida, que agora eu sei que foi morto pelo próprio irmão.

O choro desesperador que sai dos meus olhos, é o da policial que prometeu para a garotinha que ia salvar ela e a deixou morrer nas mãos de um adolescente.

As lágrimas profundas que tem em mim, também são da mãe que não fui quando meus filhos precisaram de mim e eu tava presa dentro de mim mesma, sofrendo sozinha sem pensar que eles também estavam sofrendo aqui.

De uma maneira descontrolada tudo aquilo que mais tava pesando em mim, saía através de um choro.

Tanto Sabina, quanto Bailey me abraçam tentando me acalmar com o abraço e palavras de conforto, mas não há palavras que mudem o que eu estou sentindo.

Eu vi a sofrimento da Sabina por ela ter sido abusada, eu estava lá vendo o sofrimento da Sofya por ter sido abusada, eu acompanhei a Tefy em todo o seu período curto da gravidez que teve por ter sido abusada, agora é a minha vez de passar por isso.

Uma vez eu considero acidente, duas vezes considero uma coincidência, três vezes um padrão e quatro um problema muito grande.

Agora é a minha vez de lidar com o problema, com o meu sofrimento, com a minha dor e engolir todo o meu deboche, por ter meu ego e orgulho brutalmente atingidos e feridos.

Esse é o preço de ser um Hidalgo, sempre haverá algo acontecendo que vai te fazer ser infeliz, como se fosse uma grande maldição da família onde ninguém consegue se libertar, todo Hidalgo ou sangue Hidalgo, irá sofrer.

Conforme minhas lágrimas vão diminuindo a frequência que caem, uma raiva tão grande quanto a tristeza que há em mim, começa a ganhar cada vez mais força dentro de mim, de maneira que, eu começo a planejar instantaneamente a minha vingança.

Esse também é o problema dos Hidalgo's, somos muito vingativos, não importa o tempo que leve a gente vai se vingar daquele que nos desarmou, daquele que nos fez fraquejar, que nos machucou ao ponto de perder temporariamente o "Deboche Hidalgo", eu vou me vingar, essa é a minha maior motivação pra sair desse poço na qual me encontro.

Vou me levantar, vou ficar bem e me reconstruir aos poucos mesmo que isso demore meses ou anos, mas eu vou ficar de pé e quando eu estiver de pé, que Deus tenha misericórdia daquele que me fez rastejar humilhada no chão.

...

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