cap.149

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Lucca on:

Fazem duas semanas hoje que eu não consigo assistir as câmeras que coloquei no quarto da minha mãe, também não conseguia vir vê ela pois aquela mulher quebrou meu notebook e pegou meu celular. Eu falei com a tia Maya e ela disse que veio aqui cuidar dela durante essa semana e na semana passada veio o tio Bailey. Ela estava triste e eu perguntei o por quê, logo, recebi a resposta da mesma que ela está para se divorciar do Ricardo e isso a deixa triste, fiquei perto dela e cuidei  enquanto ela chorava, também pedi a ela que me emprestasse o celular por alguns dias que logo eu iria devolver, ela me emprestou e em seguida foi pra casa pois precisava levar os meninos para a escola.

Fui até o quarto da minha mãe e lá vi a mesma sentada imóvel, me aproximei dela e sentei em sua frente observando a mesma que parecia estar ainda mais distante do que antes.

- Não tá sendo nada fácil isso...- Enchi meus olhos de lágrimas bando ela.

Para disfarçar, baixo minha cabeça e automaticamente minha mão vai em direção ao meu rosto para tirar os cabelos de frente dos olhos, mas dessa vez não foi possível tirar eles pois os mesmos não caem mais sobre o rosto, isso me fez apenas fazer o gesto no ar.

- Minha vida virou de cabeça para baixo de uma hora para outra - suspiro e fecho os olhos - papai morreu...- minha voz falhou- você está aqui, mas não está - abro os olhos novamente - aquela mulher vai acabar conseguindo a nossa guarda, o que vai transformar nossa vida num inferno pois é o que ela está fazendo - levanto a cabeça agora e não consigo evitar lacrimejar os olhos - que droga! - coloco as mãos em frente ao rosto e sinto as lágrimas escorrendo - tá doendo tanto mãe...- disse com uma voz rouca e chorosa - não só em você - não pude segurar a crise de choro que veio e isso me fez sentir quando um bebê chora muito e fica sentido, aquela palpitação e uma falha para respirar.

Me virei de costas para ela e apoiei minha cabeça sobre o peito dela, peguei seus braços e coloquei ao meu redor. Fechei meus olhos e fiquei imaginando ela me abraçando de verdade e dizendo que aquilo tudo vai passar, que é uma fase ruim mas que vamos superar já que somos Hidalgo's.

Ali em seus braços, voltei a chorar, a chorar como se fosse a única coisa que eu conseguisse fazer no momento, eu nunca me senti tão mal como me sinto nesse momento. Eu sempre gostei de ficar sozinho, mas agora percebi que  estar sozinho é  diferente de se sentir só, e é
muito ruim o sentimento de solidão.

Depois de um bom tempo chorando eu finalmente fui me acalmando, aquilo me fez sentir muito sono até que eu dormi no colo dela  apenas sentindo o quentinho do seu corpo.

...

Acordei e vi que já havia se passado algumas horas desde que a tia Maya me emprestou o celular. Levantei e vi que minha mãe estava exatamente do mesmo jeito que antes, a única diferença é que a mesma estava com a boca aberta babando muito. Peguei um lencinho e limpei sua boca, mas a mesma seguida com a boca aberta, olhos fixos para frente com aquele olhar distante e na mesma posição.

- Tem alguma coisa errada...- franzi os olhos observando a mesma, passei a mão em frente aos seus olhos e eles nem moviam, fingi que iria acertar um soco para ver se assim ela piscava, mas nem assim ela piscou. Isso me assustou um pouco - mãe ? Você tá me ouvindo ? - toco seus ombros e balanço um pouco ela - mãe ? - novamente a balanço mas ela seguiu exatamente da mesma maneira, parece que ela está dormindo mas com os olhos abertos.

Peguei o copo que estava no criado mudo e fui até o banheiro para pegar um copo de água, não para dar para ela tomar mas sim para molhar seu rosto.
Ao entrar no banheiro vi um pequeno fraco de um remédio líquido sobre a pia, peguei o mesmo e estranhei já que não me lembro da minha mãe tomar esse aqui.

Sou Fã Dos Seus OlhosWhere stories live. Discover now